Washington afirmou esta tarde que o comando das forças sírio-curdas lhe garantiu ter cumprido totalmente as condições das tréguas acordadas na semana passada entre a Turquia e os Estados Unidos.
“Conformamo-nos completamente aos termos do cessar-fogo”, declarou Redur Khalil, um dos comandantes das Forças Democráticas Sírias (FDS, coligação curdo-árabe).
A garantia surgiu duas horas antes do fim do prazo concedido por Ancara na passada quinta-feira, para os combatentes curdos deixarem a zona que Ancara quer desmilitarizar a sul da sua fronteira.
A Turquia alega que só através do estabelecimento de uma zona de segurança, livre de curdos, será possível impedir as milícias curdas-sírias, YPG e FDS, de apoiarem as forças curdas-turcas do PKK, que Ancara considera terroristas.
A semana passada, após duas semana de operações militares na região, o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan acordou com altos representantes norte-americanos uma trégua de cinco dias, para permitir o recuo das forças curdas-sírias.
Ameaça norte-americana
Ao partir para a Rússia, para se reunir com o seu homólogo Vladimir Putin, Erdogan admitiu contudo esta terça-feira estar disposto a retomar as operações militares, se as YPG e as FDS não tivessem deixado o terreno livre até ao fim do prazo.
Palavras que fizeram soar os alarmes em Washington.
Apesar de ter sido a retirada das suas tropas que deu luz verde às
operações militares turcas na região, os Estados Unidos ameaçaram
recorrer à força contra a Turquia, se esta retomasse a ofensiva nas
próximas horas.
A Turquia quer o estabelecimento de uma faixa desmilitarizada em território sírio, com 440 Km de extensão, apesar de a ofensiva militar turca não ter abarcado até agora toda essa área.
Forças sírias e russas já ocuparam aliás Manbij e Kobani, duas cidades fronteiriças dentro da área referida pela Turquia.
Erdogan manifestou o seu acordo à entrada de forças sírias, desde que as milícias curdas retirem.
A solução de uma zona de segurança recebeu entretanto um apoio inesperado.
Pela primeira vez, a Alemanha defendeu a ideia esta segunda-feira, admitindo mesmo poder vir a participar com tropas na missão internacional que, a par da Rússia e da Turquia, poderá vir a garantir a desmilitarização do nordeste sírio.