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Pós-cimeira. Trump reivindica "passo atrás em possível catástrofe nuclear"

Na viagem para Washington, depois do histórico encontro com o líder da Coreia do Norte, o Presidente dos Estados Unidos derramou esta quarta-feira para a sua conta no Twitter o que entende ser o conjunto de conquistas selado em Singapura. Donald Trump não hesita em escrever que “o mundo deu um passo atrás numa possível catástrofe nuclear”. E que “não há limite” para o que o país de Kim Jong-un “pode alcançar”. Se abrir mão do armamento.

Carlos Santos Neves - RTP /
“Não há limite para o que a Coreia do Norte pode alcançar quando renunciar às armas nucleares”, escreveu no Twitter o Presidente dos Estados Unidos Jonathan Ernst - Reuters

“O mundo deu um grande passo atrás numa possível catástrofe nuclear! Não há mais lançamentos de foguetões, testes nucleares ou investigação!”, escreveu nas últimas horas o Presidente norte-americano.


Numa outra entrada, Donald Trump volta a saudar o interlocutor norte-coreano por ter dado, em seu entender, “um passo firme em direção a um novo futuro brilhante para o seu povo”.

“Não há limite para o que a Coreia do Norte pode alcançar quando renunciar às armas nucleares, adotar o comércio e participar no mundo”, clamou ainda o 45.º Presidente dos Estados Unidos, para quem Kim Jong-un “tem pela frente a oportunidade de ser lembrado como um líder que marcou o início de uma era gloriosa de segurança e prosperidade para o seu povo”.Na sequência da cimeira, Trump acenou com o fim dos exercícios militares com a Coreia do Sul, um anúncio que surpreendeu o próprio Pentágono.


Também a agência oficial do regime norte-coreano fez eco, após a reunião, de palavras do líder sobre o futuro próximo, uma vez assinada a declaração de Singapura.

“Kim Jong-un declarou que, a fim de estabelecer a paz e a estabilidade na Península Coreana e concretizar a desnuclearização, os dois países devem comprometer-se a não se antagonizarem e a compreenderem-se mutuamente”, propagou a KCNA.

“As relações desastrosas entre os dois países duraram o período mais longo da Terra”, acrescentou a agência estatal norte-coreano, que apontou ainda como expectável “uma mudança radical em relações extremamente hostis” com a superpotência.
Pompeo parte para a China

Ainda de acordo com a KCNA, também Jong-un convidou o Presidente norte-americano a visitar Pyongyang, tendo aceitado um gesto recíproco por parte de Trump. E este terá também anuído a deslocar-se a Pyongyang.



“Kim Jong-un convidou Trump a efetuar uma visita a Pyongyang em momento oportuno e Trump convidou Kim Jong-un a ir aos Estados Unidos”, indicou a KCNA.

“Os dois dirigentes aceitaram com prazer os seus convites recíprocos, convencidos de que isso constituirá uma outra importante ocasião para uma melhoria das relações”, rematou a agência.Na declaração de Singapura, Jong-un compromete-se a levar por diante a desnuclearização e Trump promete “garantias de segurança”.

Apagados os holofotes em Singapura, o trabalho diplomático regional fica agora confiado ao secretário de Estado norte-americano, que se reúne já na quinta-feira com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.

A deslocação de Mike Pompeo a Pequim, dedicada aos resultados da cimeira, foi confirmada pelo Governo chinês, histórico contraforte do regime de matriz estalinista da metade setentrional da Península Coreana.

Kim Jong-un reuniu-se no passado mês de março, em Pequim, com o Presidente chinês, Xi Jinping, naquela que foi anunciada como a primeira deslocação para lá das fronteiras norte-coreanas desde que, há quase sete anos, assumiu o poder em Pyongyang.

O líder da Coreia do Norte voltaria a encontrar-se, cerca de dois meses mais tarde, com Jinping em Dalian, no nordeste da China.

c/ agências
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