Reportagem

Reino Unido. Boris Johnson sai vitorioso das eleições

por RTP

Reuters

Os tories, liderados por Boris Johnson, conseguiram eleger 365 deputados, ultrapassando os 326 lugares necessários para ter a maioria no Parlamento. É uma vitória esmagadora dos conservadores e uma derrota histórica dos trabalhistas. Entretanto, a líder do Partido Nacional Escocês já anunciou que vai tentar convocar um referendo sobre a independência.

Mais atualizações

18h02 – Apoiantes conservadores e trabalhistas em choque

Esta tarde, apoiantes conservadores e trabalhistas entraram em confrontos verbais em Downing Street. Um pequeno grupo de apoiantes dos tories celebrou a vitória de Boris Johnson enquanto cantava “nunca confiem as vossas crianças a alguém de esquerda”.


Do outro lado da rua, centenas de pessoas seguraram cartazes com as frases “sejam bem-vindos, migrantes e refugiados” enquanto cantavam “fora com o racismo”.

No local estiveram dezenas de polícias.

17h30 – Mais mulheres no Parlamento

Na próxima semana haverá um número recorde de mulheres no Parlamento britânico, apesar de 66 por cento dos deputados serem homens.

No Partido Conservador, 76 por cento dos deputados são do sexo masculino. Já o Partido Trabalhista tem uma maioria feminina, com 51 por cento de mulheres nos assentos da Câmara dos Comuns.

17h13 - Merkel diz que UE vai ter "um concorrente à porta"

A chanceler alemã, Angela Merkel, alertou que a União Europeia passará a ter "um concorrente à porta", após a saída do Reino Unido da comunidade, em 31 de janeiro de 2020.

"Teremos um concorrente à nossa porta (...), isso também nos poderá encorajar a ser mais rápidos nas nossas decisões", disse Merkel, acrescentando que deposita esperanças nesta nova etapa da União Europeia, apenas com 27 países.

Horas antes, Angela Merkel felicitara Boris Johnson pela "vitória clara" nas legislativas britânicas, de quinta-feira, dizendo esperar uma "parceria estreita" entre os dois países.

"Parabéns Boris Johnson pela clara vitória. Aguardo com expetativa a continuação da nossa cooperação para a amizade e parceria estreita entre os nossos países", lê-se numa mensagem da chanceler publicada pelo seu porta-voz, Steffan Seibert, na rede social Twitter.

16h27 – Jeremy Corbyn pode ter sido responsável pela perda de apoiantes

Uma sondagem realizada pela consultora britânica Opinium aponta a liderança do Partido Trabalhista como a principal razão pela qual os eleitores decidiram não votar no mesmo.


A segunda grande razão para a perda de apoio aos trabalhistas terá sido a posição do partido sobre o Brexit, seguindo-se as suas políticas económicas.

15h06 - Boris Johnson diz que é tempo de "curar feridas" criadas pelo Brexit

Junto ao número 10 de Downing Street, o primeiro-ministro começou por falar no encontro formal com a rainha Isabel II no Palácio de Buckingham. Boris Johnson revela que vai formar um novo Governo e que a primeira sessão do Parlamento irá decorrer na próxima segunda-feira, dia 17 de dezembro.

Boris Johnson esclarece que pretende "uma nova parceria com a União Europeia" e "unir o país", de forma a que todos os que se confrontam nesta temática comecem a aproximar-se. Está na altura de "curar as feridas" criadas pelo Brexit, acrescentou.

"Vamos unir-nos a subir de nível, juntando todo este incrível Reino Unido, com a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte em conjunto, libertando todo o potencial do país", disse Boris Johnson.

Ainda sobre a questão do Brexit, o primeiro-ministro não esqueceu aqueles que "não votaram no Partido Conservador, e que queriam, e talvez continuem a querer permanecer na União Europeia".

"Quero que saibam que nós, neste Governo conservador, nunca vamos ignorar os vossos sentimentos bons e positivos de calor e simpatia para com as nações da Europa", acrescentou. 

Boris Johnson diz que este é o momento "de deixar que esses sentimentos encontrem expressão renovada na construção de uma nova parceria, que é um dos grandes projetos do próximo ano", num acordo sobre a relação futura em que Bruxelas e Londres são "amigos e soberanos iguais".

"Depois de cinco semanas de campanha, este país merece descanso nas disputas, uma pausa na política e descanso permanente sobre a questão do Brexit", disse ainda o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro britânico agora reconduzido no cargo disse ainda que a maior prioridade do novo Governo conservador será o Sistema Nacional de Saúde, com mais enfermeiros e hospitais.

