Reportagem

“Coletes amarelos”. Paris em alerta máximo

por RTP

Com a noite a abater-se sobre Paris, as forças de segurança dizem ter a situação controlada. De acordo com os últimos dados, 125 mil manifestantes estiveram na rua por toda a França, 10 mil em Paris. Foram identificados 1385 e detidos 974. Ficaram feridos 118 manifestantes e 17 membros das forças de segurança. O ministro do Interior sublinha que apenas o elevado nível de policiamento permitiu controlar a manifestação dos “coletes amarelos”. Se necessário, acrescentou, este nível manter-se-á no domingo.

Mais atualizações

19h45 - Balanço ao final da noite

Num balanço praticamente final das manifestações deste sábado do movimento dos "coletes amarelos", os dados apontam para 118 manifestantes e 17 membros das forças de segurança feridos. Por toda a França estiveram na rua 125 mil manifestantes, 10 mil em Paris. Foram identificadas 1385 pessoas e detidas 974.

19h06 - Polícia diz estar a esvaziar as ruas de Paris dos últimos manifestantes



18h13 - Trump volta a usar situação para atacar Acordo de Paris

Num segundo tweet, o presidente americano volta a atacar o acordo para o clima assinado em 2015 na capital francesa: "Talvez esteja na hora de pôr fim ao ridículo e demasiado caro Acordo de Paris e devolver o dinheiro às pessoas através de uma baixa de impostos".


17h20 - Um milhar de identificados e 724 detidos

Um balanço ao início da noite (hora francesa) aponta para mais de 950 pessoas identificadas durante os protestos do movimento dos "coletes amarelos". De acordo com fonte da polícia, 724 foram detidas.

O Governo tinha indicado antes que a meio do dia estavam a manifestar-se cerca de 31.000 pessoas em toda a França, das quais 8.000 em Paris.

Os confrontos no centro de Paris já duram há várias horas, com a polícia a utilizar gás lacrimogéneo e canhões de água.

Montras partidas e uma galeria comercial atacada é outra das faces visíveis da revolta dos manifestantes.

17h11 - Primeiro-ministro desceu à rua

O primeiro-ministro Edouard Philippe deixou no Twitter um elogio às forças de segurança: "Às nossas forças policiais. Gratidão, admiração e apoio".




17h01 - Noite não desmobiliza "coletes amarelos"

A noite cai sobre Paris, mas os manifestantes não desmobilizam.

16h00 - Novo balanço: 551 detidos sob custódia

A situação está longe de acalmar. Na última hora e meia, de acordo com novo balanço, foram detidos e mantidos sob custódia policial mais meia centena de manifestantes.

14h40 - 508 pessoas sob custódia policial

Novo balanço aponta para 615 interpelações para interrogatório. 508 pessoas ficaram sob custódia policial.

Ao início da tarde, um restaurante foi incendiado numa das ruas transversais à Avenida dos Campos Elíseos, como constatou a repórter da RTP, Rosário Salgueiro.



14h20 – Intervenções sistemáticas para limitar danos

O Ministério do Interior pediu no Twitter que os manifestantes tenham “prudência” perante as intervenções sistemáticas para “limitar os danos” em Paris.




13h59 – Blindado e unidade equestre acionados

Um dos carros blindados teve de ser usado para apagar alguns objetos que foram incendidados.



Perto da Praça da República, há relatos de uma intervenção da unidade equestre para ajudar a dispersar os manifestantes. Os bombeiros também tiveram de atuar.

Durante a última hora, houve momentos de grande tensão com a polícia, como testemunharam os repórteres da RTP.


13h46 - 475 pessoas sob custódia policial

Novo balanço aponta para 598 interpelações para interrogatório. 475 pessoas ficaram sob custódia policial

13h30 – Ponto de situação: o que aconteceu durante a manhã em França

Manifestantes do movimento "coletes amarelos" estão em Paris e por toda a França contra a política governamental. Durante esta manhã, viveram-se momentos de tensão com a polícia, que usou gás lacrimogéneo e canhões de água. Já foram detidas centenas de pessoas e há já registo de feridos.


