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Guilherme de Oliveira Martins, membro executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, é o convidado para a entrevista no programa Conversa Capital, da Antena 1 e Jornal de Negócios.
Apesar de considerar que está limitado nas apreciações a fazer porque como presidente do Tribunal de Contas acompanhou todo o processo da constituição do Novo Banco, adianta que vê "com preocupação muitas pessoas a intervirem neste debate de animo leve" sem perceberem um conjunto muito vasto de elementos que são determinantes nesta operação", como o valor, as regras comunitárias o fundo de resolução e a pressão do banco mau.
O antigo ministro das Finanças refere que é uma questão complexa e que "não há uma solução que possa dizer-se: É esse o caminho".
Considera que as condicionantes que existem levam a que exista desconfiança e admite que "o Novo Banco tem condições de valor melhores do que aquelas a aparência revela.
Já em relação à Caixa Geral de Depósitos e igualmente com reservas por ser presidente do Conselho Fiscal, Guilherme de Oliveira Martins limita-se a dizer que é "indispensável preservar a credibilidade" do banco. Acredita que a solução encontrada vai dar solidez à Caixa.
Lembra que mesmo com uma gestão que se aproxima ao sector privado e com regras idênticas, a Caixa Geral de Depósitos é um "auxiliar poderoso de um Estado catalisador da Economia" e está "vinculada a obrigações de interesse público, que decorrem do facto de os acionistas da Caixa serem os cidadãos contribuintes de Portugal".
Guilherme de Oliveira Martins adianta, que é preciso melhorar o sistema de supervisão bancária, "retificar o percurso" com mais rigor e articulação para que haja uma banca europeia credível.
Quanto ao BCE e à subida das taxas de juro, o antigo ministro das Finanças considera que a ação do Banco Central Europeu "tem sido positiva mas insuficiente" e adianta que é a sua forma de pensar, Lembra o "quantitative easing" não chega.
Apesar das mudanças nas taxas de juro e da volatilidade económica, Guilherme de Oliveira Martins não considera que seja necessário um novo resgate e lembra que "não podemos correr o risco de antecipar pressões que decorram da perda de confiança no mercado".
A poucos dias da posse de Donald Trump, o antigo ministro das Finanças assegura que a tendência norte-americana vai ser para o "protecionismo e para o fechamento da economia" mas vê nesta opção dos EUA uma oportunidade para a Europa que tem a sua vantagem na qualificação das pessoas.