Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Inês Moreira Santos, Carlos Santos Neves - RTP

Sessenta por cento das habitações em Mariupol estão destruídas, 20 por cento das quais não podem ser reconstruídas Alessandro Guerra/ Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h57 - Ex-chanceler alemão renuncia ao cargo no conselho de supervisão da Gazprom

O ex-chanceler alemão Gerhard Schröder, próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, e sob fogo desde a invasão da Ucrânia, anunciou na terça-feira que não se juntaria ao conselho de supervisão empresa de gás russa Gazprom.

"Renunciei a uma nomeação para o conselho de supervisão da Gazprom há muito tempo. Também informei a empresa", garantiu o antigo governante numa curta mensagem na rede profissional LinkedIn.

Gerhard Schröder, de 78 anos, disse que ficou "surpreendido" com a divulgação, na imprensa alemã, de artigos a alegar que o antigo chancelar havia sido oficialmente nomeado pela Gazprom para um cargo na terça-feira.

Este anúncio ocorre quatro dias após a sua saída da petrolífera russa Rosneft, da qual era presidente do conselho de administração.

(Agência Lusa)

00h45 - Finlândia e Suécia na Turquia para desbloquear adesão à NATO

Já estão na Turquia as delegações finlandesa e sueca que vão tentar resolver a oposição turca ao pedido de adesão à NATO.

As objeções de Ancara colocaram entraves ato de adesão que a Suécia e a Finlândia esperavam que fosse um processo rápido.

Os dois países procuram reforçar sua segurança após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Erdogan tem insistido na oposição à entrada a estes dois países, porque diz que a Suécia e a Finlândia abrigam pessoas ligadas ao grupo militante do Partido dos Trabalhadores do Curdistão.

Ancara confirmou que as negociações vão começar esta quarta-feira.

00h36 - Canadá vai enviar 20.000 munições para artilharia pesada às forças ucranianas

O Canadá vai doar à Ucrânia 20.000 munições para artilharia pesada, aumentando a ajuda militar para que as forças ucranianas possam continuar a combater a invasão russa, divulgou esta terça-feira a ministra da Defesa canadiana.

A munição de calibre 155, padrão para os países da NATO, pode ser usada por equipamentos de artilharia pesada enviadas à Ucrânia pelos Estados Unidos e Canadá desde o início da invasão russa, há três meses.

Em abril, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, tinha anunciado que Otava ia fornecer às forças ucranianas equipamentos de artilharia pesada, especificamente obuses M777, que tinham sido pedidos pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

00h05 - Rússia assume controlo de três cidades de Donetsk

O governador de Donetsk confirmou que a Rússia assumiu o controlo de três cidades da região.

Em Mariupol foram descobertos 200 corpos entre os escombros de um prédio.

23h35 - Rússia anuncia conclusão da desminagem no porto de Mariupol e arredores


A Rússia terminou os trabalhos de desminagem no porto de Mariupol e nas áreas costeiras nos arredores da cidade no sudeste da Ucrânia, desativando mais de 12.000 engenhos explosivos, divulgaram hoje o Ministério da Defesa e os 'media' russos.

"Uma série de tarefas foram realizadas para eliminar o perigo das minas", realça o comunicado da Defesa russa, divulgado na rede social Telegram.

O trabalho realizado por especialistas russos teve como foco o porto de Mariupol e "áreas costeiras adjacentes", pode ler-se.

Segundo os 'media' russos, mais de 12.000 engenhos explosivos foram neutralizados em Mariupol.

(Agência Lusa)

22h45 - Suíça anuncia conferência sobre a reconstrução em julho

O Presidente suíço anunciou hoje a realização de uma conferência sobre a reconstrução da Ucrânia, a 4 e 5 de julho na Suíça, para mobilizar fundos para o país atingido por destruições maciças desde a invasão russa.

Uma conferência sobre as reformas ucranianas estava inicialmente prevista para essa data na cidade de Lugano, mas o seu título e objetivo foram alterados devido ao contexto, disse Ignazio Cassis numa conferência de imprensa em Davos.

"A conferência sobre a recuperação da Ucrânia será dedicada ao processo de reconstrução", disse o Chefe de Estado durante o discurso, para o qual o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, foi convidado por vídeo-conferência. O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, foi convidado para estar presente, mas a chegada foi atrasada por problemas de transporte.

Ainda não são conhecidos os detalhes dos futuros participantes na conferência. Foi enviado um convite a cerca de 40 líderes.

(Agência Lusa)

22h00 - Situação em Lugansk "a piorar de hora para hora"

A situação no terreno na região de Lugansk está "a piorar de hora para hora", disse o governador regional Sergiy Gaidai, na rede social Telegram. Os militares russos têm feito progressos significativos nos últimos dias na região.

"A situação é muito difícil e infelizmente só está a piorar. Está a piorar de hora para hora", afirmou numa declaração vídeo.


21h30 - Cerca de 200 corpos encontrados entre escombros numa cave em Mariupol

Cerca de 200 corpos foram encontrados na base de um edifício residencial destruído em Mariupol, cidade no sudeste da Ucrânia sitiada e fortemente bombardeada durante quase três meses pelas forças russas, revelou fonte da autarquia.

Petro Andryushchenko, assessor do presidente da Câmara de Mariupol, adiantou que os corpos estavam em decomposição e o mau cheiro pairava sobre o bairro.

A mesma fonte não precisou quando é que os corpos foram descobertos entre os escombros do prédio, mas o número de vítimas faz com que este possa ser um dos ataques mais mortais conhecidos desde o início da invasão russa da Ucrânia, noticia a agência Associated Press.

Mariupol esteve sitiada durante quase três meses, situação que terminou na semana passada após cerca de 2.500 combatentes ucranianos terem abandonado a siderúrgica Azovstal, o último reduto da resistência local.

(Agência Lusa)

21h20 - EUA acabam com exceção que permitia à Rússia pagar dívida em dólares

Os Estados Unidos vão acabar, a partir desta quarta-feira, com a exceção que permitia à Rússia pagar as suas dívidas com dólares, decisão que pode levar Moscovo a entrar em incumprimento, anunciou o Departamento de Tesouro.

Prevista no âmbito das drásticas sanções impostas a Moscovo devido à invasão da Ucrânia, a exceção acabará às 00h01 de quarta-feira (05h01 de Lisboa), dois dias antes do próximo prazo de pagamento da Rússia.

Desde as primeiras sanções contra a Rússia, o Departamento de Tesouro norte-americano tinha concedido aos bancos uma autorização para processar qualquer pagamento de títulos de dívida da Rússia.

21h07 - Comandante militar do regimento Azov está em zona controlada pela Rússia

O principal comandante militar que combateu até ao final da semana passada para tentar manter a cidade portuária de Mariupol sob controlo ucraniano está vivo e em território controlado pela Rússia, disse hoje a sua mulher após um breve contacto telefónico.

Kateryna Prokopenko, casada com Denys Prokopenko, o líder do regimento Azov, disse que o marido lhe perguntou como estava, mas ficou sem ligação antes de conseguir responder. Disse ainda que a chamada telefónica foi possível devido a um acordo entre os governos da Ucrânia e da Rússia e agradeceu a mediação da Cruz Vermelha Internacional, que tem visitado alguns dos soldados ucranianos que se renderam.