12h57 - Surgem imagens de caixotes a arder e barricadas

Começam a surgir imagens de caixotes do lixo a arder e barricadas de fogo.





12h55 - Trump diz que “povo não quer pagar” para “talvez proteger o Ambiente”

O presidente norte-americano usou a rede social Twitter para reagir aos protestos em Paris. Donald Trump argumenta que o Acordo de Paris não está a funcionar bem para a capital. “O povo não quer pagar elevadas quantias, muito para países do terceiro mundo(…), para ‘talvez’ proteger o Ambiente”.




12h38 - "Não deixam o povo manifestar-se"

Um dos "coletes amarelos" disse à RTP que as autoridades estão a tentar impedir a manifestação, controlando os movimentos em vários locais. "A França está a fazer fake news, a dizer que não há nada, que não se passa nada. Mas o povo está chateado, está na rua e não deixam o pessoal manifestar-se", garantiu.

Este manifestante critica as movimentações policiais, ao mesmo tempo que enumera as razões para participar neste protesto, exigindo mais igualdade em França e denunciando grande dificuldades económicas no dia a dia.


12h30 - 31 mil manifestantes em França, 700 interpelados

Laurent Nuñez, secretário de Estado do ministro do Interior, revelou em entrevista à France 2 que, em toda a França, estarão em protesto 31 mil pessoas. Em todo o território, foram já efetuadas 700 interpelações. Só em Paris, foram 575.

Nuñez realçou que as autoridades têm conseguido neutralizar os radicais.


12h20 - Mélenchon: “Campanhas de intimidação não impediram a mobilização”

Jean-Luc Mélenchon, líder do França Insubmissa, considerou já que as “campanhas de intimidação não impediram a mobilização”.

A ausência de violência este sábado, pelo menos até agora, “vai naturalmente fortalecer o movimento” e realça que a situação “marca a falha do poder e da sua tentativa de reverter a mobilização”.

12h00 - Sobe a tensão em Paris

A polícia não estará a deixar passar os manifestantes nos Campos Elíseos, o que está a gerar momentos de maior tensão na capital francesa. A polícia usou canhões de água para dispersar a multidão.

Um novo balanço das autoridades aponta para 575 interpelações e 361 detidos.

11h51 – 335 pessoas sob custódia policial

Polícia de Paris fez novo balanço das operações até ao momento. As forças de ordem procederam a 554 interpelações, tendo 335 pessoas ficado detidas.

No terreno, mantêm-se milhares de manifestantes, mas o cenário está longe daquele que Paris viveu há uma semana, no sábado. Apesar de algumas escaramuças, detenções e uso de gás lacrimogéneo pontualmente, o ambiente é de relativa calma.

11h31 - “Coletes amarelos” na Bélgica: 70 detenções em Bruxelas

Cerca de 70 pessoas foram detidas no âmbito de controlos preventivos na manifestação dos “coletes amarelos” que decorre em Bruxelas, avança a agência France Presse.

11h26 - Polícia retira cirurgicamente manifestantes perturbadores

A polícia tem optado por fazer interpelações cirúrgicas entre os manifestantes, retirando do grupo elementos perturbadores.

11h15 - Grenoble: um dos líderes dos “coletes amarelos” foi interpelado

Julien Terrier foi interpelado para interrogatório, por ser um dos organizadores da manifestação não autorizada, adiantou a Prefeitura de l’Isère à BFMTV.

10H55 - 272 pessoas sob custódia policial

Os últimos números apontam para 514 pessoas levadas para inquérito, tendo 272 ficado sob custódia policial, detidas.

10h16 - 211 detenções efetuadas

As autoridades já procederam à detenção de 211 pessoas ficaram sob custódia policial e irão ser presentes aos juizes. Houve 481 interpelações. Este número é já superior ao número de interpelações (412) realizadas na capital no passado sábado.

O número foi anunciado pelo primeiro-ministro, que aproveitou para “agradecer todos aqueles que fizeram um apelo à calma, para fazer com que os franceses que desejam exprimir as suas reivindicações não sejam confundidos com desordeiros em confronto com as forças de ordem”.

