A Casa Branca acenou nas últimas horas com a possibilidade de a Administração Trump vir a excluir alguns países das taxas sobre as importações de aço e alumínio. Da Comissão Europeia já saiu uma resposta, pela voz do vice-presidente Jyrki Katainen: a isentar um Estado-membro, Donald Trump terá de isentar os demais.
Trump pretende impor tarifas de 25 e dez por cento às importações de aço e alumínio, respetivamente. Uma intenção que teve imediatos ecos negativos nas bolsas e ressuscitou receios de uma guerra comercial.
“O que li hoje é que encaram, provavelmente, isenções para os países do NAFTA, mas mencionaram também o Reino Unido e talvez outros países”, assinalou o vice-presidente da Comissão Juncker, referindo-se aos signatários do Acordo Norte-americano de Livre Comércio: Estados Unidos, México e Canadá.
“Esperamos com ansiedade a decisão final”, prosseguiu o responsável, para acrescentar que, nas últimas semanas, os diretórios europeus “contactaram com as autoridades americanas de forma intensa, para tentar convencê-las a não causar danos maiores à sua economia e à economia mundial”.
O cenário de isenções pontuais às tarifas sobre as importações de aço e alumínio – anunciadas na semana passada pelo Presidente dos Estados Unidos – foi traçado na quarta-feira pela Casa Branca, com a porta-voz Sarah Huckabee Sanders a nomear “México, Canadá” e “potencialmente outros países”.
A porta-voz falou ainda de uma avaliação “país a país”, tomando por base critérios de “segurança nacional”.
“Resposta apropriada”
Também neste capítulo, o da política comercial, Trump está a resgatar argumentos da campanha presidencial que o sentou à secretária da Sala Oval, ao afirmar que os parceiros comerciais dos Estados Unidos prejudicam há décadas as indústrias da superpotência.
Os planos do 45.º Presidente norte-americano podem ganhar força de ordem executiva ainda esta semana, segundo a porta-voz da Casa Branca. Em Pequim, o Governo chinês já fez saber que a investida tarifária de Washington merecerá uma “resposta apropriada e necessária”.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, contrapôs, ao mesmo tempo, que China e Estados Unidos fariam melhor se procurassem pontes ao invés de rivalidades.
De resto, a própria Comissão Europeia tem já medidas retaliatórias em cima da mesa: a eventual imposição de taxas sobre produtos norte-americanos como o bourbon, sumos de laranja, manteiga de amendoim e o próprio aço.
Por seu turno, a diretora-geral da Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, veio avisar que, numa guerra comercial de alcance global, “ninguém ganha”.