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Reportagem

Venezuela. Líder do parlamento autoproclama-se presidente

por RTP

Com as ruas de Caracas marcadas pela confrontação, o presidente do parlamento, Juan Guaidó, autoproclamou-se chefe do Estado, na sequência do não reconhecimento da eleição de Nicolás Maduro e da tentativa de golpe de Estado denunciada há dois dias.

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Até ao momento, Juan Guaidó foi já reconhecido como Presidente interino da Venezuela pelos Estados Unidos, Canadá, Organização dos Estados Americanos (OEA), Brasil, Colômbia, Peru, Paraguai, Equador, Chile e Costa Rica.

A Venezuela encontra-se agora num clima de incertezas, existindo a possibilidade de a oposição passar a administrar um Governo paralelo reconhecido como legítimo por outros países mas sem real controlo sobre as decisões governamentais.

23h57 - Vice-Presidente brasileiro descarta possibilidade de intervenção armada

O vice-Presidente brasileiro, Hamilton Mourão, descartou a possibilidade de o Brasil participar numa intervenção armada na Venezuela para retirar Maduro do poder, por não ser tradição da política externa do seu país.

"O Brasil não participa de intervenção. Não é da nossa política externa intervir nos assuntos internos dos outros países", declarou Mourão à imprensa brasileira.

No entanto, o Hamilton Mourão assumiu que, caso seja necessário, o Brasil poderá futuramente oferecer ajuda financeira para reconstruir o país vizinho.

"O apoio político é exatamente a decisão que foi tomada pelo Presidente. (Daremos) apoio económico, no futuro, caso seja necessário, para reconstruir o país", frisou.

23h55 - Santos Silva espera que Maduro "compreenda que o seu tempo acabou"

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou o seu pleno respeito "à vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Maduro "compreenda que o seu tempo acabou".

"Apelamos para eleições livres, para que Maduro compreenda que o seu tempo acabou, porque não pode ignorar a vontade do povo e a Assembleia Nacional tem de ser respeitada", disse o ministro à agência Lusa.

23h00 - “Interesses obscuros”

O ministro da Defesa da Venezuela, Valdimir Padrino, afirmou que os militares não aceitarão "um Presidente imposto à sombra de interesses obscuros.

"O desespero e a intolerância atentam contra a paz da nação. Os soldados da pátria não aceitam um Presidente imposto à sombra de interesses obscuros ou autoproclamado à margem da lei", disse o ministro na sua conta na rede social Twitter.


Na mesma mensagem acrescentou que as Forças Armadas defenderão a Constituição e serão "garante da soberania nacional".

As declarações do ministro representam um apoio ao Presidente Nicolás Maduro, a quem a hierarquia castrense do país já havia reconhecido como sendo seu comandante em chefe há cerca de duas semanas.

22h38 - UE pede eleições "livres"

A União Europeia pediu que a "voz" do povo venezuelano seja escutada e que sejam realizadas eleições "livres e credíveis".

"Os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo o seu presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados", acrescentou a Alta Representante da UE, Federica Mogherini, em nome dos 28.

22h35 - Parlamento Europeu reconhece "legitimidade" de Guaidó

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, reconheceu "legitimidade democrática" ao opositor venezuelano Juan Guaidó.


"Sigo com atenção os acontecimentos na Venezuela. Contrariamente a Maduro, Guaidó tem legitimidade democrática", vincou Antonio Tajani numa reação publicada na sua conta oficial da rede social Twitter.

Para este responsável, "deve-se respeitar as manifestações e a liberdade de expressão de um povo que está farto de passar fome e de sofrer os abusos de Maduro".

22h17 - Portugal pede respeito pela legitimidade da Assembleia Nacional

O Governo de Portugal pediu que seja respeitada a legitimidade da Assembleia Nacional da Venezuela e o direito à manifestação pacífica.

"Apelamos a que não haja violência na Venezuela, que seja respeitada a legitimidade da Assembleia Nacional e que seja também respeitado o direito das pessoas a manifestarem-se pacificamente", lê-se numa mensagem divulgada na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português na rede social Twitter.


"Acompanhamos minuto a minuto a evolução da situação na Venezuela. A nossa preocupação principal é a segurança da comunidade portuguesa. Estamos também em contacto permanente com os nossos parceiros mais próximos, designadamente na União Europeia", afirma-se numa mensagem colocada minutos antes na mesma conta.

22h08 - Tusk espera que UE "se una para apoiar forças democráticas"

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse esperar que “toda a Europa se una para apoiar as forças democráticas na Venezuela”.


