Último barco da flotilha Global Sumud intercetado por Israel

O último barco da flotilha que prosseguia ainda a sua viagem até Gaza foi intercetado na manhã desta sexta-feira, segundo os dados disponibilizados no portal da Global Sumud na Internet.

Joana Raposo Santos - RTP /
Foto: Flotilha Global Sumud via Reuters

Os organizadores da Flotilha Global Sumud disseram que o navio, Marinette, foi intercetado a cerca de 42,5 milhas náuticas de Gaza.

A rádio do Exército israelita indicou, por sua vez, que a Marinha tomou o controlo do último navio da flotilha e deteve os elementos que se encontravam a bordo. Avançou ainda que a embarcação estava a ser conduzida para o porto de Ashdod, em Israel.

Pouco antes, a organização da flotilha tinha anunciado que a embarcação Marinette continuava a navegar mas que esperava ser intercetada em breve. "Ela sabe o que a espera", escreveu nas redes sociais.

O barco Marinette estava a menos de 100 quilómetros da costa do enclave palestiniano ao início da manhã desta sexta-feira, de acordo com a geolocalização divulgada. Pouco depois, surgiu no site como "intercetado".

"Se o barco se aproximar, a sua tentativa de entrar numa zona de combate ativa e quebrar o bloqueio será igualmente impedida", tinha já garantido o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel na quinta-feira.
Ativistas transferidos para prisão israelita

Entretanto, os 473 ativistas da Flotilha Global Sumud detidos pelas forças israelitas foram transferidos para uma prisão no deserto de Negev, no sul de Israel, avançou esta sexta-feira a equipa jurídica que apoia a missão humanitária.

Loubna Yuma, advogada da Adalah, a equipa jurídica da flotilha, disse à agência de notícias EFE que os ativistas foram levados para a prisão de Saharonim, de onde serão provavelmente deportados para os países de origem.

Entre os detidos estão quatro portugueses: a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.

Na quinta-feira, o presidente da República português confirmou que a embaixadora e o cônsul português em Israel vão encontrar-se com os ativistas detidos. Marcelo Rebelo de Sousa revelou à RTP que vão ser apresentadas duas hipóteses aos cidadãos portugueses.

“Vai ser apresentada uma escolha aos detidos: ou assinam um documento dizendo que saem com a sua concordância do território de Israel, e aí Israel cobre as despesas dessa saída o mais rápido possível, ou preferem a outra via, que é ficarem em território israelita, e nessa medida iniciar o processo que conduz à intervenção de um juiz”, adiantou Marcelo Rebelo de Sousa.
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