Trump ameaça tirar EUA da NATO e avisa que Ucrânia deve esperar menos ajuda
Na primeira entrevista após ter vencido as eleições, Donald Trump afirmou que os Estados Unidos podem sair da NATO se os aliados não pagarem mais. Entre os vários temas, sendo a imigração o de maior destaque, o presidente eleito advertiu ainda que a Ucrânia "provavelmente" devia esperar menos ajuda norte-americana.
“Se pagarem as contas, com certeza” mantém os EUA na NATO.
“Se pagarem as suas contas e nos tratarem de forma justa, a resposta é ‘absolutamente, ficarei na NATO’”, repetiu.
A entrevista foi gravada na sexta-feira antes de Trump viajar para Paris, para estar presente na reabertura da Catedral de Notre-Dame e onde reuniu com os presidentes de França e da Ucrânia – encontro trilateral que, segundo Zelensky, foi “bom e produtivo”.
Ao “Meet the Press”, Trump disse que está a esforçar-se ativamente para acabar com a guerra, “se puder”, mas advertiu que a Ucrânia deve “provavelmente” esperar receber menos ajuda militar dos EUA quando tomar posse.
“Não quero voltar ao passado. A retribuição será através do sucesso”, disse Trump, esclarecendo que não vai nomear um procurador especial para investigar qualquer situação que envolva o presidente Joe Biden ou a sua família.
“Estas pessoas estão a viver no inferno”, disse.
“Penso que temos de o fazer. E é difícil. É uma coisa muito complicada de fazer”, explicou, quando questionado sobre se o plano era expulsar durante os quatro anos de mandato todas as pessoas com presença ilegal nos Estados Unidos. “Vai custar uma fortuna. Mas vou fazê-lo. Vamos começar com os criminosos”.
Prometeu ainda que não iria separar famílias, nos casos em que alguns imigrantes da mesma família estão legalmente e outros ilegalmente em território norte-americano, devolvendo todos ao seu país de origem.
“Eu não quero separar famílias. E a única maneira de o conseguir é mantê-los todos juntos e enviá-los todos de regresso”, disse Trump, durante a entrevista.
Donald Trump pretende, além disso, eliminar a cidadania por direito de nascimento – a proteção consagrada na 14ª Emenda, que garante a cidadania a qualquer pessoa nascida em território norte-americano.
Já no plano económico, disse que vai cumprir a promessa eleitoral de aumentar as tarifas de importação dos principais parceiros de comércio, e não assegurou que “as famílias americanas não vão pagar mais”, como consequência dessa medida.
“Não posso garantir nada. Não posso garantir o que vai acontecer no futuro”, reconheceu Trump.
Trump também prometeu que não irá impor restrições ao acesso a pílulas abortivas, deixando o tema do acesso à interrupção voluntária da gravidez a decisões dos legisladores de cada estado, quando falou sobre um dos temas mais divisivos da campanha eleitoral.