No início do mês, a Rússia anunciou a conquista de Mariupol com a rendição de todos os combatentes que se encontravam desde há semanas entrincheirados no grande complexo siderúrgico de Azovstal.

Prokopenko, que prestou declarações à agência noticiosa Associated Press em Kiev, juntamente com Yuliia Fedosiuk, disse que a Ucrânia e a Rússia forneceram garantias sobre um enterro digno para os soldados mortos e algumas condições para os prisioneiros de guerra, permitindo que estabeleçam contactos telefónicos com familiares algumas vezes por semana.

As duas mulheres referiram que várias famílias receberam chamadas nos dois últimos dias. Indicaram ainda não poderem revelar mais detalhes do acordo, mas disseram manter a esperança de que os soldados não serão torturados, e que eventualmente "irão regressar a casa".

A Rússia anunciou, na sexta-feira, que um total de 2.439 militares ucranianos se renderam em Azovstal, uma metalúrgica com mais de 11 quilómetros quadrados que foi o último bastião dos combatentes ucranianos na cidade portuária de Mariupol.

Moscovo divulgou alguns vídeos e fotos, especialmente de feridos em hospitais, mas não avançou o local para onde foram transferidos.

O julgamento dos militares ucranianos que se renderam em Azovstal iniciar-se-á em Mariupol, disse segunda-feira uma fonte familiarizada com o assunto à agência de notícias independente russa Interfax.

O julgamento vai ser seguido de outras etapas, que poderão ocorrer noutras localidades, acrescentou.

O líder separatista Denis Pushilin disse à agência russa Interfax que todos os militares que estiveram entrincheirados na siderúrgica Azovstal até se renderem na semana passada estão presos na autoproclamada República Popular de Donetsk.

(Agência Lusa)

21h00 - Pelo menos 14 civis morreram em combates no Leste da Ucrânia

Os militares ucranianos anunciaram que as tropas russas mataram pelo menos 14 civis na sequência de intensos ataques nas regiões de Lugansk e Donetsk. Quinze pessoas foram feridas.

Numa publicação na rede social Facebook, é referido que as tropas russas usaram aeronaves, artilharia, tanques, morteiros e mísseis nos ataques às duas regiões, em grande parte sob controle dos separatistas russófonos.

20h37 - Presidente ucraniano descreve "banho de sangue" na região do Donbass
O Presidente ucraniano descreveu a ofensiva russa no Donbass como um "banho de sangue" e avisou que as próximas semanas vão ser difíceis.

O governador de Donetsk disse que foram lançados múltiplos ataques com mísseis e bombardeamentos indiscriminados.

20h35 - Presidente da Comissão Europeia acusa Rússia de usar alimentos como arma de guerra
A presidente da Comissão Europeia acusou a Rússia de usar os alimentos como arma de guerra depois de ter feito o mesmo com a energia.

Foram revelados registos do furto de cereais ucranianos através de navios russos numa altura em que a marinha russa bloqueia o tráfego no Mar Negro a embarcações de outras nacionalidades.

Para ajudar a furar o bloqueio, a Dinamarca anunciou a entrega à Ucrânia de misseis anti-navio Harpoon.

20h24 - Premier League aprova compra do Chelsea

A Premier League aprovou a aquisição do Chelsea por cerca de 5 mil milhões de euros (4,25 mil milhões de libras) por um consórcio liderado pelo co-proprietário do LA Dodgers, Todd Boehly.

A liga anunciou que o consórcio passou no teste de proprietários e diretores. 

A licença para a venda do clube londrino ao grupo liderado por Boehly é necessária, uma vez que o clube atua com limitações, devido às sanções impostas ao proprietario, o russo Roman Abramovich.

Neste momento, o Chelsea opera com uma autorização especial que expira em 31 de maio e que lhe permite realizar determinadas operações, como receber dinheiro por direitos televisivos e vender ingressos para determinadas partidas, sendo que precisará de uma extensão especial para poder completar a compra de Boehly.

No entanto, faltam mais etapas para concluir a transação. 

A compra continua sujeita à emissão de uma licença de venda exigida pelo Governo britânico, que não quer que Abramovich obtenha lucro com a venda.

Fontes citadas pela BBC estão convictas que seja alcançado um acordo esta noite. "O último obstáculo resume-se a uma série de detalhes técnicos finais que estão a ser discutidos com o clube", refere um fonte próxima do processo à estação pública britânica.

Uma vez que o oligarca Roman Abramovich detém um passaporte português, as autoridades portuguesas terão também de autorizar o negócio.

“O governo britânico está a estudar possibilidades de alienação daquilo que é, neste momento, propriedade de uma pessoa que está sob lista de sanções. Obviamente, estamos em diálogo com o governo britânico, estamos em diálogo com a Comissão Europeia, mas seremos intransigentes na aplicação das nossas obrigações jurídicas”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

19h47 - Líder russófono diz que foi iniciado assalto à cidade de Lyman 

O líder separatista russófono de Donetsk, Denis Pushilin, assegurou hoje que foi iniciado o assalto à cidade de Lyman, e que metade da localidade, a nordeste da estratégica cidade de Sloviansk, já se encontra ocupada por forças russas.

"Um total de 28 localidades no norte de Donetsk foram hoje libertadas. Agora está a decorrer a fase ativa da libertação da cidade de Lyman", disse à agência noticiosa russa Interfax.

Segundo Pushilin, as unidades da Federação russa, juntamente com as milícias separatistas, "já entraram na própria cidade".

"Cerca de metade da cidade está aproximadamente sob controlo das nossas divisões", assegurou.

A agência noticiosa russófona de Donetsk afirmou por sua vez que vários residentes da cidade confirmaram que decorrem intensos combates em Lyman, com duelos de artilharia e um constante som de explosões.

A localidade é um importante nó ferroviário e tinha cerca de 20.000 habitantes antes do início das hostilidades.

A cidade está ainda próxima de Sloviansk, que por sua vez se situa a poucos quilómetros a norte de Kramatorsk, o bastião militar ucraniano no Donbass.

(Agência Lusa)

19h00 - Rússia faz avanços na província de Donetsk

As forças russas assumiram o controle de três cidades da região de Donetsk, incluindo Svitlodarsk, disse o governador regional Pavlo Kyrylenko a uma rádio local.

Ainda esta terça-feira, a República Popular de Donetsk anunciou na rede social Telegram que as suas forças assumiram o controle da cidade e substituíram a bandeira ucraniana por uma bandeira russa.

Svitlodarsk fica a 80 quilómetros a sudoeste de Severodonetsk, foco dos ataques russos nos últimos dias.

18h30 - Militares ucranianos de Azovstal estão na região de Donetsk

Em declarações à agência russa Interfax, o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk anunciou que todos os militares que estiveram entrincheirados na siderúrgica Azovstal estão presos naquela região.

O julgamento dos militares ucranianos terá início em Mariupol. O julgamento vai ser seguido de outras etapas, que poderão ocorrer noutras localidades, acrescentou Denis Pushilin.

"Penso que não nos devemos atrasar [com o tribunal] e que alguns tribunais intermédios deveriam avançar antes do julgamento principal", explicou Pushilin.

