Trump avisa Irão. "Nunca mais ameacem os EUA"

por RTP
Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos da América Reuters

O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou diretamente o Irão na rede social Twitter, este domingo.

O tweet de Trump faz soar campainhas quanto a um possível conflito EUA-Irão, numa altura de aumento de tensões entre Washington e Teerão e apesar de ambos clamarem que não estão interessados numa guerra.

"Se o Irão quer lutar, isso será o fim oficial do Irão", escreveu Trump. "Nunca mais ameacem os Estados Unidos!"

Também a Arábia Saudita, aliada dos EUA e inimiga do regime xiita dos Ayatolas do Irão, ameaçou "retaliar com força", se o Irão "escolher a guerra".

O ministro saudita dos Negócios Estrangeiros, Adel al-Jubeir, começou por sublinhar este domingo, que o reino quer “a paz”, mas assegurou que “qualquer ameaça” por parte do Irão merecerá uma resposta “com toda a força”.

Em conferência de imprensa a partir de Riade, Adel al-Jubeir insistiu na ideia de que “a Arábia Saudita não procura a guerra”. Para logo contrapor, escorado pelas recentes tomadas de posição da Administração norte-americana, que o país “responderá com firmeza a qualquer ameaça” por parte de Teerão.

Sábado, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, comentou, no final da sua visita a Pequim, não acreditar numa guerra na região, já que Teerão não está interessado no conflito e nenhum país tem a "ilusão de que pode enfrentar o Irão".

"Não vai haver guerra porque nem nós queremos uma guerra como ninguém tem a ideia ou a ilusão de que podem confrontar o Irão na região", afirmou Zarif, citado pela agência iraniana de notícias IRNA e deixando no ar uma ameça de retaliação em caso de ataque.

A Administração Trump apertou recentemente a malha das sanções económicas a Teerão após denunciar o acordo nuclear internacional que reabriu as fronteiras do Irão ao comércio mundial.
120 mil para o Médio Oriente?
Elementos da equipa de Trump na Casa Branca, como o conselheiro para a Segurança Nacional, John R. Bolton, e o secretário de Estado Mike Pompeo, têm exigido que Teerão abandone os seus programas nuclear e de mísseis balísticos.

A 14 de maio surgiram notícias de que os EUA estariam a preparar o envio de 120 mil tropas americanas para o Médio Oriente, em preparação para um conflito armado.

Durante uma reunião de assessores de segurança nacional norte-americanos, o secretário de Defesa, Patrick Shanahan, apresentou esse mesmo plano, considerado em caso de ataque do Irão às forças americanas ou avançar com armas nucleares.

Segundo o jornal The New York Times, as revisões foram ordenadas por John R. Bolton, conselheiro de Segurança Nacional de Trump e um dos maiores defensores de um eventual ataque dos Estados Unidos ao Irão.

No final da reunião, Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que “o Presidente tem sido claro, os Estados Unidos não estão à procura de um conflito militar com o Irão e estão disponíveis para conversações com a liderança iraniana”.

“No entanto, a opção do Irão nos últimos 40 anos tem sido a violência e estamos prontos para defender os interesses dos Estados Unidos na região”, acrescentou.

Trump negou depois que esses planos estejam em cima da mesa. Ordenou contudo a retirada de todo o pessoal americano não essencial da embaixada do apís no Iraque, vizinho do Irão.

Uma decisão copiada pela multinacional americana de petróleo Exxon Mobil, dias depois, e referida como simples precaução.

O Irão tem-se referido a estas movimentações como "guerra psicológica" e "jogo político".



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