A intenção foi anunciada quando falta uma semana para as eleições legislativas israelitas. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro que busca a reeleição, diz que irá anexar o Vale do Jordão, na Cisjordânia, logo após as eleições.
Seguir-se-ão outros colonatos, após a publicação do plano de paz do Presidente norte-americano, Donald Trump, a qual irá ter lugar dias depois das eleições israelitas, acrescentou.
"Hoje, anuncio a minha intenção, após o estabelecimento de um novo Governo, de estender a soberania israelita ao Vale do Jordão e ao norte do Mar Morto", afirmou o primeiro-ministro, num discurso televisivo transmitido em direto pelos principais canais israelitas.
Esta é "uma oportunidade histórica" para tais anexações, considerou Netanyahu.
Pouco antes do anúncio, David Elhayani, líder do conselho regional do Vale do Jordão, agradeceu a Natanyahu por "um momento histórico para o Estado de Israel".
Benjamin Netanyahu já fez promessas semelhantes de extensão da soberania israelita sobre a Cisjordância ou pelo menos partes desta, apesar de todas a oposição internacional.
Estratagema eleitoral
Habitualmente, estes anúncios de Netanyahu surgem na véspera de atos eleitorais nos quais o primeiro-ministro é candidato. Os mais críticos consideram-nos pura campanha eleitoral.
O partido Lavan, de Benny Gant'z e a União Democrática, uma aliança de esquerda, procuraram impedir a transmissão em direto do discurso desta terça-feira, mas em vão.
O presidente do Comité Eleitoral central, Hanan Melcer, invalidou o pedido, feito com base no argumento de que se tratava de um ato de campanha ilegal.
Antes do discurso, o Presidente palestiniano, Mohammad Shtayyeh, previu o teor do anúncio de Netanyahu, considerando-o sobretudo um estratagema eleitoral.
"O território da Palestina não faz parte da campanha eleitoral de Netanyahu", afirmou Shtayyeh, num encontro com o cônsul de Espanha.
"Se ele acredita que irá ganhar votos a curto prazo por anexar blocos de colonatos, então ele e Israel são os derrotados no longo prazo", acrescentou.
O Presidente palestiniano apelou então à Espanha e a outros países europeus para reconhecerem o Estado da Palestina o mais depressa possível, de acordo com a solução dois-estados.
O plano de Kushner
O plano de paz de Donald Trump, engloba as propostas da atual Administração norte-americana para resolver o diferendo israelo-paletiniano.
Resulta do trabalho de uma equipa liderada pelo Conselheiro do Presidente e seu genro, Jared Kushner.
Divide-se em duas partes, uma económica e outra política. Esta última deverá ser apresentada antes do final de setembro.
A parte económica foi já apresentada, em 22 de junho último, sob o título "Paz para a Prosperidade". Prevê investimentos de 50 mil milhões de dólares, a ser aplicados maioritariamente em Gaza e na Cisjordânia.
Inclui uma série de projetos específicos, entre os quais a construção de um corredor de transportes através de Israel, a ligar os dois territórios palestinianos através de uma auto-estrada e talvez caminhos de ferro.
Entre mais de 150 projetos, estão previstos investimentos em centrais energéticas e nas redes de água potável e sanitária, melhoramentos para impulsionar o turismo, a reconstrução e reequipamento dos hospitais palestinianos e de clínicas médicas, melhoramentos em portos e no transporte de cargas,a multiplicação de travessias fronteiriças, um registo moderno de posse de terras, e uma Universidade Palestiniana.
O plano, baseado num mercado livre, pretende maior proteção dos direitos de propriedade e "uma estrutura de impostos pró-crescimento". A maioria dos 50 mil milhões de dólares seriam financiados por paises árabes, em empréstimos e doações, e por privados. O Egito, a Jordânia e o Líbano receberiam igualmente parte dos investimentos.
Pressão sobre NetanyahuResulta do trabalho de uma equipa liderada pelo Conselheiro do Presidente e seu genro, Jared Kushner.
Divide-se em duas partes, uma económica e outra política. Esta última deverá ser apresentada antes do final de setembro.
A parte económica foi já apresentada, em 22 de junho último, sob o título "Paz para a Prosperidade". Prevê investimentos de 50 mil milhões de dólares, a ser aplicados maioritariamente em Gaza e na Cisjordânia.
Inclui uma série de projetos específicos, entre os quais a construção de um corredor de transportes através de Israel, a ligar os dois territórios palestinianos através de uma auto-estrada e talvez caminhos de ferro.
Entre mais de 150 projetos, estão previstos investimentos em centrais energéticas e nas redes de água potável e sanitária, melhoramentos para impulsionar o turismo, a reconstrução e reequipamento dos hospitais palestinianos e de clínicas médicas, melhoramentos em portos e no transporte de cargas,a multiplicação de travessias fronteiriças, um registo moderno de posse de terras, e uma Universidade Palestiniana.
O plano, baseado num mercado livre, pretende maior proteção dos direitos de propriedade e "uma estrutura de impostos pró-crescimento". A maioria dos 50 mil milhões de dólares seriam financiados por paises árabes, em empréstimos e doações, e por privados. O Egito, a Jordânia e o Líbano receberiam igualmente parte dos investimentos.
Já dois dias antes das últimas eleições, em abril, o primeiro-ministro disse que iria anexar a Cisjordânia, se fosse re-eleito.
"Um estado palestiniano irá ser um perigo para a nossa existência e eu aguentei uma enorme pressão nos últimos oito anos, nenhum outro primeiro-ministro agentou tal pressão. Temos de controlar o nosso destino", defendeu Netanyahu.
No início deste mês, num discurso no colonato de Elkana, na Cisjordânia, o chefe do executivo israelita, revelou que pretende estender a soberania de Israel a todos os colonatos judeus na regão.
"Não voltarão a ser arrancados", prometeu Netanyahu na ocasião.