Mundo
Venezuela. Guaidó apela a novos protestos nacionais e internacionais
Uma “grande mobilização nacional e internacional” é o que o autoproclamado presidente da Venezuela espera obter entre quarta-feira e sábado, dias escolhidos para novas vagas de contestação nas ruas. Depois de Nicolás Maduro ter fechado a porta ao ultimato de países europeus para a marcação de eleições, Juan Guaidó recorreu às redes sociais, alegando que o Governo proibiu rádios e televisões de “dizerem o seu nome”.
“No sábado, grande mobilização nacional e internacional. Estaremos nas ruas de toda a Venezuela e em todo o mundo para acompanhar, apoiar a União Europeia e o ultimato que deu”, clamou Guaidó em vídeo publicado durante a última noite no Twitter.
Para a próxima quarta-feira está marcada uma vaga de ações de protesto, a partir das 12h00 (16h00 em Lisboa), nas ruas das cidades venezuelanos, em locais de trabalho ou transportes públicos.
“Usamos este meio porque sabemos que proibiram rádios e canais de dizerem o meu nome. Eu lembro a Nicolás Maduro que quem tem medo do nome também tem medo das ideias e da força que o povo da Venezuela está a imprimir a este processo”, afirmou o presidente da Assembleia Nacional venezuelana.
“Quero que saibam que não vai ser em vão o sacrifício e o esforço dos nossos jovens nas ruas. O mundo tem visto de forma muito clara e transparente que as nossas manifestações têm sido em massa, contundentes e pacíficas”, acentuou Juan Guaidó, que contestou ainda a legitimidade das denominadas Forças de Ações Especiais, classificando-as como inconstitucionais.
Na sequência de uma carta que enviou no sábado ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a pedir “cooperação internacional urgente”, o autoproclamado presidente apelou à antiga Presidente chilena Michelle Bachelet, agora comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, para que “não demore” a concretizar uma “visita à Venezuela”.
Antes da publicação desta mensagem em vídeo, Guaidó esteve numa missa na zona leste de Caracas, onde fez um apelo aos militares do país: “Soldado da Venezuela, eu ordeno-te. Não dispares contra o povo da Venezuela, não reprimas manifestações pacíficas”.
O ultimato foi prontamente rejeitado por Nicolás Maduro, que isolou o Governo espanhol no ponto de mira, acusando mesmo o primeiro-ministro Pedro Sánchez de submissão ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A representante da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini, não foi além da exigência da convocação de eleições “nos próximos dias”.
“Ninguém nos pode fazer um ultimato”, vincou Maduro em declarações ao braço turco da CNN.
A Austrália juntou-se esta segunda-feira às demais nações ocidentais que reconheceram Juan Guaidó como presidente interino “até à realização de eleições”, através de um comunicado da ministra dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne. Em contraste, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia recusa-se a apoiar quer Maduro, quer Guaidó.
No seio do Conselho de Segurança das Nações Unidas - que discutiu no fim de semana a crise venezuelana - Rússia e China permanecem ao lado do Governo de Nicolás Maduro.
Forças Armadas em manobras
O Presidente venezuelano supervisionou no domingo exercícios militares no Forte de Paramacay, no Estado de Carabobo, 150 quilómetros a oeste de Caracas, e na Base Naval Agustín Armário, em Puerto Cabello, a noroeste da capital.
“Venho dizer aos soldados da minha pátria que é tempo de mostrar força moral, de defender a pátria e a Constituição bolivariana, é tempo de lealdade, de união cívico-militar”, lançou Maduro, para insistir na denúncia de “um plano” do “império norte-americano” com vista a “destruir a Venezuela e suplantar o Estado”.
“Vocês são golpistas ou respeitam a Constituição?”, perguntou Maduro aos militares. “Traidores jamais, leais sempre”, rematou.
No sábado, o coronel José Luis Silva, adido militar em Washington, assumiu publicamente o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino, exortando os “irmãos militares” a seguirem-lhe os passos.
Entretanto, a Administração Trump, pela voz do conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, advertiu para uma “resposta significativa” a quaisquer formas de intimidação de diplomatas norte-americanos ou elementos da oposição venezuelana.
c/ agências
Juan Guaidó exortou os venezuelanos a assumirem a
defesa da proposta de lei de amnistia para militares que deixem de
reconhecer legitimidade a Nicolás Maduro.
