As tropas da Venezuela dispararam gás lacrimogéneo contra um grupo de pessoas junto à fronteira com a Colômbia. O governo de Nicolás Maduro mandou encerrar as fronteiras, numa altura em que a oposição se prepara para fazer chegar a ajuda humanitária a território venezuelano. A pressão aumenta nas localidades fronteiriças, em especial na Ponte Tienditas.
Dijeron que no íbamos a llegar a la frontera: llegamos todos y llegó el Pueblo a recibir la ayuda.
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
Dijeron que la ayuda no iba a entrar: los camiones cruzan el país.
Dijeron que tenían Pueblo: están solos y decenas de soldados los han abandonado.
El Pueblo está claro: #SíoSí pic.twitter.com/Ybiaeuwhgo
Seguimos recibiendo el respaldo de la comunidad internacional, que ha podido ver, con sus propios ojos, como el régimen usurpador viola el protocolo de Ginebra, donde se dice claramente que destruir la ayuda humanitaria es un crimen de lesa humanidad.
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
El régimen usurpador se vale de los actos más viles e intenta quemar el camión con ayuda humanitaria que se encuentra en Ureña.
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
Nuestros valientes voluntarios están realizando una cadena para salvaguardar la comida y las medicinas.
La avalancha humanitaria es indetenible pic.twitter.com/bU2PPzSGcu
Apesar do bloqueio nas pontes, dominadas por milícias de Maduro - os colectivos -, que já queimaram um camião com 30t de ajuda, muitos milhares de venezuelanos querem atravessar a ponte Tienditas a qualquer custo. pic.twitter.com/JZgiyy8Sne
— Paulo Rangel (@PauloRangel_pt) 23 de fevereiro de 2019
Esta é uma das três pontes que a oposição espera cruzar para fazer chegar 14 camiões com alimentos e medicamentos à Venezuela.
A agência Reuters refere que também foram disparadas balas de borracha mas sem que se verificassem vítimas. O coordenador da ajuda humanitária, citado pelo jornalista Nuno Amaral, fala em três dezenas de feridos.
Maduro apelidou o líder da oposição na Venezuela de “marioneta vendida ao império” e criticou o autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó, por não ter convocado ainda eleições presidenciais antecipadas no país.
Segundo Nicolás Maduro, "as eleições deveriam ser hoje, porque assim o manda a Constituição", fazendo alusão à legislação venezuelana segundo a qual uma vez assumido o cargo o Presidente interino tem um mês para convocar eleições presidenciais.
Mandaron mujeres al frente, pensando que íbamos a agredirlas. Y lo único que lograron fue mostrarle al mundo el rostro de las madres venezolanas, que tienen la fuerza de llorar el hambre de sus hijos.
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
Ya están con nosotros en Cúcuta. ¡Bienvenidas a una Venezuela Libre! pic.twitter.com/URa521Tpdr
"Estamos aguardando para passar a ajuda humanitária. O povo precisa. Os venezuelanos estão precisando disso hoje", declarou à Lusa a deputada da oposição venezuelana.
Dezenas de venezuelanos aguardam na fronteira do Brasil com a Venezuela, à volta de dois camiões com bens alimentares e 'kits' de material médico e medicamentos.
Segundo a deputada Yuretzi Idrogo, os populares estão na linha divisória da fronteira a aguardar indicações de uma comissão de deputados que estão em Santa Elena Uairen a negociar com as autoridades venezuelanas a entrada dos camiões.
"Há pelo menos quatro bloqueios militares em Santa Elena e estamos a protestar aqui para passar com a ajuda", acrescentou.
Los soldados con quienes he hablado han respondido a su deseo de vida y futuro para sus hijos que el Usurpador no les garantiza.
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
Soldado venezolano, el mensaje es claro: haz lo que te manda la Constitución. Habrá amnistía y garantías para quienes se pongan del lado del pueblo. pic.twitter.com/pvbbVbXWFt
O aumento das deserções é um facto também confirmado pelo deputado português do Partido Popular Europeu Paulo Rangel, que está na Colômbia.
O número de militares das forças armadas que está a passar para o lado de Guaidó aumenta.
— Paulo Rangel (@PauloRangel_pt) 23 de fevereiro de 2019
A agência France-Presse avança que quatro veículos com ajuda humanitária tentam forçar a passagem desde a Colômbia.
¡Atención Venezuela!
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
Anunciamos que los camiones de la ayuda humanitaria provenientes de Colombia ya están en territorio venezolano.
El régimen usurpador está impidiendo su paso.
No podrán con nuestra decisión irreversible de vivir en libertad.
#23FAvalanchaHumanitaria pic.twitter.com/PBFJnRnaJm
O presidente interino da Venezuela participou no arranque simbólico das viaturas, mas depois dirigiu-se, com o Presidente da Colômbia, para o edifício da Emigração na entrada da ponte, onde está o gabinete de crise improvisado. O eurodeputado Paulo Rangel também se encontra neste local.