Edouard Philippe apelou à continuação do diálogo” que se iniciou esta semana com os representantes dos “coletes amarelos”. O primeiro-ministro esteve ontem à noite reunido com representantes deste movimento, mas o encontro não foi suficiente para desmobilizar a manifestação de hoje.

Foto Reuters

10h09 - Ponto de situação no Ministério do Interior


O ministro tinha feito já um alerta aos manifestantes, para não se misturarem com grupos radicais. O Governante justificou ainda a forte presença policial em todo o país.

10h00 - Aumenta tensão entre polícia e manifestantes

Os manifestantes atiram 'petardos' na direção da polícia, que responde com gás lacrimogéno, como testemunham os repórteres da RTP no local. Não há notícia, para já, de confrontos físicos.


09h46 - Polícia utiliza gás lacrimogéneo para dispersar

De acordo com os media franceses, a polícia recorreu ao gás lacrimogéneo para dispersar pequenos grupos de manifestantes.Os vídeos partilhados nas redes sociais atestam isso mesmo.




09h35 - Câmara de Paris com célula de crise

Anne Hidalgo convocou este sábado uma célula de crise para acompanhar a evolução das manifestações em Paris.



09h32 - “Coletes amarelos” tentam condicionar acessos na periferia de Paris

Os manifestantes estão em vários pontos de acesso a Paris, tentam condicionar o acesso à cidade. “Estamos rodeados pela polícia. As coisas estão calmas”, refere um dos manifestantes no Twitter.




09h30 - Veículos da polícia concentrados nos Campos Elíseos

Mais viaturas policiais foram colocadas na avenida parisiense já que é aqui que se estão a concentrar os manifestantes. Entre as viaturas, estão dois carros blindados, que já não eram usados em Paris desde 2005.


O jornal Le Figaro e a BFMTV avançam que pelo menos 354 foram já interpeladas pelas autoridades e que 127 foram detidas.


09h20 - Primeiro-ministro está no Ministério do Interior

Edouard Philippe chegou perto das 10h00, hora francesa (9h00 em Portugal) ao Ministério do Interior para fazer o primeiro ponto de situação.

Ontem à noite, o primeiro-ministro esteve reunido com o representante dos “coletes amarelos”. O encontro não foi suficiente para desconvocar os protestos de hoje.

09h00 - Interpelações decorrem em vários pontos de acesso a Paris




08h40 - Polícia adapta dispositivo policial

A tática policial é hoje diferente daquela utilizada no passado sábado, quando houve confrontos e foram vandalizados lojas, carros e até mesmo o Arco do Triunfo.

Os manifestantes começam a chegar ao centro de Paris. Entre eles, há também um luso-descendente. Leonel considera que as condições de vida estão muito difíceis e é essa a razão para participar neste protesto.

Leonel garante que o movimento dos "coletes amarelos" não vai esmorecer até que o Governo caia. "É obrigado a ir embora. Porque se na semana que vem, o senhor Macron não fizer nada, para a semana estamos aqui outra vez", garante.

O luso-descendente teme novas cenas de violência na manifestação de hoje, dizendo que a polícia francesa é muito violenta com os manifestantes.

8h30 - Eliseu é o destino dos "coletes amarelos"

Os "coletes amarelos" pretendem na manifestação deste sábado, chegar o mais perto possível do Eliseu, a residência oficial do Presidente francês Emmanuel Macron, o principal alvo de contestação deste movimento.

8h25 - Centenas de interpelações em Paris antes do início da manifestação

Pelo menos 312 interpelações foram já realizadas em Paris, antes do início da manifestação dos "coletes amarelos", segundo fonte policial. 32 pessoas ficaram detidas.

As autoridades temem o regresso dos tumultos urbanos em Paris pelo que reforçaram os controlos nas estações e realizaram buscas sistemáticas junto aos locais de concentração.

Mobilização policial “sem precedentes”

Há 89 mil polícias mobilizados por toda a França, cerca de dez mil só em Paris. A capital francesa tem carros blindados da Gendarmerie, lojas fechadas nos Campos Elíseos, inúmeros museus e atrações turísticas encerradas, espetáculos desmarcados e jogos de futebol adiados. A polícia mobilizou um dispositivo “sem precedentes” e o executivo tenta a todo o custo evitar que França e, sobretudo, Paris se tornem palco de cenas de guerrilha urbana como as verificadas na passada semana.

