Estados Unidos com a mira nos juízes do Tribunal Penal Internacional
O Tribunal Penal Internacional (TPI), que julgou criminosos de guerra nas últimas décadas está sob ataque dos norte-americanos, com a Câmara dos Representantes nos Estados Unidos a visar o tribunal depois de a instituição ter emitido mandados de detenção para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu anterior ministro da Defesa, Yoav Gallant.
O Tribunal Penal Internacional, que julgou criminosos de guerra como Radovan Karadzic e Slobodan Milosevic por crimes na Bósnia, ou dezenas de líderes políticos e militares africanos por crimes de guerra e contra a Humanidade, de genocídio e de agressão, poderá agora vir a sofrer a punição dos Estados Unidos, que nunca assinaram o tratado que instituiu o tribunal com o Estatuto de Roma, não reconhecendo a jurisdição do TPI (desse lado da barricada estão também a Rússia, China e Israel).
O TPI prepara-se assim para eventuais ondas de choque desta nova era Trump que cheguem à Haia mediante sanções, eventualmente financeiras, e decidiu pagar salários com três meses de avanço. De acordo com uma fonte citada pela Reuters, há receio que a gigante de tecnologia norte-americana Microsoft pare de trabalhar com o tribunal.
Espera-se que quaisquer bancos com vínculos com os Estados Unidos, ou que realizem transações em dólares, tenham que cumprir as sanções, limitando severamente a capacidade do TPI em realizar transações financeiras.