Através de uma publicação feita na sua conta oficial da rede social Twitter, o responsável vincou que, "ao contrário de Maduro, a Assembleia Nacional, assim como Juan Guaidó, têm um mandato democrático" eleito pelos "cidadãos venezuelanos".

Esta é a primeira posição pública de um responsável das instituições europeias à situação na Venezuela, após o presidente do parlamento venezuelano, o opositor Juan Guaidó, se ter autoproclamado hoje presidente interino.

22h00 - Guaidó garante relações diplomáticas "com todos os países"

Guaidó afirmou que manterá relações diplomáticas "com todos os países", contrariando a decisão do chefe de Estado, Nicolás Maduro, de romper vínculos com Washington.

"Comunico a todos os chefes de missão diplomática e seu pessoal acreditado na Venezuela que o Estado da Venezuela deseja firmemente que mantenham a sua presença diplomática no nosso país", declarou na rede social Twitter.

"Responsavelmente vos digo que somos uma nação soberana e continuaremos a manter relações diplomáticas com todos os países do mundo. Continuamos firmes em retomar a ordem constitucional", refere.


Guaidó insta as missões diplomáticas a "ignorar qualquer ordem ou disposição a este respeito que contradiga o firme propósito do poder legítimo da Venezuela" - que diz representar "em virtude da Constituição" - de que "as missões diplomáticas, chefes de missão e todo o seu pessoal continuem a trabalhar na Venezuela com normalidade e que se respeitem todas as imunidades e privilégios".

"Qualquer disposição contrária careceria de validade, pois emanaria de pessoas ou entidades que, pelo seu caráter usurpatório, não têm autoridade legítima para se pronunciar a este propósito", refere ainda a mensagem, com a assinatura de Juan Guaidó.

21h54 - Presidente do PT critica apoio do Brasil a Guaidó

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, criticou o apoio dado pelo Governo brasileiro a Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela, afirmando que "o Brasil só tem a perder com esta intervenção".

"Começamos hoje na América Latina a caminhada dos conflitos que tanto repudiamos em outros continentes. Líbia, Iraque, Síria são lembranças atuais das decisões arrogantes dos Estados Unidos e dos seus parceiros políticos. O Brasil só tem a perder com esta intervenção na Venezuela", afirmou Gleisi na rede social Twitter.

21h23 - Cristas pede ao Governo para que reconheça Guaidó

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, pediu ao Governo numa mensagem no Faceboock para que reconheça Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

"Face à gravidade da situação na Venezuela e tendo em atenção a situação dos portugueses na Venezuela, e de acordo com o que o CDS-PP apresentou no parlamento relativamente ao plano de contingência e na salvaguarda dos direitos dos nossos compatriotas, peço ao Governo que desencadeie os mecanismos necessários com vista ao reconhecimento deste Governo, que estamos em crer respeita o Estado de Direito democrático, abrindo caminho para eleições livres", escreveu Assunção Cristas.

21h20 - Trump não exclui intervenção militar contra a Venezuela

Os Estados Unidos admitiram usar todos os meios se o governo venezuelano recorrer à violência. Donald Trump disse que nenhuma hipótese está excluída.


21h13 - Putin reitera apoio a Maduro





20h58 - Maduro apela aos militares para permanecerem unidos

O presidente Nicolás Maduro lançou um apelo às forças armadas da Venezuela para que permaneçam unidas e mantenham a disciplina.

"Nós iremos triunfar também agora, sairemos vitoriosos", clamou a partir da varanda do Palácio de Miraflores.

20h57 - Guatemala junta-se aos países que reconhecem Guaidó

A Guatemala reconhece Juan Guaidó como presidente interino, comunicou a ministra guatemalteca dos Negócios Estrangeiros, Sandra Jovel, na sua conta no Twitter.

20h39 - Chavistas manifestam-se a favor de Maduro

Imagens da televisão estatal venezuelana mostram uma manifestação com milhares de pessoas no centro de Caracas, apoiando Nicolás Maduro contra a proclamação de Juan Guaidó como presidente do país.


20h32 - Corte de relações com os Estados Unidos

Venezuela anuncia corte de relações diplomáticas com os Estados Unidos. O anúncio foi feito pelo próprio presidente Maduro a partir do Palácio de Miraflores, dando 72 horas ao corpo diplomático norte-americano em Caracas para deixar o país.

20h25 - Presidente da Bolívia, Evo Morales, mantém-se ao lado de Maduro

“A nossa solidariedade para com o povo venezuelano e o irmão Nicolas Maduro, nessas horas decisivas, quando as garras do imperialismo procuram novamente matar a democracia e a autodeterminação dos povos da América do Sul. Nós nunca mais seremos o pátio das traseiras dos Estados Unidos”, escreveu o presidente boliviano.