O Presidente francês permanece calado publicamente e só deve pronunciar-se na segunda-feira sobre as manifestações ligadas ao movimento dos “coletes amarelos”.

A estratégia de Emmanuel Macron parece passar por não acicatar os ânimos dos “coletes amarelos” antes da realização de uma nova manifestação, convocada para este sábado através das redes sociais. Só na segunda-feira se deverá dirigir de viva voz aos franceses sobre este tema. “O Presidente da República não está ‘febril’, está inquieto”, disse o ministro da Agricultura Didier Guillaume.

“A raiva permanece indescritível e fora de controlo”, admitiu o primeiro-ministro Édouard Phillipe.

Mobilizados há cerca de três semanas, o movimento de contestação à política fiscal e social do Governo que pede a demissão de Macron, os “coletes amarelos”, conseguiram as primeiras concessões nos últimos dias. A mais evidente é o anúncio de que o aumento do imposto sobre os combustíveis, o rastilho que espoletou a revolta, a ser adiado durante todo o ano de 2019.

Anúncios que em vésperas da realização de mais uma manifestação, parecem não ter sortido efeito, julgadas pelos “coletes amarelos” como insuficientes. O movimento, destruturado, sem líder, fora dos quadros estabelecidos, não terá acalmado perante as concessões.

“Estas três semanas fizeram nascer um monstro que escapou aos seus criadores”, declarou o ministro do Interior, Christophe Castaner para definir o movimento dos “coletes amarelos”, que começou com a revolta de franceses com baixos rendimentos.

Na passada semana, as ruas de Paris transformaram-se num palco de batalha, de “guerrilha urbana”, com carros e lojas incendiados, confrontos com a polícia, gás lacrimogéneo e o Arco do Triunfo, símbolo nacional, vandalizado.

Foi a terceira e mais violenta jornada de protestos em França contra o aumento dos combustíveis e o elevado custo de vida. Mais de cinco mil manifestantes saíram este sábado às ruas de Paris. A polícia agiu com punho de ferro.


O executivo alerta que este sábado a França vive um estado de alerta máximo. Emmanuel Macron pediu aos partidos políticos, sindicatos e ao patronato para “lançarem um apelo claro e explícito à calma”. Num gesto raro, sete sindicatos condenaram “todas as formas de violência” e responsáveis partidários, da direita à esquerda, fizeram o mesmo.

Apelos à calma que não anularam a mobilização de um dispositivo policial “sem precedentes”, como admitiu o diretor geral da Gendarmerie, Richard Lizurey. Nenhum polícia pode folgar este fim de semana.

No total, são 89 mil polícias mobilizados em toda a França. Oito a dez mil só em Paris, praticamente o dobro dos efetivos que estavam destacados para a manifestação do último sábado. Haverá inclusivamente uma dúzia de veículos blindados na capital. “A força permanecerá na lei”, garantiu o ministro do Interior.

A Torre Eiffel está encerrada, bem como museus como o do Louvre ou o d’Orsay. O Centro Pompidou está fechado, e inúmeros espetáculos foram cancelados. Na Liga francesa de futebol, seis jogos da 17ª jornadas terão de ser remarcados. Nos Campos Elíseos, palco dos confrontos da semana passada, as lojas não vão abrir.

Ao longo daquela que é uma das principais avenidas de Paris, os comerciantes colocaram proteções frente às suas lojas.
Os prejuízos estimados decorrentes das manifestações e bloqueios de estradas pelos “coletes amarelos” são de 400 milhões de euros nos transportes de mercadorias, perdas de 25% na grande distribuição, 50% de quebras no turismo em toda a França. Os comerciantes dizem ter perdido cerca de mil milhões de euros desde que os protestos começaram.

Emmanuel Macron personaliza o alvo desta contestação. Eleito em 2017, o Presidente francês regista nova descida nos níveis de popularidade. Uma sondagem publicada pelo Le Figaro esta semana mostra que Macron tem 21% de popularidade e que mesmo 54% dos eleitores que votaram Macron apoiam o movimento do “colete amarelo”.