Para a próxima quarta-feira está marcada uma vaga de ações de protesto, a partir das 12h00 (16h00 em Lisboa), nas ruas das cidades venezuelanos, em locais de trabalho ou transportes públicos.
“Usamos este meio porque sabemos que proibiram rádios e canais de dizerem o meu nome. Eu lembro a Nicolás Maduro que quem tem medo do nome também tem medo das ideias e da força que o povo da Venezuela está a imprimir a este processo”, afirmou o presidente da Assembleia Nacional venezuelana.
“Quero que saibam que não vai ser em vão o sacrifício e o esforço dos nossos jovens nas ruas. O mundo tem visto de forma muito clara e transparente que as nossas manifestações têm sido em massa, contundentes e pacíficas”, acentuou Juan Guaidó, que contestou ainda a legitimidade das denominadas Forças de Ações Especiais, classificando-as como inconstitucionais.
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— Juan Guaidó (@jguaido) 28 de janeiro de 2019
Na sequência de uma carta que enviou no sábado ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a pedir “cooperação internacional urgente”, o autoproclamado presidente apelou à antiga Presidente chilena Michelle Bachelet, agora comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, para que “não demore” a concretizar uma “visita à Venezuela”.
Antes da publicação desta mensagem em vídeo, Guaidó esteve numa missa na zona leste de Caracas, onde fez um apelo aos militares do país: “Soldado da Venezuela, eu ordeno-te. Não dispares contra o povo da Venezuela, não reprimas manifestações pacíficas”.
Frente diplomática
Seis países da União Europeia – Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Portugal e Holanda, por esta ordem – deram no sábado um prazo de oito dias para que o Presidente venezuelano convocasse eleições, sob pena de ver reconhecida a legitimidade de Juan Guaidó.
Segundo a organização não-governamental Fórum Penal Venezuelano, o número de detidos nos protestos contra Maduro ascende a 791.Seis países da União Europeia – Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Portugal e Holanda, por esta ordem – deram no sábado um prazo de oito dias para que o Presidente venezuelano convocasse eleições, sob pena de ver reconhecida a legitimidade de Juan Guaidó.
O ultimato foi prontamente rejeitado por Nicolás Maduro, que isolou o Governo espanhol no ponto de mira, acusando mesmo o primeiro-ministro Pedro Sánchez de submissão ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A representante da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini, não foi além da exigência da convocação de eleições “nos próximos dias”.
“Ninguém nos pode fazer um ultimato”, vincou Maduro em declarações ao braço turco da CNN.
A Austrália juntou-se esta segunda-feira às demais nações ocidentais que reconheceram Juan Guaidó como presidente interino “até à realização de eleições”, através de um comunicado da ministra dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne. Em contraste, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia recusa-se a apoiar quer Maduro, quer Guaidó.
No seio do Conselho de Segurança das Nações Unidas - que discutiu no fim de semana a crise venezuelana - Rússia e China permanecem ao lado do Governo de Nicolás Maduro.
Forças Armadas em manobras
O Presidente venezuelano supervisionou no domingo exercícios militares no Forte de Paramacay, no Estado de Carabobo, 150 quilómetros a oeste de Caracas, e na Base Naval Agustín Armário, em Puerto Cabello, a noroeste da capital.
“Venho dizer aos soldados da minha pátria que é tempo de mostrar força moral, de defender a pátria e a Constituição bolivariana, é tempo de lealdade, de união cívico-militar”, lançou Maduro, para insistir na denúncia de “um plano” do “império norte-americano” com vista a “destruir a Venezuela e suplantar o Estado”.
“Vocês são golpistas ou respeitam a Constituição?”, perguntou Maduro aos militares. “Traidores jamais, leais sempre”, rematou.
No sábado, o coronel José Luis Silva, adido militar em Washington, assumiu publicamente o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino, exortando os “irmãos militares” a seguirem-lhe os passos.
Entretanto, a Administração Trump, pela voz do conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, advertiu para uma “resposta significativa” a quaisquer formas de intimidação de diplomatas norte-americanos ou elementos da oposição venezuelana.
c/ agências