As jogadas internacionais. Trump retira EUA do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde
Donald Trump prometeu e cumpriu: logo no dia de regresso à Casa Branca, assinou ordens executivas que retiram os Estados Unidos da América do Acordo de Paris - pedra basilar no combate às alterações climáticas - e da Organização Mundial da Saúde, a maior e mais influente agência global na luta contra as crises sanitárias.
A decisão não é inédita. Já no seu anterior mandato enquanto 45.º presidente Trump tinha retirado os EUA do acordo. A decisão foi, porém, revertida pelo ex-presidente Joe Biden quando este tomou posse.
A saída dos Estados Unidos do acordo que estabelece o combate às alterações climáticas, assinado em 2015 por quase duas centenas de países, coloca em causa o objetivo de impedir um aumento das temperaturas globais na ordem dos 1,5 graus.
"A política da minha Administração consiste em colocar os interesses dos Estados Unidos e do povo americano em primeiro lugar", refere a ordem executiva.
Ainda na área do clima, Trump revogou um memorando de 2023 de Joe Biden que proibia a perfuração de petróleo em cerca de 16 milhões de hectares no Ártico, defendendo que o Governo deve encorajar a exploração e produção de energia em terras e águas federais.
"A OMS defraudou-nos"
Outra das grandes decisões de Donald Trump a nível internacional no primeiro dia de mandato foi a retirada da Organização Mundial da Saúde, agência à qual pertencem quase 200 nações e que tem por objetivo combater crises sanitárias e garantir a saúde global.
"A OMS defraudou-nos", acusou o republicano ao assinar o decreto, poucas horas depois de ter tomado posse, justificando a retirada com a diferença entre as contribuições financeiras dos Estados Unidos e da China para a organização.Os Estados Unidos são o principal doador e parceiro da OMS, uma organização da ONU sediada em Genebra, na Suíça.
No texto, Trump pede que as agências federais "suspendam a futura transferência de quaisquer fundos, apoios ou recursos do governo dos EUA para a OMS" e orienta-as para "identificar parceiros norte-americanos e internacionais de confiança" capazes de "assumir as atividades anteriormente realizadas pela OMS".
De acordo com a OMS, os EUA contribuem para o financiamento da instituição através de uma contribuição indexada ao seu Produto Interno Bruto, mas também através de contribuições voluntárias.
A saída dos Estados Unidos poderá obrigar a OMS uma grande reestruturação e prejudicar os esforços globais de saúde pública, incluindo a vigilância e a resposta a surtos.
Durante o seu primeiro mandato, Donald Trump já tinha tentado retirar o país da organização, que acusou de ser "controlada pela China". No entanto, o sucessor, Joe Biden, cancelou a retirada antes de esta entrar em vigor.
c/ Lusa