Casa Branca. Joe Biden começa a desvendar nomes que vão integrar futura Administração

por Joana Raposo Santos - RTP
As escolhas de Biden para a sua Administração poderão ajudar a curar algumas das fraturas existentes dentro do Partido Democrático. Tom Brenner - Reuters

O presidente eleito Joe Biden prometeu fazer da sua futura Administração a mais variada da História norte-americana, constituída por pessoas com diferentes visões políticas dentro de um partido que possui fortes divisões. Até agora, porém, o democrata tem elegido apenas figuras do seu círculo mais próximo e que apoiam o seu ponto de vista. Alguns nomes de futuros membros da Casa Branca foram já revelados.

Joe Biden não anunciou ainda as suas escolhas para os principais gabinetes e agências do Governo norte-americano, mas já desvendou os nomes de parte da sua equipa futura. Na sua maioria, essas pessoas são conselheiros de Biden já há vários anos, pelo que o democrata pretende mantê-las por perto.

As escolhas de Biden para a sua Administração poderão ajudar a curar algumas das fraturas existentes dentro do Partido Democrático e que têm dividido a ala central e a de esquerda.

Numa conferência de imprensa esta semana, o futuro Presidente deu algumas pistas sobre quem será o secretário do Tesouro, um dos cargos mais importantes a preencher. “É alguém que será aceite por todos os elementos do Partido Democrático, desde os progressivos aos moderados”, avançou.

Com os lugares de topo na Casa Branca ainda por revelar, foram entretanto avançados os nomes de outros altos funcionários. Ron Klain, que era chefe de pessoal de Joe Biden quando este era vice-presidente de Barack Obama, será a partir de 20 de janeiro – data da tomada de posse de Biden – chefe de pessoal do Presidente.

Jenn O’Malley Dillon, até agora gerente de campanha do presidente eleito, é a futura vice-chefe de pessoal. Mike Donilon, antigo conselheiro de Biden quando este era vice de Obama, continuará a ser conselheiro do democrata quando este for Presidente.

Também Steve Ricchetti, outro ex-chefe de pessoal de Biden, e Cedric Richmond, congressista do Louisiana e antigo presidente de campanha do democrata, foram escolhidos para conselheiros de Joe Biden durante o seu mandato na Casa Branca.
Diversidade poderá notar-se nos lugares ainda por preencher
Alguns especialistas acreditam que o futuro líder norte-americano irá continuar a nomear para papéis-chave na Casa Branca alguns dos seus mais antigos conselheiros e outras personalidades experientes do Partido Democrático.

Para secretária de Imprensa Joe Biden poderá eleger Symone Sanders, conselheira de topo da sua campanha presidencial. Caso tal se concretize, Sanders será a primeira mulher afro-americana a assumir esse cargo.

Rahm Emanuel, antigo presidente da Câmara de Chicago e ex-congressista do Illinois, tendo também sido chefe de pessoal de Obama, poderá ser o próximo secretário dos Transportes. A possibilidade não tem agradado a alguns membros do Partido Democrático nem a grupos de ativistas cujas preocupações Emanuel anteriormente ignorou.

Para gerir o Departamento de Justiça dos Estados Unidos podem ser eleitos Sally Yates, que já foi procuradora-geral interina, Doug Jones, amigo de longa data de Joe Biden, ou ainda Deval Patrick, ex-governador do Massachusetts.

As listas de possíveis candidatos a outros lugares de topo estão também repletas de nomes com laços próximos a Joe Biden ou com experiência na antiga Administração Obama. “As relações que [Biden] desenvolveu, relações de confiança com profissionais políticos e outros, são centradas em Washington”, explicou ao Guardian Roy Neel, antigo chefe de pessoal de Al Gore.

Para Neel, os esforços do futuro presidente para demonstrar diversidade entre a sua Administração serão mais notados em lugares que estão ainda por preencher.
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