A decisão de libertar os fundos foi tomada pelo Conselho Federal suíço em resposta ao apelo da UNRWA para ajuda humanitária e uma "situação de emergência" no enclave palestiniano, explica o Governo suíço no seu comunicado de imprensa. Mas a decisão deverá ser ainda submetida "à consulta das comissões de política externa da Assembleia Federal", acrescenta.
"A contribuição suíça de 10 milhões de francos suíços para a UNRWA
limita-se a Gaza e destina-se a satisfazer as necessidades vitais mais
urgentes: alimentos, água, abrigos, cuidados de saúde primários e
logística", anunciou o Conselho Federal suíço no seu comunicado de imprensa e na rede social X.
No entanto, a contribuição em questão representa para já apenas metade do montante transferido no ano passado, no valor de 20 milhões de francos suíços, e do que deveria ser inicialmente pago à UNRWA em 2024. O Conselho Federal explicou a sua decisão de libertar os fundos para a agência onusiana duas vezes por ano, deixando em aberto a possibilidade de uma segunda transferência ainda este ano.
A Suíça, à semelhança de outros países doadores, suspendeu a ajuda à agência da ONU em janeiro de 2024, depois de Israel a ter acusado de estar "totalmente infiltrada" pelo Hamas. Entretanto, o relatório da antiga ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, encomendado pelo secretário-Geral das Nações Unidas, constatou, que a UNRWA tem "problemas de neutralidade" política, mas que Israel ainda não apresentou "provas" de que alguns dos seus funcionários estão, como acusou, ligados ao Hamas.
"Na sua avaliação global, o Conselho Federal suíço baseia-se na análise do
relatório Colonna, bem como na coordenação com outros doadores",
explica o Governo federal.
O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou no final de abril que o montante total da ajuda congelada pelos países doadores ascendia a 267 milhões de dólares, cerca de 248 milhões de euros, a maior parte dos quais devido ao congelamento dos fundos americanos.
Com a ofensiva israelita na cidade de Rafah, a situação humanitária dos civis palestinianos de Gaza está a piorar, após meses de guerra no enclave que já causaram mais de 34 mil mortos e mais de 1,1 milhões - metade da população de Gaza - em risco de morrer à fome.
c/agências