14h55 - Resultados finais




Já são conhecidos os resultados finais desta eleição geral. O Partido Conservador conseguiu eleger 365 deputados (mais 66 que na anterior eleição), para além dos 326 deputados necessários para garantir a maioria absoluta.

O Partido Trabalhista conseguiu eleger 203 deputados, menos 42 do que na eleição anterior. Foi o pior resultado do Labour desde 1935.

Segue-se o Partido Nacional Escocês, com 48 deputados (mais 13 que na eleição anterior). Os Liberais Democratas elegeram 11 deputados, menos um do que tinham antes.

Os Verdes elegeram um deputado, enquanto outras forças partidárias ficaram com 22 deputados.

14h48 - As capas dos jornais

A imprensa britânica sublinha os resultados históricos destas eleições nas duas faces: a da grande vitória conservadora e da hecatombe trabalhista.


14h42 - Referendo à independência da Escócia?

Os resultados eleitorais tiveram diferente expressão consoante as várias regiões do Reino Unido, nomeadamente na Escócia. Os votos fizeram agora trazer de novo a ideia de um referendo para sair do Reino Unido para continuar na União Europeia.


14h37 - Santos Silva saúda "clareza do resultado"

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros diz que este resultado permitirá uma saída da União Europeia "ordenada, não caótica, de forma devidamente preparada", já no próximo dia 31 de janeiro.

O ministro frisou ainda que a maioria absoluta dos conservadores "está comprometida com a aprovação do acordo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia", negociado com o Governo do primeiro-ministro Boris Johnson. Por isso, até ao fim de 2020, será construído "um novo acordo sobre a relação futura com o Reino Unido".

"Se tudo correr bem, a presidência portuguesa da União Europeia no primeiro semestre de 2021 será ocasião para assinatura de um acordo e para o estabelecimento de uma relação entre a Europa e o Reino Unido", antecipou o ministro em declarações aos jornalistas.

14h23 - União Europeia esperam votação para breve

Os líderes europeus acreditam que a saída do Reino Unido será ordeira e esperam que o acordo seja votado com rapidez. 


14h20 - Costa espera acordo rápido

O primeiro-ministro disse esta sexta-feira que estão reunidas as condições políticas para o "divórcio" do Reino Unido com a União Europeia.

"Esperemos que agora que o acordo de divórcio tem condições de ser aprovado, que a parte verdadeiramente importante, que é estabelecer a relação futura, se quiser a relação de poder paternal, decorra agora de uma forma mais rápida, sobretudo menos contenciosa, com mais estabilidade, porque essa é a fase verdadeiramente importante", declarou António Costa.

"O problema até agora era o senhor Johnson não ter uma maioria na Câmara dos Comuns. Com os resultados de ontem (quinta-feira), é inequívoco que tem uma maioria na Câmara dos Comuns, portanto não vejo razões para que não possamos finalmente estar tranquilos", disse ainda o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro defendeu ser "necessário avançar rapidamente" nas negociações com Londres, para garantir a relação mais próxima possível entre a União Europeia e o Reino Unido, o "mais próximo vizinho", o "principal aliado" e "o principal parceiro económico" da União.

14h20 - Boris Johnson com caminho aberto?

As eleições legislativas no Reino Unido são encaradas quase como um segundo referendo ao Brexit.

Boris Johnson, que sempre defendeu uma saída da União Europeia, obteve uma maioria absoluta nas eleições, o que lhe deixa o caminho aberto para concretizar a sua visão para o futuro do país, recorda o enviado especial da RTP em Londres, José Rodrigues dos Santos.

14h15 - PR: "Resultado clarificador" é positivo para Portugal

O Presidente da República considera que o resultado das eleições é "clarificador", fator que é positivo para Portugal.

Em nota publicada na página da Presidência da República, o chefe de Estado salienta que este resultado "vai permitir um acordo para uma saída ordenada do nosso aliado de tantos séculos da União Europeia".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a saída ordenada permitirá proteger os interesses dos portugueses residentes no Reino Unido, assim como dos cidadãos britânicos que residem em Portugal, e também as empresas dos dois países e da União Europeia.

14h05 - A maior derrota desde 1935

O Partido Trabalhista sofreu uma verdadeira hecatombe eleitoral, no pior resultado desde 1935.

O desastre obrigou, naturalmente, Jeremy Corbyn a dizer que não voltará a ser candidato e que irá abandonar a liderança do Partido Conservador.

