Israel. Benjamin Netanyahu dissolve gabinete de guerra

por Joana Raposo Santos - RTP
Foto: Jack Guez - Pool via Reuters

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, dissolveu esta segunda-feira o seu gabinete de guerra, composto por seis membros. A informação, avançada por um funcionário do Governo, chega após a saída do ex-general Benny Gantz deste gabinete e do próprio Executivo, devido a divergências com o líder do país sobre os planos para o pós-guerra.

Netanyahu deverá agora passar a realizar reuniões sobre a guerra em curso em Gaza com um pequeno grupo de ministros, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, que até agora faziam parte do gabinete de guerra.

O gabinete de guerra foi formado depois de Benny Gantz se ter juntado a Benjamin Netanyahu num governo de união nacional no início da guerra no Médio Oriente, em outubro.

Para além de Gantz, o gabinete incluía como observadores o seu colega de partido Gadi Eisenkot e o chefe do partido religioso Shas, Aryeh Deri.

No entanto, Gantz e Eisenkot abandonaram o Governo israelita na semana passada, devido ao facto de Netanyahu não ter ainda definido uma estratégia para o futuro da guerra em Gaza.

No domingo, o partido de Netanyahu acusou Benny Gantz de "fugir da guerra" ao abandonar o gabinete de guerra e o Governo.

"Um homem que fugiu da guerra não vai dar lições de moral ao primeiro-ministro Netanyahu", escreveu o partido conservador Likud, em resposta às declarações do partido Unidade Nacional, liderado por Gantz, que classificou o líder israelita como "derrotista".

Para além das polémicas com Gantz, o primeiro-ministro israelita tem vindo a ser pressionado pelos parceiros nacionalistas da sua coligação, nomeadamente o ministro das Finanças Bezalel Smotrich e o ministro da Segurança Nacional Itamar Ben-Gvir, para serem incluídos no gabinete de guerra.

Caso se concretizasse, tal decisão teria intensificado as tensões com os aliados internacionais, incluindo os Estados Unidos.
Rafah e sul de Gaza continuam sob ataque
Entretanto, em Rafah e no sul de Gaza, as hostilidades continuam apesar do anúncio das forças armadas israelitas, no domingo, de pausas táticas nas operações para permitir a entrada de ajuda humanitária.

A informação foi avançada pelo chefe da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, a jornalistas em Oslo, esta segunda-feira.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, criticou no domingo os planos anunciados pelos militares para realizar pausas diárias nos combates ao longo de uma das principais estradas que levam ao enclave palestiniano.

A última contagem do Ministério da Saúde de Gaza dá conta de pelo menos 37.337 palestinianos mortos e 85.299 feridos durante a ofensiva israelita no território desde 7 de outubro.
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