Colômbia confirma três mortes devido ao Zika

por Graça Andrade Ramos - RTP
Mosquitos <i>Aedes</i>, que transportam o vírus Zika Reuters

As autoridades colombianas anunciaram a morte de três pessoas devido ao vírus Zika "precedidas do síndrome de Guillan-Barré", uma doença imunológica que pode provocar a paralisia definitiva.

"Nós confirmamos e atribuímos três falecimentos ao Zika", afirmou a diretora do Instituto Nacional da Saúde (INS) Martha Lucia ospina, em conferência de imprensa em Bogotá. "As três mortes foram precedidas do síndrome de Guillan-Barré", acrescentou. O síndrome de Guillan-Barré ocorre quando o sistema imunológico de uma pessoa ataca por erro parte do sistema nervoso, levando a uma inflamação dos nervos, o que provoca debilidade muscular ou paralisia entre outros sintomas.

"Mais casos vão surgir", avisou a responsável, sublinhando que "o mundo está a aperceber-se que o Zika é causa de mortalidade. Não muito elevada mas sim, é causa de morte."

É a primeira vez que um responsável atribui oficialmente mortes ao vírus Zika, que se esta a propagar de forma exponencial nos países da América Latina.

O vírus propaga-se através de mosquitos Aedes mas casos recentes fazem soar os alarmes. No Texas uma mulher terá sido infetada por via sexual, através do seu companheiro acabado de regressar da Venezuela, uma zona de epidemia declarada.

No Brasil, foi detetado um caso de uma mulher infetada por transfusão sanguínea e, em laboratório, o vírus foi detetado sob forma ativa na urina e na saliva, um alerta, apesar de isso "não significar que exista uma capacidade de transmissão" por essa via, conforme sublinharam as autoridades.

O vírus será responsável por milhares de casos de bebés nascido com microcefalia e outros problemas neurológicos e a ONU já apelou os países da América Latina a autorizarem mulheres grávidas infetadas com Zika a abortarem.

O Porto Rico decretou por seu lado esta sexta-feira o estado de emergência sanitária , depois de serem detetadas no país 22 pessoas infetadas pelo vírus, entre as quais uma mulher grávida.

"O nosso objetivo principal é garantir a segurança dos portoriquenhos e dar-lhes os conselhos e as medidas preventivas necessárias", declarou o governador Garcia Padilla num discurso do palácio presidencial.

Até agora o Brasil é o país mais afetado pela epidemia, seguindo-se a Colômbia.
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