Economia
Pinto Luz sublinha que valorizar 50,1% do Estado na TAP com parceiro credível é prioridade
O Governo não optou para uma alienação de mais de 50 por cento da TAP porque considera que o importante é maximizar as sinergias com um parceiro internacional credível e maximizar os 50,1 por cento do Estado, sublinhou o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, na noite de quinta-feira, em entrevista à RTP.
Questionado, no Telejornal, sobre o porquê de o Governo atual não ter optado por alienar uma parte maioritária da TAP, o ministro das Infraestruturas sustentou esta noite no Telejornal que o Executivo tem como prioridade maximizar as sinergias com um parceiro internacional credível e maximizar os 51,5 por cento que ficam do lado do Estado.
Miguel Pinto Luz fala "numa decisão importante para o país" e que alienar os 49,9 por cento permite encontrar um parceiro internacional credível para trabalhar em "mais rotas e mais aviões", o que fará "crescer a companhia" e "valorizar a participação dos 50,1 por cento".O Chega pediu um debate de urgência sobre o processo de reprivatização da TAP. Realiza-se esta sexta-feira no Parlamento.
Sobre o cenário de uma alienação de maioria de capital, mais apetecível para os potenciais compradores, o ministro da tutela garante que ficará para o privado a gestão da empresa.
Lembra, nesse sentido, perante eventual pressão da oposição, que os programas dos partidos nas últimas eleições, nomeadamente do PS e do Chega, apontavam que, estando a favor da privatização da TAP, "não estariam disponíveis para uma alienação de mais de 50 por cento".
Quanto à IL, o governante considerou estranhas "as declarações, dado que, conhecendo o mercado, seria no mínimo má gestão alienar mais de 50 por cento e não maximizar a oportunidade [já que] a TAP vai valer mais depois de o investidor entrar e investir em mais aviões, mais rotas, mais sustentabilidade".
Contra o que chama de ziguezagues da TAP, com sucessivas privatizações e nacionalizações, Pinto Luz diz que é necessário chamar os partidos à discussão e criar uma plataforma sustentável.Em relação à possibilidade de recuperar os três mil milhões de euros injetados na TAP, o ministro assegura que o Governo acredita nessa possibilidade e que vai tentar maximizar a recuperação, o que poderá acontecer apenas no médio e longo prazo.
Sem apontar a um valor concreto para recuperação, Miguel Pinto Luz retomou a aritmética do ministro das Finanças, depois de Miranda sarmento ter referido em conferência de imprensa que para que metade da TAP valesse os três mil milhões, a companhia valeria no seu total seis mil milhões, o que é improvável quando uma empresa "como a Air France, com seis vezes maior os aviões e seis vezes os passageiros vale três [mil milhões no total]".
"Por isso não assumo" a recuperação da totalidade do dinheiro colocado na TAP, concluiu.
"Por isso não assumo" a recuperação da totalidade do dinheiro colocado na TAP, concluiu.
Questionado sobre os encargos que representam para a gestão da companhia os processos movidos pelos tripulantes e que podem significar encargos até 300 milhões de euros para a TAP, acrescidos de uma eventual indemnização da antiga CEO, Pinto Luz considera que essa contas terão de ser assumidas pelos concorrentes à compra da empresa.
Também sobre os postos de trabalho e a sua preservação, enquanto condições necessárias e suficientes constantes do caderno de encargos, não há nesta fase qualquer decisão, assumiu, com a garantia de que serão elementos a ter em conta para a decisão final do Governo.