14h00 - A maior vitória desde Tatcher

Boris Johnson obteve maioria absoluta nas eleições gerais do Reino Unido. O Partido Conservador conseguiu mesmo a maior vitória em mais de trinta anos, desde o triunfo de Margareth Tatcher em 1987.

Com este resultado, Boris Johnson diz que estão criadas as condições para que o Brexit seja mesmo uma realidade a 31 de janeiro.

13h49 - Macron: "Chegou a hora da clareza"

Durante a cimeira europeia em Bruxelas, o Presidente francês considerou esta sexta-feira que este é um momento de "clareza".

"Espero que o acordo do Brexit seja ratificado o mais rapidamente possível", disse o chefe de Estado francês, acrescentando ainda que pretende que a União Europeia "mantenha um vínculo muito especial" com Londres.

13h32 - Corbyn de saída no início do próximo ano

Em declarações aos jornalistas, Jeremy Corbyn assume que está "muito triste" com o resultado, que é o pior do Partido Trabalhista desde 1935.

Questionado sobre este resultado, o líder demissionário disse que fez "tudo" o que podia para vencer as eleições e "fazer uma ponte entre o eleitorado" na questão do Brexit.

"Na noite pasada apelei para que houvesse um período de reflexao no Partido e agora o partido vai decidir que processo vamos seguir para a eleição do meu sucessor", acrescentou.

12h59 - Onze meses para negociar acordo com Londres

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse hoje esperar que o Parlamento britânico vote o acordo do Brexit do Reino até final de janeiro e começar a trabalhar numa nova relação em 1 de fevereiro, o que deixa Londres e Bruxelas com 11 meses para trabalhar na nova relação.

"Temos o desafio de que é um tempo muito curto, temos 11 meses para negociar num campo muito amplo. (...) Não se trata apenas do comércio, mas também de educação, transportes, peesca, e muitos outros assuntos", sublinhou a líder da Comissão Europeia.

"O Reino Unido passará a ser um país terceiro, mas teremos uma relação sem precedentes", acrescentou Ursula von der Leyen, considerando que se iniciará "uma nova relação de bons vizinhos".

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse por sua vez que a União Europeia "está pronta para iniciar o novo nível de negociações", sobre as futuras relações entre os dois blocos.

12h40 - Sturgeon aponta à independência da Escócia

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, acaba de sublinhar que as eleições “reforçaram o mandato” para um referendo à independência da Escócia.

"O povo escocês falou. Agora é tempo de decidir sobre o nosso próprio futuro", disse a primeira-ministra, anunciando ainda que o Govrno escocês vai publicar na próxima semana um plano detalhado de forma a avançar com o referendo.

O primeiro-ministro Boris Johnson já disse que se opõe a um novo referendo sobre a independência da Escócia, tendo em conta o voto que ocorreu em 2014 em que os escoceses optaram por ficar no Reino Unido.

12h12 - David Cameron: "Um resultado extraordinário e poderoso"

Em entrevista à ITV, o ex-primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou que este resultado do Partido Conservador é "extraordinário" e "poderoso".

"Este resultado marca o fim de Corbyn e do 'Corbynismo', e isso é muito bom para o país", disse o antigo líder do Partido Conservador sobre o líder do Partido Trabalhista, que já anunciou que se iria retirar na sequência das eleições gerais.


David Cameron foi o primeiro-ministro britânico que em 2016 convocou o referendo do Brexit, tendo feito campanha pela permanência na União Europeia.

Na altura, com a vitória do 'Leave', David Cameron apresentou a demissão e foi substituído por Theresa May. Hoje, na reação a estas eleições que praticamente confirmam a saída do Reino Unido da União Europeia, não teceu qualquer comentário sobre o processo de saída. 

11h53 - Líder dos Conservadores dirigiu-se ao número 10 de Downing Street após o encontro com a rainha

O primeiro-ministro britânico foi recebido com fortes aplausos e vivas no interior da residência, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

O encontro com a rainha durou cerca de 35 minutos.

11h00 - Boris Johnson já chegou ao Palácio de Buckingham 

Johnson vai ser reconduzido esta sexta-feira como primeiro-ministro pela rainha Isabel II. O encontro com a monarca serve para pedir formalmente a autorização para formar Governo.

10h50 - PM irlandês fala em "resultado decisivo"

Leo Varadkar felicitou Boris Johnson pelo "resultado decisivo" que obteve nas eleições britânicas, considerando que "o próximo passo" é concretizar o Brexit salvaguardando que não haverá fronteira rígida na ilha da Irlanda.