20h20 - Milhares de manifestantes de um lado e de outro nas ruas de Caracas

Um protesto gigante na Venezuela: parte da população saiu à rua a exigir a deposição do regime de Nicolas Maduro.

O líder da oposição proclamou-se presidente interino durante a manifestação em Caracas, e essa proclamação foi reconhecida pelos Estados Unidos, o Brasil e a Organização dos Estados Americanos.

20h16 - Feridos entre forças da ordem e manifestantes

Confrontos entre os militares destacados para as ruas e manifestantes da oposição resultam em vários feridos, com os números ainda muito imprecisos.

20h06 - Horas críticas em Caracas



20h02 - Lista de países que estão com Juan Guaidó

Estados Unidos
Canadá
Brasil
Paraguai
Colômbia
Peru
Equador
Costa Rica
Argentina

19h45 - Para já, México mantém-se ao lado de Maduro

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que o México não acredita numa mudança na política venezuelana "por agora", declarações já depois da autoproclamação de Juan Guaidó.

19h39 - Paraguai envia apoio a Juan Guaidó

O presidente do Paraguai reconheceu Guaidó como presidente interino.

19h32 - Exército está na rua





19h26 - OEA envia felicitações a Juan Guaidó

A Organização dos Estados Americanos, sedeada em Washington, felicitou Juan Guaidó: "Felicitamos Juan Guaidó, o presidente interino da Venezuela. Ele tem todo o nosso reconhecimento para impulsionar o regresso da democracia ao país".

19h19 - Começam a alinhar-se os parceiros internacionais

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, reconhece Guaidó como presidente da Venezuela.

"O Brasil apoiará política e economicamente a transição para que a democracia e a paz social regressem à Venezuela", declarou Bolsonaro.

Também da Colômbia, Peru, Equador e Costa Rica chegam mensagens de apoio ao novo presidente.

19h17 - Imagens do juramento de Juan Guaidó




19h07 - Todas as opções em aberto

Washington acaba de fazer saber que tem "todas as opções" em cima da mesa para lidar com a situação no caso de Maduro recorrer à força.


18h13 - Trump reconhece Guaidó como presidente

O presidente norte-americano apoia a declaração do presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, como chefe de Estado do país e declara reconhecê-lo nessa qualidade.

Donald Trump apelou, além disso, a que a comunidade internacional deixasse de reconhecer o presidente Nicolás Maduro e passasse a reconhecer Juan Guaidó.

17h44 - Juan Guaido autoproclama-se presidente da Venezuela

Com as ruas de Caracas marcadas pela confrontação, o presidente do parlamento autoproclamou-se chefe do Estado, na sequência do não reconhecimento da eleição de Nicolás Maduro e da tentativa de golpe de Estado denunciada há dois dias.


17h30 - Golpe de estado anulado há dois dias

Com Nicolás Maduro saído de uma reeleição muito contestada interna e externamente, a 10 de Janeiro, os seus apoiantes pretendem assegurar condições para que leve por diante este segundo mandato.

Na antecâmara das movimentações populares esteve há dois dias uma tentativa de golpe de Estado que acabou por ser reprimida pelo exército.

17h15 - Primeiro balanço: quatro mortos

Num primeiro balanço, confirmado pela polícia e pelo Observatório de Conflitos Sociais, um jovem de 16 anos morreu num ajuntamento no bairro popular de Catia, na zona Ocidental da capital, Caracas. Foi também assinalada a morte de outras três pessoas durante as pilhagens que ocorreram no Estado de Bolívar, Sul do país.

Durante a noite foi queimada uma estátua do antigo presidente Hugo Chávez em San Félix, também no Estado de Bolívar, e com o nascer do dia opositores e apoiantes de Maduro começaram a convergir em locais distintos da capital e de outas cidades venezuelanas.

17h12 - Apoiantes e críticos de Maduro rumam às ruas

Contra e a favor do presidente Maduro. As ruas de Caracas e de outras cidades do país vivem momentos agitados com as manifestações que visam directamente ao Palácio de Miraflores, sede do governo de Nicolás Maduro. O último balanço aponta para a existência de quatro mortos nos protestos desta quarta-feira, dois dias depois de um golpe militar ter sido anulado no país.

Na data que comemora os 60 anos da queda da ditadura de Marcos Pérez Jiménez, a 23 de Janeiro de 1958, foram marcadas manifestações para esta quarta-feira em ambos os lados da barricada: pelos movimentos contra o governo de Nicolás Maduro e também por aqueles que apoiam o presidente.

A liderar o movimento de oposição está Juan Guaidó, o jovem presidente do Parlamento da Venezuela a quem Donald Trump ofereceu o seu apoio caso se declarasse o líder do país.