Na sexta-feira, a Rússia anunciou que um total de 2.439 militares ucranianos se renderam em Azovstal, uma metalúrgica com mais de 11 quilómetros quadrados que foi o último bastião dos combatentes ucranianos na cidade portuária de Mariupol.

Moscovo divulgou vídeos e fotos, especialmente de feridos em hospitais, mas tinha referido para onde foram transferidos.

18h19 - Hungria diz que embargo ao petróleo russo é "muito improvável" a curto prazo

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que está a bloquear a adoção de um embargo europeu ao petróleo russo, admitiu ser "muito improvável" um acordo nos próximos dias, numa carta ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Na carta datada de segunda-feira, o líder húngaro acrescenta que seria "contraproducente" discutir um sexto pacote de sanções durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo dos 27, agendada para 30 e 31 de maio, alegando "falta de consenso".

"As soluções devem preceder as sanções", adverte o chefe de Governo húngaro, na carta enviada a Charles Michel.

"Estou convencido de que discutir o pacote de sanções, a nível de liderança, na ausência de um consenso seria contraproducente. Apenas sublinharia as nossas divisões internas sem oferecer uma hipótese realista de resolver as diferenças", explica Viktor Orban, propondo "não analisar esta questão" no Conselho Europeu.

"Manter a unidade da União Europeia deve continuar a ser a nossa prioridade", conclui o primeiro-ministro húngaro, lembrando que o embargo petrolífero proposto "causaria imediatamente graves interrupções de abastecimento na Hungria" e elevaria os preços "em cerca de 55-60%".

Orban salienta que o seu país continua "fortemente dependente das importações de energia russas", mesmo que "a participação da Rússia nas importações de petróleo tenha caído de mais de 90% em 2010 para 64% em 2021".

(Agência Lusa)

18h14 - Hungria declara estado de emergência devido à guerra

A Hungria entra à meia-noite de hoje em estado de emergência devido à guerra na vizinha Ucrânia, anunciou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

"O governo declara o estado de emergência por causa da guerra na Ucrânia", disse Orbán, num vídeo divulgado na rede social Facebook, poucas horas depois de o parlamento ter aprovado uma emenda constitucional que abriu a possibilidade de anunciar tal medida.

Orbán, líder de extrema-direita, avisou que o mundo está prestes a entrar numa crise económica e reiterou que o país "deve permanecer fora da guerra, proteger a segurança das famílias".

"Para isso precisamos de espaço de manobra", salientou.

O primeiro-ministro disse que a crise está a ser desencadeada pela invasão russa da Ucrânia e pelas sanções de Bruxelas contra Moscovo.

O estado de emergência significa que o Governo pode emitir decretos relacionados com o assunto, sem consultar o parlamento.

(Agência Lusa)

18h00 - Carlos Carvalhas avisa que UE vai pagar fatura pesada se Rússia atingir objetivos

O antigo secretário-geral comunista Carlos Carvalhas alertou que se a Rússia atingir os seus objetivos militares na Ucrânia a UE vai pagar uma fatura pesada só pelos compromissos que assumiu com Kiev.

"Se a Federação Russa atingir os seus objetivos, o Ocidente, e em particular a UE, vai herdar uma Ucrânia com as infraestruturas destruídas, sem o seu coração industrial e com o seu acesso ao mar limitado", disse Carlos Carvalhas, durante um debate promovido pelo PCP sobre os 20 anos de circulação do euro, no ISCTE, em Lisboa.

O antigo dirigente comunista, que liderou o partido durante 12 anos até ser sucedido em 2004 por Jerónimo de Sousa, acrescentou que com os compromissos que Bruxelas assumiu com Kiev, "a fatura só para a Ucrânia se manter à tona da água, vai ser pesada", aludindo à eventual integração do país no bloco comunitário.

Em linha com as críticas feitas pelo partido ao longo dos últimos meses, Carlos Carvalhas insurgiu-se com o que considera ser o papel dos Estados Unidos no fomento do conflito, argumentando que as ações de Washington têm como propósito manter a soberania do dólar.

O ex-secretário-geral do PCP acrescentou que o dólar se tornou hegemónico desde a II Guerra Mundial porque os Estados Unidos da América foram o país menos fustigado pela última Grande Guerra, entre as nações que estiveram envolvidas no conflito, argumentando que a preponderância do dólar manteve-se ao longo das décadas por causa da "superioridade no armamento militar" dos Estados Unidos da América.

Relacionando estes dois elementos, Carlos Carvalhas advogou que o surgimento de uma outra potência militar, aludindo à Rússia, que suplantasse os Estados Unidos colocaria "em causa a hegemonia" da moeda norte-americana.

"A China e a Rússia estão em condições de pôr em causa o domínio absoluto do Estados Unidos e do dólar", completou.

O antigo dirigente do PCP comentou que o prolongamento do conflito em solo europeu é uma "estratégia dos Estados Unidos" para manter a soberania do dólar, enfraquecendo a possibilidade de reorganização do plano geopolítico e financeiro.

O dólar estar "enraizado", continuou, "não significa que não tenha pés de barro" e há países, nomeadamente a Rússia, que "no plano militar estão em condições de lhe fazer frente".

Já na parte final da sua intervenção, Carlos Carvalhas advertiu que para os efeitos socioeconómicos da guerra, "cuja extensão vai depender da duração do conflito e do apoio que a China lhe dê".

(Agência Lusa)

17h53 - Dezenas de países apoiam processo contra Rússia no tribunal da ONU

Mais de 40 países, incluindo Portugal, apoiam o processo aberto pela Ucrânia no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) para demonstrar que a Rússia não tem fundamento legal para ações militares em território ucraniano com base em acusações de genocídio.

“Nós, os abaixo-assinados, congratulamo-nos com o pedido da Ucrânia contra a Rússia perante o TIJ [órgão jurisdicional da ONU], que procura estabelecer que a Rússia não tem base legal para tomar medidas militares na Ucrânia com base em alegações infundadas de genocídio”, lê-se na declaração conjunta hoje divulgada.

(Agência Lusa)

17h42 - Campanha militar russa na fase mais ativa

A campanha militar da Rússia na Ucrânia entrou na fase mais ativa, disse o porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano, Oleksandr Motuzyanyk, esta terça-feira.

Três meses depois de invadir a Ucrânia, as forças russas estão tentando cercar as tropas ucranianas em cidades situadas no rio Siverskyi Donets, no leste da Ucrânia.

17h15 - Pelo menos 2.500 soldados e quase 4.000 civis mortos em três meses

Entre 2.500 a 3.000 soldados ucranianos e pelo menos 3.930 civis, incluindo mais de 200 crianças, morreram desde o início da invasão russa da Ucrânia, há três meses, segundo dados oficiais de Kiev.

De acordo com os dados recolhidos pelo portal de notícias ucraniano The Kyiv Independent, e difundidos pela Procuradoria-Geral do país, os bombardeamentos russos que assolaram o país mataram 234 crianças.

16h54 - Diplomacia francesa otimista quanto a novo pacote de sanções da UE

A nova ministra dos Negócios Estrangeiros de França disse, esta terça-feira, que um novo pacote de sanções da União Europeia que levaria ao fim das importações russas de petróleo para o bloco comunitário tem de acontecer rapidamente.