ÚLTIMA HORA: um grupo de mulheres polícias colocadas na fronteira por Maduro para servirem de escudo humano acabam de passar para o lado do governo legítimo de Juan Guaido. Facto muito celebrado no centro logístico
— Paulo Rangel (@PauloRangel_pt) 23 de fevereiro de 2019
O correspondente do El País dá conta que as forças de segurança da Venezuela estão a reprimir os partidários de Guaidó com gás lacrimogéneo que pretendem atravessar da Colômbia para a Venezuela pela Ponte Simão Bolívar.
Centenas de civis estão concentrados esde manhã cedo junto à ponte fronteiriça e que responderam com arremesso de pedras.
O conteúdo dos camiões com ajuda humanitária na Venezeula será descarregado na Ponte Simão Bolívar e serão transportados em "corrente humana" até à fronteira, revelou a agência de emigração colombiana, citada pela agência Reuters.
O exército venezeualano está a bloquear a entrada de ajuda, cumprindo ordens do Governo.
Um camião com ajuda humanitária passou do Brasil para a Venezuela, ao meio-dia deste sábado, revelou o autoproclamado presidente internino Juan Guaidó e o deputado da oposição venezuelana Miguel Pizarro.
¡Atención Venezuela!
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
Anunciamos oficialmente que YA ENTRÓ el primer cargamento de ayuda humanitaria por nuestra frontera con Brasil.
¡Esto es un gran logro, Venezuela!
¡Seguimos! #23FAvalanchaHumanitaria
A agência Reuters refere, contudo, que o veículo ainda não tinha passado pelo posto de controlo aduaneiro venezuelano.
Os camiões de ajuda humanitária partiram do centro de armazenamento em Cúcuta, na Colômbia, em direção à Venezuela, com o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó a bordo de um dos veículos.
Vamos con toneladas de ayuda, mientras la usurpación hoy sólo tiene asesinatos en Bolívar, soldados que los desconocen y altos funcionarios que los condenan o ya se fueron a Turquía.
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
Desde Santa Elena hasta Ureña, el Pueblo exige el paso de la ayuda.
¡Vamos a lograrlo! Sí o sí.
Venezuela: no son desertores aquellos guardias y efectivos de las FFAA que decidan sumarse a nuestra lucha.
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
¡Han decidido ponerse del lado del Pueblo y de la Constitución!
¡Bienvenidos! La llegada de la Libertad y la Democracia a Venezuela ya es indetenible. pic.twitter.com/zojGluqAuo
15h15: Paulo Rangel impressionado
Na plataforma logística, mesmo junto da fronteira, de onde partirá a coluna de ajuda humanitária.#VenezuelaAidLive #Venezuela pic.twitter.com/aZXVRQOlPi
— Paulo Rangel (@PauloRangel_pt) 23 de fevereiro de 2019
O eurodeputado partilhou na conta de Twitter que o autoproclamado interino considera que a comunidade portuguesa é determinante para o crescimento da Venezuela país, tendo-lhe agradecido o aoio de Portugal, numa declaração gravada em vídeo na cidade colombiana de Cúcuta.
"Quero agradecer a Portugal, agradecer à comunidade portuguesa, à comunidade luso-venezuelana que é determinante para o crescimento do nosso país. Obrigado Portugal, obrigado Europa", disse Guaidó ao eurodeputado português, em Cúcutar.
Juan Guaidó quis deixar uma mensagem a Portugal e à Europa, com uma palavra muito especial para a comunidade luso-venezuelana. Foi ontem já depois do meu encontro bilateral e das actividades com a delegação do Grupo PPE. @jguaido @EPPGroup #VenezuelaAidLive #Venezuela pic.twitter.com/iDEQK7K0zO
— Paulo Rangel (@PauloRangel_pt) 23 de fevereiro de 2019
O vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE) integra uma delegação de deputados desta família política do Parlamento Europeu. Chegaram na quinta-feira à Colômbia.
A vice-Presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmava no Twitter durante a madrugada que o Governo vai "fechar temporariamente" as pontes Simón Bolívar, Santander e Unión.
El Gobierno Bolivariano informa a la población que, debido a las serias e ilegales amenazas intentadas por el Gobierno de Colombia contra La Paz y la soberanía de Venezuela, ha tomado la decisión de un cierre total temporal de los puentes Simón Bolívar, Santander y Unión!
— Delcy Rodríguez (@DrodriguezVen) 23 de fevereiro de 2019
A medida surge depois do Presidente, Nicolás Maduro, ter encerrado a fronteira com o Brasil, onde confrontos entre o exército e uma comunidade indígena vitimaram pelo menos duas pessoas.
A entrada de ajuda humanitária, em particular dos bens fornecidos pelos Estados Unidos, na Venezuela tem sido um dos temas centrais nos últimos dias do braço-de-ferro entre o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, e Nicolás Maduro.
O Presidente Maduro tem insistido em negar a existência de uma crise humanitária no país, contradizendo os mais recentes dados das Nações Unidas, que estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo ascende a 3,4 milhões.
Maduro considera a entrada da ajuda humanitária como o início de uma intervenção militar dos norte-americanos, que acusa de terem provocado a escassez através das sanções aplicadas ao país.