Alexandre Benalla revelou que entregara dois passaportes diplomáticos no final do mês de agosto e que estes lhe foram restituídos no final de outubro. O antigo segurança de Emmanuel Macron, ouvido pela segunda vez por uma comissão de inquérito no Senado, “assumiu a responsabilidade” do que considera ter sido “um erro” com a utilização dos passaportes para se deslocar ao estrangeiro já quase seis meses depois de ter cessado funções no Eliseu.
O antigo segurança foi criticado pelos senadores por repetidamente recusar responder às perguntas, alegando o seu direito à presunção de inocência e ao direito de não se incriminar.
Outra das revelações é que o antigo segurança tem três passaportes, tendo recorrido a "um passaporte normal, usado entre 7 de agosto e outubro, porque não estava mais na posse dos meus passaportes diplomáticos".
A 28 de dezembro, a comissão pediu explicações aos serviços da Presidência sobre "as condições em que Alexandre Benalla pôde utilizar passaportes diplomáticos" após a sua demissão, no passado mês de julho.
De acordo com o diário francês Le Monde, Benalla viajou até ao Chade num avião privado com outras seis pessoas e ficou hospedado no hotel de luxo Hilton, de onde saiu a 4 de dezembro para apanhar um voo comercial.
Alegadamente, o antigo segurança esteve reunido durante duas horas com o irmão do Presidente chadiano, Oumar Déby, líder da Direção Geral da Reserva Estratégica do país e principal aliado da França em operações anti-jihadistas na região africana de Sahel.
O Eliseu esclareceu junto do Presidente Idriss Déby que Alexandre Benalla não era, “de forma alguma”, representante ou intermediário do Governo francês.
De acordo com Benalla, o caso que foi revelado pelo Le Monde no dia 18 de julho "teve a intenção de `apanhar` o presidente da República. Eu era o ponto mais fácil para o conseguirem. Sou o elo mais fraco", afirmou.