"Devemos adotar o mais rápido possível o sexto pacote de sanções que prevê o fim progressivo das importações de petróleo russo e levantar as hesitações restantes", disse Catherine Colonna numa conferência de imprensa. "Esperamos fazê-lo rapidamente e estou otimista”.

16h44 - Maioria dos ucranianos contra concessões territoriais

Mais de 80 por cento dos ucranianos são contra ceder territórios em troca de um acordo de paz com a Rússia, segundo uma sondagem publicada hoje pelo Instituto de Sociologia Internacional de Kiev.

Globalmente, 82 por cento dos entrevistados considera que concessões destas não devem ser feitas em nenhuma circunstância, mesmo correndo o risco de prolongar a guerra, enquanto 10 por cento consideram admissível "abandonar" territórios para alcançar a paz mais rapidamente ou para preservar a independência da Ucrânia.

No entanto, a percentagem varia consoante a região e no leste do país, cenário de intensos combates, 68 por cento dos entrevistados opõem-se a cedência de territórios, enquanto 19 por cento apoiam essa possibilidade.

Os sociólogos do instituto sublinharam que, das pessoas que vivem em territórios ocupados pelo Exército russo ou por forças pró-russas após o início da invasão em 24 de fevereiro, 77 por cento são contra concessões, enquanto 18 por cento estão dispostas a fazê-las.

(Agência Lusa)


16h31 - Líder de Donetsk diz que representantes ocidentais serão convidados para julgamento de combatentes do Azovstal

O líder da separatista República Popular de Donetsk, no leste da Ucrânia, disse esta terça-feira que representantes estrangeiros, incluindo de países ocidentais, seriam convidados para o julgamento de combatentes ucranianos que se renderam em Azovstal, segundo a agência de notícias Interfax.

16h17 - Tribunal russo ordena prisão de 'bloggers' por críticas à guerra

Um tribunal de Moscovo ordenou hoje a detenção de dois ‘bloggers’ russos que vivem fora do país e que foram acusados de desacreditarem o exército e a ofensiva na Ucrânia, anunciou hoje a justiça russa.

Michael Nacke, que gere um blogue de vídeo fora da Rússia com mais de 700.000 subscritores, foi acusado de divulgar informações falsas sobre as forças armadas russas, de acordo com o tribunal.

Veronika Belotserkovskaya, que também é autora de vários livros de cozinha e vive em França, foi acusada do mesmo crime.

Ponto de situação

• Forças russas atacaram e cercaram tropas ucranianas no leste da Ucrânia, esta terça-feira

• Comissão Europeia comprometeu-se a cooperar na reconstrução da Ucrânia. Numa conferência em Davos, Ursula von der Leyen acusou a Rússia de usar o abastecimento energético e alimentar como "forma de guerra"

• O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que a ofensiva está a ser “deliberadamente” desacelerada para permitir a retirada de civis

• NATO adverte os país ocidentais para não trocarem a sua segurança por potenciais lucros económicos, referindo-se tanto ao uso de tecnologia chinesa nas redes 5G como ao gasoduto Nord Stream 2

15h55 - Rússia concluiu desminagem do porto marítimo de Azov de Mariupol

As forças russas dizem que já concluíram o processo de desminagem do porto de Mariupol, no Mar de Azov, disse o Ministério da Defesa esta terça-feira. As minas terão sido removidas do território em redor e da água.

15h48 - UE e EUA condenam “chantagem energética” russa e destacam alternativas

A União Europeia (UE) e os Estados Unidos condenaram hoje a “chantagem energética” por parte da Rússia em retaliação às sanções impostas devido à guerra da Ucrânia, destacando os “esforços para diversificar o abastecimento” com aposta em interconexões.

“Os Estados Unidos e a Comissão Europeia condenam o uso de chantagem energética por parte da Rússia e reafirmam o compromisso de reforçar a segurança energética da Europa”, referem Bruxelas e Washington numa posição conjunta hoje divulgada.

Em causa estão recentes desenvolvimentos em que “a Rússia demonstrou que é um fornecedor pouco fiável de energia à Europa através de ações injustificadas e inaceitáveis como o corte de eletricidade e gás natural à Finlândia, a suspensão das exportações de gás natural para a Polónia e Bulgária e a ameaça de ações semelhantes contra outras nações europeias”.

15h25 - Bruxelas pede aval na UE a embargo ao petróleo russo para evitar “situação estranha"

A Comissão Europeia exortou hoje os Estados-membros da União Europeia (UE) a aprovarem “sem demora” as sanções que incluem um embargo ao petróleo russo, para evitar a “estranha situação” de contribuir para financiar a guerra enquanto apoiam a Ucrânia.

Falando em conferência de imprensa no final da reunião dos ministros das Finanças da UE, o vice-presidente executivo da tutela, Valdis Dombrovskis, vincou que “é importante avançar sem demora com a finalização do sexto pacote de sanções [à Rússia devido à guerra]”, até porque “já passaram algumas semanas desde que as discussões estão em curso”.

“Sabemos que existem preocupações, especialmente dos países [da UE] mais afetados pelos efeitos do embargo petrolífero na segurança do abastecimento, e estamos a trabalhar com estes Estados-membros para ver a melhor forma de abordar essas preocupações”, acrescentou o responsável no executivo comunitário pela pasta de “Uma economia que funciona para as pessoas”.

De acordo com Valdis Dombrovskis, “é preciso ter em mente de que antes da guerra, no último ano, 62% das importações feitas pela UE na Rússia foram de hidrocarbonetos e, assim, quando se abrangem as importações de combustíveis fósseis na Rússia, está-se realmente a atingir as fontes de financiamento da guerra”.

“E, por isso, é importante que essas decisões sejam tomadas e tomadas sem demora, [já que], caso contrário, encontramo-nos numa situação estranha em que estamos a discutir um apoio financeiro maciço à Ucrânia e continuamos a fornecer financiamento à Rússia”, salientou o também responsável pela tutela do Comércio.

E instou: “É necessário parar”.

14h55 - Rússia intensifica ofensiva no Donbass

A Rússia intensificou a ofensiva na região do Donbass, sem soluções diplomáticas no horizonte.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, diz que não resta alternativa para além de lutar. A guerra começou há precisamente três meses.

14h43 - ONG acusa G7 de ser ineficaz a aplicar sanções à Rússia

A organização não-governamental (ONG) Transparência Internacional (TI) acusou os países do G7 e outras potências económicas de serem pouco eficazes na aplicação de sanções contra a Rússia, num relatório divulgado esta terça-feira.

De acordo com o documento da TI, apesar de os Governos destas potências terem sido rápidos a anunciar planos para rastrear e congelar os bens de empresários russos ligados ao Kremlin (Presidência russa), estão a deparar-se com muitas dificuldades na aplicação das sanções contra a Rússia, impostas na sequência da invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.

Para a TI, a explicação para tal situação reside no facto de as autoridades do grupo das sete nações mais industrializadas (G7) - Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão, Itália, França e Alemanha - carecerem de informação, capacidade e poder para rastrear "riquezas ilícitas".

"Os Governos também irão enfrentar desafios legais significativos, ao tentar confiscar esses bens e devolvê-los às vítimas de corrupção", disse a ONG com sede na Alemanha, referindo-se aos planos de usar os fundos apreendidos para a reconstrução da Ucrânia.

