Um grupo de 900 pessoas conseguiu sair de Mossul e chegar a um campo de refugiados na Síria. Com o avanço da ofensiva militar cresce o receio de que o Estado Islâmico use civis como escudos humanos ou utilize armas químicas.
“É apenas um local provisório antes que possam atravessar novamente a fronteira para um lugar seguro no Iraque”, afirmou o porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
Este é o primeiro grupo de civis a abandonar a cidade desde que as forças iraquianas iniciaram a ofensiva para libertar Mossul das mãos do autoproclamado Estado Islâmico, na segunda-feira.
“Este movimento significativo de pessoas indica que o Daesh não está a conseguir travar a população que pretende sair”, segundo o repórter da BBC Richard Galphin.
Estima-se que estejam na cidade iraquiana cerca de um milhão e meio de civis e cinco mil combatentes do Estado Islâmico.
Civis como escudos
Está a crescer o receio de que o ISIS utilize civis como escudos humanos com a aproximação das forças militares iraquianas. O porta-voz do Pentágono, capitão Jeff Davis, alertou na terça-feira que a organização terrorista vai voltar a usar civis como escudos humanos.
Os receios multiplicam-se com a aproximação da reconquista da cidade. A OIM, a Organização Internacional para as Migrações, advertiu que o ISIS pode usar armas químicas no confronto final.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que “se não formos bem sucedidos na ajuda aos que querem fugir vamos ficar vulneráveis a um regresso do ISIS".
As Nações Unidas estão a montar novos campos de refugiados perto de Mossul. A coordenadora da ajuda humanitária da ONU para o Iraque, Lisa Grande, referiu: "Esperamos que cerca de 200 mil pessoas precisem de acolhimento nas primeiras semanas da ofensiva militar".
Números da Batalha de Mossul
- Cerca de 700 mil civis.
- três mil – cinco mil combatentes do auto-proclamado Estado Islâmico.
- 25 mil soldados das forças iraquianas e da coligação internacional.
Fontes: AFP, Reuters e Pentágono.