"Quero congratular o primeiro-ministro Boris Johnson. Foi uma clara vitória para o seu partido e penso que é positivo que tenhamos tido um resultado decisivo no Reino Unido nestas eleições", declarou Leo Varadkar, antes do início do segundo dia da cimeira de líderes europeus, que decorre em Bruxelas.

Para o primeiro-ministro irlandês, o próximo passo será agora "garantir que o acordo de saída não inclui uma fronteira rígida" entre o norte e o sul da Irlanda, devendo antes garantir "uma zona de viagem e também proteção para os direitos" dos cidadãos irlandeses e britânicos.


10h44 - Trump felicita Boris Johnson

O Presidente dos Estados Unidos felicitou o primeiro-ministro britânico pela "grande vitória" nas eleições gerais de quinta-feira.

"Parabéns a Boris Johnson pela sua grande vitória! O Reino Unido e os Estados Unidos estão livres para celebrar um novo grande acordo comercial após o Brexit", afirmou Donald Trump, numa mensagem publicada na rede social Twitter. .

Para o Presidente norte-americano, "este acordo tem potencial para ser muito maior e mais lucrativo do que qualquer acordo com a União Europeia".


10h30 - Reações de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa

Ainda só com as projeções, o primeiro-ministro português afirmava que se pretende que haja agora um "Brexit de forma ordenada" e não caótica por parte do Reino Unido.

"Tendo que haver Brexit, que seja um Brexit devidamente negociado, acordado e preparado", considerou António Cota.

O primeiro-ministro não arrisca a dizer que, a partir de agora seja possível que haja uma saída antes do dia 31 de janeiro, pois "depende de vários fatores", não só internos, mas também, a nível europeu, com a necessária aprovação final do acordo de saída no Parlamento Europeu.

"Agora (...) vamos ver se o novo Parlamento aprova finalmente o acordo. Como se sabe, este é o quarto acordo que a União Europeia negoceia com o Reino Unido. Portanto espero que a quarta seja de vez", concluiu.

Já o Presidente da República veio afirmar que espera que estes resultados permitam uma saída do Reino Unido com um acordo.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou ontem, ainda antes de serem conhecidos os resultados oficiais, que só essa solução pode salvaguarda os direitos de portugueses e britânicos.

10h08 - Líder dos Liberais Democratas falha reeleição

A líder dos Liberais Democratas não foi reeleita como deputada pela Escócia e perdeu por apenas 149 votos. Em declarações aos jornalistas afirmou que estes resultados eleitorais são um perigo para o futuro do Reino Unido, também devido ao resultado obtido pelo Partido Nacional Escocês.

"Esta noite vimos que é provável que Boris Johnson consiga a maioria e é, claramente, uma boa noite para o SNP (Partido Nacional Escocês). Alguns irão celebrar a vaga de nacionalismo que varre ambos os lados da fronteira. Para milhões de pessoas no nosso país, estes resultados trarão medo e desânimo", afirmou Jo Swinson.

10h02 - Novo referendo na Escócia?

A líder do Partido Nacional Escocês reafirma que os escoceses não querem Boris Johnson, nem querem sair da União Europeia.

"O povo da Escócia deixou bem claro que não quer Boris Johnson como primeiro-ministro, que não quer o Brexit, e que quer que o futuro da Escócia esteja nas mãos da Escócia", frisou.



Nicola Sturgeon diz que "agora há um novo mandato para oferecer ao povo da Escócia a escolha sobre o seu próprio futuro. Esse mandato já existia e foi reforçado".

"Boris Johnson pode ter um mandato para tirar a Inglaterra da União Europeia, mas não tem um mandato para tirar a Escócia da União Europeia", acrescentou.

"Não pode ser mais claro do que ficou com as eleições de hoje que a Escócia não quer um Governo de cinco anos com Boris Johnson e não quer perder o seu estatuto de nação europeia. (...) Não cabe a Boris Johnson decidir o futuro da Escócia, cabe ao povo escocês escolhê-lo", reiterou a líder do Partido Nacional Escocês (SNP).

Olhando para o mapa de resultados das eleições gerais desta quinta-feira, vemos que o Partido Nacional Escocês venceu praticamente em todo o território da Escócia, com a eleição de 48 dos 59 deputados escoceses. Este resultado poderá dar ímpeto a um futuro referendo sobre a independência da Escócia.