De acordo com o relatório, os setores imobiliários desses países são vulneráveis a operações de lavagem de dinheiro, já que os proprietários podem permanecer anónimos através do uso de empresas estrangeiras usadas como fachada.

(Agência Lusa)

14h38 - Custo total da reconstrução da Ucrânia é impossível de quantificar

O ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner, disse que é impossível dizer quanto custará reconstruir a Ucrânia. Segundo o ministro alemão, fornecer ajuda à reconstrução de Kiev não é apenas responsabilidade da Europa, mas também de organismos internacionais.

14h20 - África do Sul reitera neutralidade

O presidente sul-africano, Cyril Ramahosa, reiterou hoje a neutralidade do país na guerra na Ucrânia durante um encontro bilateral com o chanceler alemão, Olaf Scholz, em Pretória.

“Não vejo outro caminho além da negociação e do diálogo”, salientou Ramaphosa.

O chefe de Estado sul-africano, que falava em conferência de imprensa no final de um encontro bilateral com o chanceler alemão, no alácio Presidencial Union Buildings, em Pretória, frisou que o diálogo, a negociação e a colaboração ajudaram a África do Sul na transição do anterior regime de ‘apartheid’ para a democracia. Ramaphosa sublinhou que a África do Sul já comunicou a sua posição aos Presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Em março, a África do Sul absteve-se na votação da Assembleia Geral da ONU sobre a invasão militar russa da Ucrânia.

Por seu lado, Olaf Scholz, considerou que o conflito não é mais do que um ataque russo à Ucrânia, salientando que a Alemanha ajudará com armamento Kiev para "defender a sua soberania e garantir a sua defesa".

(Agência Lusa)

14h11 - Mykolaiv volta a ser atacada pelas forças russas

O alvo foi um posto de abastecimento. O ataque provocou dois feridos, mas os bombeiros conseguiram neutralizar o incêndio que deflagrou no ataque.


13h25 - Pelo menos 310 ucranianos com proteção temporária deixaram Portugal

Pelo menos 310 ucranianos que tinham obtido uma proteção temporária em Portugal devido à guerra regressaram à Ucrânia, segundo dados enviados à Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Desde que começou a guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro, 38.278 ucranianos ou estrangeiros residentes naquele país pediram proteção temporária a Portugal.

Dados enviados à Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras indicam que 310 cidadãos ucranianos pediram o cancelamento das proteções temporárias que formalizaram junto do SEF, número que se situava nos 160 no final de abril.

(agência Lusa)

13h18 - UE adota abolição temporária de tarifas aduaneiras de exportações ucranianas

O Conselho da União Europeia adotou esta terça-feira a abolição temporária - por um ano - das tarifas aduaneiras relativas à exportação de produtos ucranianos para o espaço comunitário.

Com esta medida, pretende-se "apoiar significativamente" a economia ucraniana, a braços com o "impacto devastador" do conflito.

"Durante um ano, não serão devidos direitos de importação sobre todas as exportações ucranianas para a UE", lê-se no comunicado.

13h14 -Autarquia de Mariupol alerta para perigo de decomposição de cadáveres

O assessor do presidente da câmara da cidade ucraniana de Mariupol, atualmente sob controlo das forças russas, disse hoje que quase 200 cadáveres estão em estado de decomposição na fábrica Azovstal, constituindo um perigo para a saúde pública. A instalação metalúrgica com mais de 11 quilómetros quadrados foi, até à semana passada, o último bastião ucraniano na cidade portuária junto ao Mar de Azov.

"Durante a derrocada de um edifício de vários andares perto de uma estação (...) foram encontrados 200 cadáveres sob os escombros em grande estado de decomposição", escreveu Petro Andryushchenko numa mensagem que divulgou hoje através da rede social Telegram e que foi citada pela agência Unian.

O porta-voz do autarca de Mariupol, que há mais de um mês difunde mensagens sobre a situação na cidade, acrescenta que "perante a recusa da população, que não quis recolher os corpos, o Ministério de Situação de Emergência russo abandonou o local". Assim, os cadáveres permanecem nas ruínas da fábrica sendo que depois de terem sido retirados alguns escombros, o "cheiro sente-se em quase todo o bairro".

Andryushchenko referiu ainda que a trasladação de outros corpos enterrados anteriormente em jardins e pátios junto a edifícios ficou praticamente suspensa por causa das normas para exumação e enterros decretadas pela "administração" russa de Donetsk e que é conhecida como "ritual".

(Agência Lusa)

13h04 - Turquia vai debater propostas da NATO com Finlândia e Suécia na quarta-feira

As autoridades turcas vão reunir-se com as delegações suecas e finlandesas em Ancara, na quarta-feira, para discutir os pedidos de Estocolmo e Helsínquia para se tornarem membros da NATO, disse o Ministério turco dos Negócios Estrangeiros.

O presidente turco Tayyip Erdogan, que se opôs à adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, manteve conversações com os líderes dos dois países nórdicos no sábado e debateu as suas preocupações.

Segundo a Turquia, a Suécia e a Finlândia abrigam pessoas ligadas ao grupo militante do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e seguidores de Fethullah Gulen, a quem Ancara acusa de orquestrar uma tentativa de golpe de 2016.

12h55 - Rússia terá mais NATO na fronteira devido a erro de Putin

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou hoje que o Presidente russo “cometeu um grande erro estratégico” ao invadir a Ucrânia para impedir o alargamento da aliança, que terá mais membros junto às fronteiras da Rússia.

Numa intervenção no segundo dia do Fórum Económico Mundial, na estância suíça de Davos, Stoltenberg recordou que, em dezembro do ano passado, Vladimir Putin “apresentou um ultimato” à NATO para exigir a retirada da aliança da Europa de Leste e o fim do alargamento.

“Ele queria menos NATO nas suas fronteiras e agora está a receber mais NATO nas suas fronteiras e mais membros. A Finlândia e a Suécia anunciaram que estão a candidatar-se à adesão e isto é histórico”, disse Stoltenberg, citado pela agência espanhola EFE.

(Agência Lusa)

12h45 - "Operação especial" russa decorre sem prazo e alcançará todos os objetivos

O secretário-geral do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev afirmou, esta terça-feira, que a Rússia não fixou um prazo para a “operação militar especial” que iniciou na Ucrânia há três meses e assegurou que todos os objetivos serão cumpridos.

“Não estamos a correr para cumprir um prazo [específico]”, disse Patrushev ao jornal russo Argumenty i Fakti, ao responder a uma pergunta sobre o tempo da intervenção na Ucrânia, que a Rússia invadiu em 24 de fevereiro.

Patrushev disse que todos os objetivos estabelecidos pelo Presidente russo, Vladimir Putin, serão alcançados.

“Não pode ser de outra forma porque a verdade, incluindo a verdade histórica, está do nosso lado”, afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

Ao anunciar a invasão da Ucrânia, na madrugada de 24 de fevereiro, Putin disse que se destinava a proteger as populações russófonas do Donbass, e a “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.

“O nazismo ou é 100 por cento erradicado, ou irá erguer a cabeça dentro de alguns anos, e de uma forma ainda mais feia”, disse Patrushev, segundo a agência russa TASS.

