Legislativas 2022. PAN aberto a negociações, exceto com "a extrema-direita"
Inês Sousa Real, líder do Pessoas, Animais e Natureza, avançou esta segunda-feira que o partido está aberto a negociações com os partidos que "se comprometam" com as suas causas. Em entrevista à RTP, a deputada acrescentou que a exceção é apenas a "extrema-direita", com a qual se recusa a formar alianças nas Legislativas de janeiro.
Assim sendo, para estas legislativas o PAN coloca como fasquia alcançar o “lugar que acabámos por perder com a saída da deputada não-inscrita” Cristina Rodrigues.
A líder do Pessoas, Animais e Natureza esclareceu ainda à RTP que o partido não se revê na “dicotomia que tem persistido no nosso país e nesta bipartidarização de esquerda e direita”.
Por essa razão, o PAN vai manter-se cauteloso em relação a negociações com outras forças políticas, que teriam de se “comprometer com as causas” do partido.
“A nossa grande linha vermelha é a força populista antidemocrática de extrema-direita”, uma vez que os Direitos Humanos, o combate ao racismo e à xenofobia, assim como o reforço da democracia são as principais bandeiras do PAN.
Sobre o papel do PAN para o país, a deputada relembrou que o Pessoas, Animais e Natureza “é o partido ambientalista em Portugal”, tendo já conseguido alcançar diversas metas, entre as quais a da redução da tarifa da eletricidade.
Para Inês Sousa Real, o PAN é um “partido de presente e de futuro”, pelo que “as soluções [para o país] têm de passar necessariamente por aquela que é a visão do PAN”, que “faz falta ao país e à democracia”.
Polémica das estufas “não prejudica o PAN”
A líder partidária tem estado envolvida em polémicas em torno das suas práticas enquanto empresária, sendo acusada, nomeadamente, de praticar agricultura intensiva, de utilizar plásticos e de se dedicar à exportação.
Questionada sobre esta controvérsia, Inês Sousa Real disse ser importante esclarecer que “o PAN tem incomodado muitos setores, nomeadamente a CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal)”, entidade que “veio criar confusão na cabeça das pessoas, atacando os pequenos produtores”.
Inês Sousa Real considera que a CAP “foi manifestamente oportunista, na pessoa do seu secretário-geral, nos ataques que fez ao PAN”.
Quando questionada pela RTP sobre a razão pela qual passou uma das suas empresas para a sogra e, logo de seguida, para o marido, a porta-voz do PAN defendeu que “só de má-fé” se pode considerar que exista algo de estranho nessas ações.
“Como abracei este desafio de ser deputada na Assembleia da República, não tenho tempo para me dedicar a acompanhar o meu marido nestas empresas”, justificou. Sobre ter realizado o processo por via da sogra, Inês Sousa Real explicou que, por ser casada por regime de comunhão de bens, não é possível transmitir diretamente entre conjugues.
“Esta polémica não prejudica o PAN”, garantiu.