"Se a consequência mais importante das eleições gerais do Reino Unido é a rutura com a União Europeia, a segunda mais importante é de que talvez o próprio Reino Unido não sobreviva", lê-se esta sexta-feira num artigo da revista britânica The Economist, no rescaldo ao resultado destas eleições.

9h44 - União Europeia "pronta" para negociar com Londres

A UE está "pronta" para negociar o futuro relacionamento com o Reino Unido, disse hoje o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que representa os 27 países da União, após a ampla vitória de Boris Johnson nas eleições britânicas.

"A União Europeia está pronta para a próxima fase. Vamos negociar um acordo comercial que permitirá que as regras do jogo sejam equitativas", afirmou Michel no momento em que chegava para o segundo dia da cimeira europeia, em Bruxelas.

O presidente do Conselho Europeu, em funções desde o início do mês, pediu ao Parlamento britânico que ratifique "rapidamente" o acordo para uma retirada ordenada do Reino Unido da União Europeia.

Charles Michel felicitou Boris Johnson pelo resultado das eleições e pediu a Westminster que "ratifique rapidamente" o acordo do "Brexit" para "calmamente, mas com grande determinação, iniciar a negociação na próxima fase".

9h06 - Brexit. Este acordo será aprovado. E o próximo?

Com esta vitória avassaladora dos tories, tudo indica que o Brexit irá acontecer finalmente a 31 de janeiro de 2020, dez meses após a data inicialmente prevista.

Em caso de vitória, Johnson prometeu apresentar ainda antes do Natal, na Câmara de Comuns, a legislação necessária para ratificar o acordo assinado em Bruxelas com os líderes da União Europeia no mês de outubro.

Se com o anterior grupo parlamentar Boris Johnson encontrou vários problemas para fazer aprovar o acordo, desta vez todos os candidatos conservadores a estas eleições assinaram previamente e já deram luz verde ao acordo. Por outro lado, os partidos da oposição não terão deputados suficientes para o derrotar.



Depois de 31 de janeiro, começa uma nova fase. O Reino Unido irá entrar num período de transição, durante o qual será negociada a sua nova relação com o bloco europeu a 27.

De acordo com as regras, este período poderá prolongar-se até o fim de dezembro de 2022, mas os conservadores comprometeram-se na campanha a não ultrapassar o fim de 2020.

A maioria dos especialistas económicos considera essa data irrealista. O Reino Unido poderá, assim, enfrentar novamente a possibilidade de um Brexit desordeiro, caso não alcance um novo acordo de comércio com a União Europeia nos próximos 12 meses.

8h53 - Quais são os próximos passos?

Já esta sexta-feira, no rescaldo das eleições, Boris Johnson deverá dirigir-se ao Palácio de Buckingham para ser renomeado como primeiro-ministro pela rainha Isabel II.

Os membros recém-eleitos da Câmara dos Comuns deverão escolher o novo "speaker" na terça-feira, dia 17 de dezembro, no início da nova sessão no Parlamento. Os deputados deverão reconduzir Lindsay Hoyle no cargo, que sucedeu a John Bercow no final da anterior legislatura.

Haverá a 19 de dezembro, próxima quinta-feira, um discurso da rainha, numa cerimónia perante a Câmara dos Lordes, em que Boris Johnson deverá anunciar o seu calendário legislativo.

A principal data a ter em conta quanto ao Brexit é mesmo 31 de janeiro de 2020. Com a vitória por maioria absoluta, prevê-se que o Parlamento britânico vá aprovar o acordo de saída negociado entre Boris Johnson e a União Europeia.



8h46 - Jeremy Corbyn lidera os trabalhistas desde 2015

Esta é a segunda derrota do líder trabalhista em eleições gerais, depois de também ter sido derrotado por Theresa May em 2017.

Durante a campanha eleitoral, o líder do Labour apostou na defesa do Serviço Nacional de Saúde e de uma sociedade britânica menos desigual.



Jeremy Corbyn é deputado há 36 anos e começou a ganhar notoriedade dentro e fora do Partido Trabalhista quando deu a cara pelas grandes questões da esquerda britânica como a causa palestiniana, o conflito entre Irlandas e contra a guerra no Iraque.

Chegou à liderança do partido após a derrota de Ed Miliband nas eleições gerais de 2015, frente a David Cameron, que conseguiu uma maioria absoluta.

8h40 - Líder trabalhista de saída

Jeremy Corbyn foi um dos grandes derrotados da noite eleitoral e admitiu que o resultado "é muito dececionante", pelo que não irá continuar à frente do Labour.