Patrushev referiu ainda que na Conferência de Potsdam, em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a então União Soviética, os Estados Unidos e o Reino Unido assinaram um acordo para erradicar o militarismo alemão e o nazismo.

“O nosso país estabeleceu tais objetivos em 1945, estabelecemos agora os mesmos objetivos, libertando a Ucrânia do neonazismo”, disse.

Patrushev acusou os EUA e o Reino Unido de terem adotado agora, 77 anos depois do acordo de Potsdam, uma “posição diferente, apoiando o nazismo e agindo agressivamente contra a maioria dos países do mundo”. O dirigente russo reiterou que a entrada da Finlândia e da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) constituirá uma ameaça direta à Rússia, que será obrigada a reagir. Além disso, acusou a aliança de 30 países de não ser um bloco defensivo, como reclama o Ocidente, mas sim um bloco “ofensivo e agressivo”.

12h26 - NATO adverte países ocidentais para não trocarem segurança por lucros económicos

Os países ocidentais não devem trocar a sua segurança por lucros económicos, alertou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, esta terça-feira, referindo-se ao debate sobre o uso da tecnologia chinesa em redes 5G e a construção do Nord Stream 2.

"Devemos reconhecer que as nossas escolhas económicas têm consequências para a nossa segurança. A liberdade é mais importante do que o livre comércio", disse Stoltenberg a líderes empresariais reunidos no Fórum Económico Mundial no balneário suíço de Davos.

"Não estou a falar contra o comércio com a China, estou a dizer que, por exemplo, o controlo das redes 5G é de importância vital para a segurança", disse. "Não podemos dizer que, no interesse dos lucros e do comércio livre, apenas abrimos essas redes também para fornecedores que na verdade não são confiáveis quando se trata da nossa segurança".

12h10 - Comissão Europeia promete ajuda na reconstrução da Ucrânia

A presidente da Comissão Europeia voltou a condenar a invasão russa à Ucrânia. No Fórum de Davos, Ursula Von der Leyen prometeu ajuda na reconstrução do país.


12h03 - Quatro países da UE querem utilizar ativos congelados para reconstrução ucraniana

Eslováquia, Estónia, Letónia e Lituânia solicitaram aos parceiros europeus para que utilizem cerca de 300.000 milhões de euros em ativos do Banco Central da Rússia congelados por sanções a Moscovo para financiar a reconstrução da Ucrânia.

“Temos de encontrar formas legais de utilizar os bens do Banco Central da Rússia para a reconstrução da Ucrânia”, afirmou a ministra da Economia e Finanças da Lituânia, Gintarė Skaistė, cujo país vai apresentar, em conjunto com os outros três parceiros, este pedido.

A ministra falava à entrada de uma reunião com homólogos comunitários, em Bruxelas, tendo sublinhado que existem cerca de 300.000 milhões de euros em ativos congelados em países alinhados com a Europa que representariam “uma base sólida para a reconstrução”, cuja utilização seria “uma decisão inteligente e correta porque o agressor tem de pagar”, segundo a agência noticiosa Efe.

Gintarė Skaistė defendeu que estes bens poderiam ser utilizados como “reparações de guerra” e insistiu que tem agora de se encontrar meios legais para os utilizar. Para a ministra, esta seria uma utilização justificada, uma vez que existe uma “ligação direta” entre as decisões das autoridades que lideram a instituição e os danos contra a Ucrânia.

(Agência Lusa)

11h47 - Kiev alerta que comprar à Rússia "cereais roubados" é ser cúmplice de crimes

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu hoje à comunidade internacional para não comprar à Rússia “cereais roubados” ao seu país e avisou que isso implica “cumplicidade” com os crimes russos.

“A Rússia rouba cereais da Ucrânia, carrega-os em navios, atravessa o [estreito do] Bósforo e tenta vendê-los no estrangeiro”, denunciou Kuleba, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

O ministro ucraniano pediu à comunidade internacional para que “se mantenha vigilante” e rejeite “este tipo de oferta”, já que não o fazer implica tornar-se “cúmplice dos crimes russos”.

“Roubar nunca trouxe sorte a ninguém”, concluiu o chefe da diplomacia ucraniana na mesma mensagem, publicada depois da divulgação de imagens de satélite que mostram um presumível roubo, por parte da Rússia, de cereais da Ucrânia, um dos maiores exportadores mundiais deste alimento.

As imagens foram mostradas na segunda-feira pela televisão norte-americana CNN e terão sido recolhidas no porto de Sebastopol, na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Nas imagens transmitidas pelo canal norte-americano é possível ver dois navios de bandeira russa a atracar e a carregar o que se acredita ser cereais ucranianos roubados.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já tinha acusado a Rússia de aproveitar o conflito para “roubar paulatinamente” produtos alimentares ucranianos e vendê-los.

(Agência Lusa)

11h30 - Zelensky diz que Rússia disparou mais de 2.200 mísseis contra a Ucrânia em três meses

O Exército russo disparou um total de 2.275 mísseis contra a Ucrânia e realizou mais de 3.000 ataques aéreos nestes três meses de guerra, declarou hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"No total, desde 24 de fevereiro, o Exército russo lançou 1.474 ataques com mísseis contra a Ucrânia, usando 2.275 foguetes de diferentes tipos", disse Zelensky numa mensagem de vídeo divulgada hoje e publicada pelas agências de notícias locais.

O Presidente ucraniano acrescentou que "a grande maioria [dos mísseis] visava alvos civis". Segundo Zelensky, "em menos de três meses houve mais de 3.000 ataques aéreos de aviões e helicópteros russos".

"Que outro país resistiu a tal escala de ataques?", questionou.

O Presidente ucraniano sublinhou que quando as autoridades ucranianas dizem aos parceiros ocidentais que precisam de "armas antimísseis modernas, aviões de combate modernos", querem garantir que não irão morrer mais pessoas nesta guerra.

(Agência Lusa)

11h22 - Rússia afirmar estar a desacelerar ofensiva na Ucrânia com o propósito de retirar civis

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigusa, afirmou que Moscovo está deliberadamente a desacelerar a ofensiva na Ucrânia para permitir a retirada de civis, informou a agência de notícias RIA esta terça-feira.

"Estão a ser declarados cessar-fogos e criados corredores humanitários para tirar as pessoas dos assentamentos cercados. Claro, isso diminui o ritmo da ofensiva, mas isso é feito deliberadamente para evitar baixas entre a população civil", disse Shoigu à RIA.

11h10 - Pedro Sánchez revela que Suécia e Finlândia vão estar presentes na cimeira da Aliança Atlântica

O primeiro-ministro espanhol revelou hoje que os líderes da Suécia e da Finlândia, dois países que pediram para aderir à NATO, vão estar presentes na cimeira da Aliança Atlântica que tem lugar em Madrid no final de junho. Pedro Sánchez anunciou esta presença no discurso que realizou na sessão plenária do Fórum Económico Mundial em Davos (Suíça), onde também sublinhou a importância de reforçar a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) face ao desafio colocado pela Rússia depois da sua invasão da Ucrânia.

A próxima cimeira desta organização de defesa coletiva terá lugar em Madrid a 29 e 30 de junho, e o chefe do executivo salientou que espera que esta permita uma maior unidade entre a UE (União Europeia) e a Aliança Atlântica.

