Mundo
Guerra no Médio Oriente
Divulgados detalhes sobre esforços diplomáticos para retomar negociações com o Irão
Os Estados Unidos estão empenhados em tentar trazer o Irão de volta à mesa das negociações, com vista a chegar a um acordo nuclear. Na quinta-feira, a CNN revelou detalhes destes esforços secretos, citando fontes familiarizadas com o assunto. Segundo estas fontes, a Administração Trump discutiu a possibilidade de ajudar o Irão a construir um programa nuclear de produção de energia civil, aliviar as sanções e libertar milhões de dólares em fundos iranianos atualmente congelados.
Mediadores norte-americanos e do Médio Oriente têm mantido conversações com os iranianos nos bastidores, mesmo durante a guerra entre Israel e o Irão nas últimas semanas. Essas discussões continuaram esta semana após a assinatura de um acordo de cessar-fogo.
Tudo tem sido mantido em segredo, mas a CNN divulgou, esta quinta-feira, detalhes sobre estas negociações e algumas das propostas que foram apresentadas, ainda que preliminares.
Citando quatro fontes familiarizadas com o tema, a CNN avança que entre as propostas em cima da mesa está um investimento estimado de até 30 mil milhões de dólares num novo programa nuclear iraniano sem enriquecimento de urânio, que seria usado para fins energéticos civis.
A proposta pressupõe também a eliminação de algumas sanções ao Irão e a permissão para que Teerão tenha acesso aos sei mil milhões de dólares atualmente depositados em contas bancárias estrangeiras, das quais está proibido de usar livremente, de acordo com o rascunho descrito à CNN.
Todas estas propostas têm como premissa uma cláusula inegociável: enriquecimento zero do urânio pelo Irão. Teerão é acusado de estar a enriquecer o urânio em níveis muito acima do limite permitido pelo acordo nuclear de 2015 para fins militares, algo que o Irão tem recusado recorrentemente. Teerão insiste que este enriquecimento se destina exclusivamente a uso civil e tem recusado abrir mão do programa de enriquecimento de urânio, mesmo perante as pressões internacionais e sanções. Este acordo assinado em 2015, destinado a regular o programa nuclear iraniano, tornou-se nulo e sem efeito após a retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump.
Os EUA defendem que o Irão pode ter um programa nuclear para fins civis pacíficos, mas não pode enriquecer o urânio para esse programa. Em vez disso, os EUA sugeriram que Terão poderia importar o urânio enriquecido.
Outra ideia levantada na semana passada e atualmente em análise é a de que aliados apoiados pelos EUA no Golfo paguem pela substituição da instalação nuclear de Fordow – que os EUA atingiram no passado fim de semana – pelo programa de não enriquecimento, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.
Trump anuncia retoma das negociações, mas Irão nega
As mesmas fontes ressalvam que todas estas propostas são preliminares e que o futuro das negociações é incerto, uma vez que as cinco primeiras rondas de negociações entre os EUA e o Irão ocorreram antes dos ataques israelitas e norte-americanos ao programa nuclear iraniano.
A sexta ronda de negociações sobre o programa nuclear iraniano, agendada para 15 de junho, foi cancelada devido à guerra desencadeada dois dias antes pelo ataque israelita ao Irão.
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse na quinta-feira que iriam retomar as conversações com o Irão na próxima semana, sugerindo um possível acordo sobre o programa nuclear de Teerão.
Pouco tempo depois, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros negou qualquer reunião com os EUA na próxima semana, afirmando que Teerão estava a avaliar se as conversações com Washington eram do seu interesse.
"As especulações sobre o retomar das negociações não devem ser levadas a sério", disse Abbas Araghchi. "Gostaria de deixar claro que não foi alcançado nenhum acordo ou entendimento para iniciar as novas negociações. Ainda não há um plano para iniciar as negociações", insistiu.
O responsável pela diplomacia iraniana reconheceu que os danos provocados pelos bombardeamentos às instalações nucleares "não foram pequenos", e explicou que as autoridades competentes estavam a tentar perceber as circunstâncias atuais do programa nuclear iraniano, o que, segundo ele, influenciaria a futura posição diplomática do Irão.
Tudo tem sido mantido em segredo, mas a CNN divulgou, esta quinta-feira, detalhes sobre estas negociações e algumas das propostas que foram apresentadas, ainda que preliminares.
Citando quatro fontes familiarizadas com o tema, a CNN avança que entre as propostas em cima da mesa está um investimento estimado de até 30 mil milhões de dólares num novo programa nuclear iraniano sem enriquecimento de urânio, que seria usado para fins energéticos civis.
A proposta pressupõe também a eliminação de algumas sanções ao Irão e a permissão para que Teerão tenha acesso aos sei mil milhões de dólares atualmente depositados em contas bancárias estrangeiras, das quais está proibido de usar livremente, de acordo com o rascunho descrito à CNN.
Todas estas propostas têm como premissa uma cláusula inegociável: enriquecimento zero do urânio pelo Irão. Teerão é acusado de estar a enriquecer o urânio em níveis muito acima do limite permitido pelo acordo nuclear de 2015 para fins militares, algo que o Irão tem recusado recorrentemente. Teerão insiste que este enriquecimento se destina exclusivamente a uso civil e tem recusado abrir mão do programa de enriquecimento de urânio, mesmo perante as pressões internacionais e sanções. Este acordo assinado em 2015, destinado a regular o programa nuclear iraniano, tornou-se nulo e sem efeito após a retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump.
Os EUA defendem que o Irão pode ter um programa nuclear para fins civis pacíficos, mas não pode enriquecer o urânio para esse programa. Em vez disso, os EUA sugeriram que Terão poderia importar o urânio enriquecido.
Outra ideia levantada na semana passada e atualmente em análise é a de que aliados apoiados pelos EUA no Golfo paguem pela substituição da instalação nuclear de Fordow – que os EUA atingiram no passado fim de semana – pelo programa de não enriquecimento, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.
Trump anuncia retoma das negociações, mas Irão nega
As mesmas fontes ressalvam que todas estas propostas são preliminares e que o futuro das negociações é incerto, uma vez que as cinco primeiras rondas de negociações entre os EUA e o Irão ocorreram antes dos ataques israelitas e norte-americanos ao programa nuclear iraniano.
A sexta ronda de negociações sobre o programa nuclear iraniano, agendada para 15 de junho, foi cancelada devido à guerra desencadeada dois dias antes pelo ataque israelita ao Irão.
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse na quinta-feira que iriam retomar as conversações com o Irão na próxima semana, sugerindo um possível acordo sobre o programa nuclear de Teerão.
Pouco tempo depois, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros negou qualquer reunião com os EUA na próxima semana, afirmando que Teerão estava a avaliar se as conversações com Washington eram do seu interesse.
"As especulações sobre o retomar das negociações não devem ser levadas a sério", disse Abbas Araghchi. "Gostaria de deixar claro que não foi alcançado nenhum acordo ou entendimento para iniciar as novas negociações. Ainda não há um plano para iniciar as negociações", insistiu.
O responsável pela diplomacia iraniana reconheceu que os danos provocados pelos bombardeamentos às instalações nucleares "não foram pequenos", e explicou que as autoridades competentes estavam a tentar perceber as circunstâncias atuais do programa nuclear iraniano, o que, segundo ele, influenciaria a futura posição diplomática do Irão.