"Quero tornar claro que não vou liderar o partido em nenhumas futuras eleições gerais. Vou discutir com o partido para garantir que existe um processo de reflexão sobre este resultado e sobre as políticas que o partido assumirá no futuro. E vou liderar o partido durante esse período para garantir que existe essa discussão", declarou em Islington, num discurso feito também de madrugada.

"Esta é obviamente uma noite muito dececionante para o Partido Trabalhista, com o resultado que temos. Mas quero dizer que, na campanha eleitoral, apresentámos um programa de esperança, um programa de unidade e um programa que ajudaria a corrigir os erros, as injustiças e as desigualdades existentes neste país", acrescentou.

Jeremy Corbyn salientou ainda que a questão do Brexit se tornou num debate dividido e polarizado, que "abafou muito coisa de um debate político normal".

"Reconheco que isso contribuiu para os resultados que o Partido Trabalhista registou esta noite em todo o país", referiu.

O líder demissionário deixou o alerta: "As questões de justiça social e as questões das necessidades das pessoas não irão desaparecer apenas porque o Brexit é resolvido da forma que Boris Johnson planeia presumivelmente resolvê-lo para já".

8h38 - Quem é Boris Johnson?

O candidato do Partido Conservador, o primeiro-ministro Boris Johnson, é uma personalidade controversa. Sucedeu a Theresa May na missão de concretizar o Brexit.

Com este resultado, Boris Johnson é o líder conservador com o melhor resultado eleitoral desde que Margaret Thatcher conseguiu eleger 376 deputados em 1987.

8h24 - "Um novo e poderoso mandato"

No discurso de vitória durante a madrugada, o primeiro-ministro britânico agradeceu ao povo do Reino Unido e prometeu "levar o país para a frente", num trabalho "que começa hoje".

"Parece que ao Governo Conservador foi outorgado um novo e poderoso mandato para a fazer o Brexit, e não só fazer o Brexit mas para unir o país, levá-lo para a frente e focar nas prioridades do país", disse.


Boris Johnson considera que esta eleição foi "histórica", que dará oportunidade ao Governo "de respeitar a vontade democrática do povo britânico, mudar para melhorar e libertar o potencial de todo o povo". Prometeu concretizar o Brexit "a tempo, até 31 de janeiro, sem desculpas ou questões".

"Com estas eleições, penso que acabámos com todas as ameaças terríveis de um segundo referendo", salientou.

"Recuperamos o controlo das nossas leis, fronteiras, dinheiro, o nosso comércio e sistema de imigração", acrescentou ainda.

No discurso na circunscrição de Uxbridge and South Ruisli, onde era candidato, Boris Johnson repetiu também a promessa de contratar mais 50 mil enfermeiros, 6 mil médicos e construir mais 40 hospitais.

8h00 - Resultados apontam para 363 lugares para os Conservadores

Às 8h00, já estavam apurados 648 dos 650 lugares do parlamento britânico. Os conservadores conquistam 363 lugares, mais 47 do que nas anteriores eleições. Os trabalhistas têm 203, menos 59 do que tinham.

O SNP conta com 48 lugares (mais 13 que em 2017), os Liberais Democratas garantiram 11 deputados (menos um), e o DUP tem oito (menos dois).

A líder dos Liberais Democratas, Jo Swinson, falhou a reeleição como deputada na circunscrição escocesa de Dumbartonshire East por uma margem de 149 votos para Amy Callaghan, do Partido Nacionalista Escocês (SNP).

Maioria absoluta garantida

Os votos das eleições desta quinta-feira ainda estão a ser contados mas o partido do primeiro-ministro já conquistou a maioria absoluta. Já ultrapassou os 326 lugares necessários para ter a maioria no Parlamento.

Foram confirmadas as projeções à boca das urnas, que atribuiam a Johnson 368 lugares contra 191 do partido trabalhista de Jerermy Corbyn, que regista o pior resultado dos últimos 80 anos.

Boris Johnson fala num resultado histórico, explica que estes números servem para unir o Reino Unido e que as eleições mostraram qual foi a vontade do povo.

Na Escócia, a primeira-ministra referiu que Boris Johnson não deve decidir se a Escócia sai ou não da União Europeia.

Nicola Sturgeon disse esta madrugada que a Escócia deve ter o direito de escolha sobre a saída.

O jornal inglês Guardian escreve que Nicola Sturgeon vai pedir a Boris Johnson que se realize mais uma votação de independência no parlamento escocês.