Quando questionado sobre se a Suécia e a Finlândia, dois países que se candidataram à adesão à Aliança, estariam, portanto, presentes em Madrid, ele confirmou que será esse o caso. Para Pedro Sánchez, a inclusão da Finlândia e da Suécia na NATO é muito importante para a estabilidade da UE e para o futuro da Aliança.

10h58 - Presidente polaco alerta que guerra na Ucrânia pode provocar escassez de alimentos e agravar crises migratórias

Se a guerra na Ucrânia causar escassez de alimentos no norte de África, isso agravará a migração em massa para a Europa, disse o presidente da Polónia esta terça-feira.

"Se houver fome no norte de África, tanto a Espanha quanto todo o sul da Europa terão um enorme problema de migração", disse Andrzej Duda, em Davos. "Hoje devemos concentrar-nos na possibilidade de a Ucrânia exportar os seus cereais e grãos”.

10h53 - Rússia diz que ainda não viu plano de paz proposto por Itália

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse esta terça-feira que a Rússia ainda não tem um plano de paz, proposto por Itália, para a Ucrânia, mas que espera recebê-lo por vias diplomáticas.

"Ainda não vimos, esperamos que nos seja entregue por via diplomática e nos disso”.

10h43 - Rússia anuncia destruição de depósito de munições para obuses norte-americanos

As autoridades russas anunciaram hoje que destruíram, com mísseis lançados do ar, um depósito de projéteis de 155 milímetros para obuses norte-americanos M-777, conhecidos como Howitzer, no leste da Ucrânia.

O porta-voz do Ministério da Defesa, major-general Igor Konashenkov, sublinhou que o ataque russo ocorreu em Rozdolivka, na região do Donbass.

"Durante o dia, mísseis de alta precisão lançados do ar atingiram três postos de controlo, 36 áreas onde se concentram soldados e equipamentos militares, uma divisão de artilharia autopropulsada da 14.ª brigada mecanizada nas proximidades de Soledar e seis depósitos de munições" em várias localidades na região de Donetsk, referiu o porta-voz.

Estes ataques a armazéns de munições incluem "um grande depósito de projéteis de 155 milímetros para obuses norte-americanos M-777, em Razdolovka", disse Konashenkov.

(Agência Lusa)

10h18 – Von der Leyen acusa Rússia de usar o abastecimento energético e alimentar como "forma de guerra"

Em Davos, Ursula von der Leyen afirmou que a “Europa está a celebrar novos acordos” sobre o abastecimento de gás com “fontes de abastecimento de confiança”. Em março, a presidente da Comissão Europeia acordou com Joe Biden os progressos nas “entregas dos Estados Unidos para a União Europeia”.

“O objetivo é substituirmos um terço do gás russo que temos”, especificou Von der Leyen. “É importante saber que as infraestruturas de ligação ao longo do tempo irão formar o essencial dos nossos corredores de hidrogénio”.

Recordando que o hidrogénio será a nova fonte de energia do futuro, a presidente do executivo comunitário reiterou que “as economias do futuro já não vão depender de carvão, de petróleo, ou lítio para baterias”.

“A transição verde e digital vai representar uma maior necessidade destes materiais”, continuou. “Mas não devemos substituir todas as dependências por novas dependências. (…) Parcerias robustas internacionais estão no âmago da solução”.

Referindo-se à situação atual na Europa, Von der Leyen frisou que “estamos a assistir à forma como a Rússia está utilizar o seu abastecimento energético como arma, o que está a ter consequências a nível mundial”.

“Infelizmente, vemos um padrão semelhante no que diz respeito à segurança alimentar. (…) Na Ucrânia, o exército do Kremlin está a confiscar as máquinas, contentores de cereais, as consequências estão aí para todos verem. Os preços mundiais do trigo estão a aumentar drasticamente e os países mais frágeis e as populações mais vulneráveis são as que mais sofrem”.

A Rússia, acrescentou, usa os bloqueios no abastecimento de produtos alimentares como “uma forma de guerra, usa a fome para conseguir ter poder”. E a resposta global deve ser “mobilizar uma maior colaboração e apoio a nível europeu e mundial”.

10h15 - Kiev diz que Putin foi alvo de uma tentativa de atentado em fevereiro

O presidente russo, Vladimir Putin, foi alvo de um atentado pouco depois de ordenar a invasão da Ucrânia, no dia 24 de fevereiro, disse hoje o chefe da direção-geral de Informações do Ministério da Defesa de Kiev, Kyrylo Budanov.

"Houve um atentado para assassinar [Vladimir] Putin... Inclusivamente diz-se que foi atacado, não há muito tempo, por representantes do Cáucaso", acrescentou Kyrylo Budanov numa entrevista publicada na edição de hoje do jornal Ukrainska Pravda, de Kiev sem precisar mais detalhes.

O chefe dos serviços de informações da Ucrânia disse que se tratam "de informações que não são públicas".

"Foi uma tentativa absolutamente falhada que, na realidade, aconteceu. Foi há cerca de dois meses", disse Kyrylo Budanov sem precisar, em concreto, o autor do suposto ataque contra o chefe de Estado da Rússia. "Repito, esta tentativa não teve êxito. Não houve 'publicidade' sobre este acontecimento, mas aconteceu".

Estas informações não foram confirmadas por fontes independentes tal como outras informações de Kiev, divulgadas nos últimos dias, sobre a suposta preparação de um golpe de Estado na Rússia contra o presidente Vladimir Putin.

(Agência Lusa)

10h04 - Severodonetsk. "É muito difícil retirar pessoas"

Severodonetsk, cidade do Donbass, no leste da Ucrânia, continua sob controlo ucraniano, apesar de bombardeamentos "caóticos" por parte das forças russas, adianta o governador regional.

"Os russos concentraram quase todas as suas forças, nomeadamente 25 grupos táticos para tomar a cidade", escreveu no Telegram Serhiy Haidai.

"É muito difícil retirar pessoas" de Severodonetsk, acrescentou.

9h54 - Finlandeses vizinhos da Rússia confiam na segurança da NATO

Na Finlândia, é grande a expectativa sobre a adesão à NATO. O país ainda guarda na memória os conflitos com a então União Soviética. E a maioria da população considera que este é o momento para quebrar mais de 70 anos de neutralidade.
Joana Carvalho Reis, enviada especial da Antena 1

Junto à fronteira, com uma grande comunidade russa, há algum receio, mas também a convicção e até alguma fé de que este é o passo certo.

A Turquia continua reticente em aceitar a Suécia e a Finlândia na NATO, mas os finlandeses acreditam na adesão.

9h52 - Batalhão Azov tenta suster avanço russo em Zaporizhia

O Batalhão Azov, contingente militar conotado com a extrema-direita, tem estado em evidência na guerra, principalmente depois da resistência no complexo siderúrgico Azovstal, em Mariupol.

O Batalhão Azov é um dos contingentes mais controversos das forças ucranianas e um dos argumentos de Vladimir Putin para o que descreve como "desnazificação" do país invadido.
Antena 1

Em Zaporizhia, o regimento de voluntários Azov tenta suster o avanço do exército russo, mas as tropas da Federação já dominam boa parte da região.

