França aguarda medidas de Macron

por RTP
Reuters

Os confrontos deste sábado entre polícia e “coletes amarelos” resultaram em 1.723 interpelações, em que 1.220 pessoas acabaram por ficar sob custódia policial. Foi a quarta manifestação deste movimento, novamente protestos que se revelaram violentos. O primeiro-ministro francês veio dizer que é preciso “recuperar a unidade nacional”, anunciando que o Presidente Emmanuel Macron vai propor “medidas” na próxima semana. O porta-voz do gabinete de Macron veio já este domingo reforçar que se trata de "anúncios importantes".

O movimento dos “coletes amarelos” já convocou nova manifestação para o próximo sábado. Será o quinto fim de semana de protestos, que se têm verificado de grande violência, sobretudo na capital. As manifestações já duram há um mês, com várias reivindicações em torno do poder de compra em França.

O mais recente balanço, apresentado já este domingo, aponta para 1.723 interpelações, em que 1.220 pessoas acabaram por ficar sob custódia policial no sábado. Mais de 130 pessoas ficaram feridas. Por toda a França houve mais de 125 mil pessoas em protesto.

"O diálogo começou" e "nós precisamos de voltar a recuperar a unidade nacional para o diálogoNo próximo dia 15 é lançado um debate público sobre os impostos e despesas públicas, que deverá reunir até março sindicatos, eleitos e cidadãos. , para o trabalho, para o encontro", declarou o chefe do Governo, durante uma visita ao ministério do Interior, já no final dos protestos.

"O Presidente da República vai falar. Vai propor medidas que vão contribuir para o diálogo e que permitirão, assim espero, que a nação francesa se encontre e esteja à altura dos desafios que existem e que vão continuar a surgir nos próximos anos", acrescentou, sem avançar detalhes.

O porta-voz do gabinete de Macron veio já este domingo reforçar que se trata de "anúncios importantes".

O Presidente francês, o principal alvo da contestação dos “coletes amarelos”, que exigem a sua saída, tem estado em silêncio, lançando o primeiro-ministro para a reação aos protestos. Este sábado, Emmanuel Macron apenas colocou uma publicação no Twitter, agradecendo à polícia pela “coragem e excecional profissionalismo”.



O Eliseu já veio confirmar que Macron deverá falar no início da semana.

Edouard Philippe destacou a sua "admiração pelas forças de ordem que fizeram respeitar a lei perante" indivíduos que "não veem para exprimir as suas opiniões, mas apenas para provocar, por vezes saquear".

"A vigilância e a mobilização continuam em vigor porque, em Paris e em certas cidades da província, eventos desordeiros ainda estão em ação", disse, considerando necessário haver "muita prudência".

O ministro do Interior considerou que ontem se colocou “um ponto final à escalada de violência”.

Ontem, mais de 89 mil polícias estiveram empenhados nas manifestações dos “coletes amarelos”. Mais de oito mil estavam em Paris.

Na passada quarta-feira, o chefe de Estado anunciou a anulação em 2019 do aumento de impostos sobre os combustíveis, depois de, num primeiro momento, o primeiro-ministro ter anunciado o congelamento da medida durante seis meses. O chefe de governo é alvo de uma moção de censura apresentada pela esquerda (socialistas, comunistas e o França Insubmissa). Deverá voltar a falar perante a Assembleia Nacional já na próxima semana.

A concessão às reivindicações dos protestantes não foram suficientes para ontem demover os manifestantes.
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