9h40 - Navalny condena "guerra estúpida" de "homem louco"

Alexei Navalny, oposicionista russo detido, condenou esta terça-feira, durante uma sessão em tribunal, o que considerou ser "a guerra estúpida" desencadeada por Vladimir Putin na Ucrânia.

"Esta é uma guerra estúpida que o vosso Putin começou. Esta guerra foi construída sobre mentiras", afirmou Navalny, que depôs por videoconferência, a partir da cadeia onde se encontra.

"Um homem louco tem as suas garras na Ucrânia e não sei o que ele quer fazer com isso, este ladrão louco", insistiu o rosto da oposição ao presidente russo.

9h31 - Gás russo. Outra medida polaca

A Polónia rescindiu o acordo de fornecimento de gás com a Rússia. O país já tinha dito que não pretendia prolongar o contrato, que expirava no final do ano, mas decidiu antecipar a decisão.

No passado mês de abril, Moscovo cortou o fornecimento a Varsóvia pelo facto de o país rejeitar fazer o pagamento em rublos.
A Polónia diz agora que "sempre soube que a empresa russa Gazprom não era um parceiro confiável". A ministra do Ambiente desafia outros países da União Europeia a tomarem a mesma decisão que a Polónia.

9h27 - Suecos e finlandeses deslocam-se à Turquia

Delegações de alto nível da Suécia e da Finlândia são esperadas ao fim da tarde desta terça-feira na Turquia. O objetivo desta visita é abordar junto do Ministério turco dos Negócios Estrangeiros o dossier das candidaturas de ambos os países nórdicos à entrada na NATO.

São conhecidas as objeções do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a estas adesões. Ancara considera que finlandeses e suecos dão abrigo a "uma organização terrorista", ou seja, o PKK, Partido dos Trabalhadores do Curdistão

Para entrarem na Aliança Atlântica, Suécia e Finlândia terão de obter a luz verde de todos os países-membros.

9h06 - Polónia apostada em reforçar defesas

A Polónia planeia adquirir aos Estados Unidos mais seis baterias de mísseis Patriot, a somar às duas que já possui. Isto mesmo é confirmado no Twitter pelo ministro polaco da Defesa.

"Assinei um requerimento sobre seis baterias Patriot com radares omnidirecionais, lançadores e um carregamento de mísseis", escreveu Mariusz Blaszczak.


Varsóvia já anunciou a intenção de aumentar a despesa orçamental com a defesa, para três por cento do Produto Interno Bruto, e mais do que duplicar o número de operacionais do exército.

8h50 - Rússia reivindica ataque a depósito de armas

O Ministério russo da Defesa anuncia que as forças destacadas para a Ucrânia atingiram um depósito de armas no Donbass, acrescentando que aí estariam peças de artilharia M777 Howitzer de fabrico norte-americano.

8h44 - "Pode haver muita fome"

Também o ministro britânico dos Transportes, Grant Shapps, vem reforçar, em declarações à estação Sky News, os alertas para as consequências do bloqueio das exportações ucranianas de cereais: "Pode haver muita fome".

O governate britânico avistou-se com o ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksander Kubrakov, com quem abordou possíveis medidas que permitam à Ucrânia retomar as suas exportações cerealíferas, apesar do bloqueio marítimo imposto pela Rússia.

Antes da guerra, Rússia e Ucrânia produziam cerca de 30 por cento do trigo consumido no mundo.

8h34 - "Existem líderes suficientes em Davos para acabar com a fome no mundo"

O repto é deixado pelo diretor do Programa Alimentar Mundial, numa altura em que o mundo se confronta com a ameaça de uma crise alimentar potenciada pela invasão russa da Ucrânia.

O apelo do diretor do Programa Alimentar Mundial, David Beasley, dirige-se à elite reunida no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça: "Existem líderes suficientes em Davos para acabar com a fome no mundo".
Antena 1

O dia de segunda-feira em Davos ficou marcado pelo discurso do presidente da Ucrânia, Volodymir Zelesnky, por videoconferência.

8h15 - "Uma hora negra"

O mundo está "a navegar numa hora negra na nossa história partilhada", clamou o presidente norte-americano, em Tóquio, perante os líderes de Japão, Austrália e Índia - com os quais os Estados Unidos formam o grupo Quad.

Joe Biden assinalou que a invasão russa da Ucrânia é agora um "assunto global" que vem enfatizar a importância de defender a ordem internacional.

Num eco desta intervenção, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, advertiu contra qualquer ofensiva militar semelhante na Ásia - uma alusão ao tenso dossier da China e de Taiwan.

8h06 - Moscovo e Pequim apertam laços

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirma que Moscovo vai concentrar esforços diplomáticos no aprofundamento das relações com a China.

Numa sessão de perguntas e respostas em Moscovo, Lavrov acusou o Ocidente de patentear "russofobia".

"Se eles quiserem oferecer alguma coisa em termos de um retomar das relações, vamos ponderar seriamente se precisamos ou não disso", disse o ministro russo, referindo-se aos países ocidentais.

"Temos de parar de ser dependentes, de algum modo, dos fornecimentos de absolutamente tudo por parte do Ocidente para assegurar o desenvolvimento de sectores criticamente importantes para a segurança, a economia ou a esfera social da nossa pátria", acentuou.

7h56 - "Banho de sangue" no leste da Ucrânia

Na sua mais recente mensagem em vídeo, Volodymir Zelensky garante que as tropas russas estão a deixar um verdadeiro "banho de sangue" em três cidades do leste da Ucrânia.
O presidente ucraniano agradece a coragem dos combatentes que asseguram o contra-ataque e diz que as próximas semanas de guerra vão mais intensas do que na região do Donbass.

7h36 - Relatório do Ministério britânico da Defesa

O mais recente relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido, compilado com dados dos serviços de informações militares, aponta para uma intensificação das operações russas no Donbass, região do leste da Ucrânia.

As forças russas estarão a tentar cercar Severodonetsk, Lyschansk e Rubizhne.

Apesar de uma forte resistência ucraniana, a Rússia "alvançou alguns sucessos localizados, em parte devido à concentração de unidades de artilharia".


Londres sublinha que uma tomada de Severodonetsk significaria um total controlo russo sobre a região de Lugansk.

7h17 - Ponto de situação


  • As forças russas estão a acentuar os ataques no sul e no leste da Ucrânia. Severodonetsk, na províncial oriental de Lugansk, é nesta altura um alvo-chave. É a maior cidade ainda sob controlo ucraniano naquela região.

  • Há notícia de um descontentamento crescente entre os círculos nacionalistas russos, que estarão a redobrar as críticas ao Kremlin por falhas no teatro de guerra e apelar a uma maior mobilização. Algo que a Rússia "não quer ou não pode" fazer, segundo uma avaliação do Instituto para o Estudo da Guerra, estrutura norte-americana.

  • O ministro alemão da Economia adianta que a União Europeia está próxima de obter um consenso tendo em vista o embargo completo às importações de petróleo russo. O mesmo responsável aventou a possibilidade de estabelecer um limite aos preços internacionais para conter os lucros de Moscovo.

  • Horas antes destas afirmações, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia defendido, perante o Fórum Económico Mundial de Davos, que a Rússia deveria ser alvo de sanções "máximas".