Wagner confirma. Prigozhin enterrado em cerimónia privada

por Graça Andrade Ramos - RTP
Restos mortais de Yevgueni Prigozhin foram a enterrar num cemitério de São Petersburgo Reuters

Os restos mortais do líder mais conhecido do grupo Wagner foram a enterrar esta terça-feira, num cemitério da sua cidade natal, São Petersburgo.

A informação foi veiculada pelo serviço de imprensa do grupo mercenário russo através da rede social Telegram, onde surgiram igualmente imagens das exéquias e do local onde Yevgueny Prigozhin foi sepultado, alegadamente perto da campa do próprio pai.

Estiveram presentes na cerimónia apenas familiares e membros do círculo íntimo do líder do Wagner. O Presidente Vladimir Putin, de quem Prigozhin seria alegadamente próximo, primou pela ausência.

A discrição do funeral contrasta com as honras militares a que Prigozhin e outros líderes do grupo Wagner teriam direito enquanto heróis da Rússia.

O serviço de imprensa do Wagner convidou "todos os que se quiserem despedir a visitar o cemitério de Porokhovskoye, de São Petersburgo".
Suspeita de atentado
A morte de Prigozhin, aos 62 anos, foi confirmada após análise ADN dos restos humanos de 10 pessoas, encontrados entre os destroços do avião Embraer em que seguiam e que se despenhou dia 23 de agosto, perto de Moscovo, quando se dirigia a São Petersburgo.

Antes da queda várias testemunhas ouviram pelo menos uma explosão. Análises norte-americanas têm afastado a probabilidade do aparelho ter sido abatido por um míssil e a hipótese de uma bomba tem sido privilegiada.

O chefe do grupo Wagner tinha-se incompatibilizado com as chefias militares russas, ao apontar-lhes por diversas vezes, e de forma pública, falhas e incompetência operacional. Estas encabeçam a lista de suspeitos pela queda do aparelho, logo a seguir ao próprio Presidente russo, Vladimir Putin.

No final de junho, o grupo Wagner e Prigozhin tinham desafiado o poder russo ao mais alto nível, abandonando em peso os campos de batalha da Ucrânia e invadindo território russo, chegando a ameaçar Moscovo.

Putin, de quem Prigozhin era alegadamente próximo até essa revolta, falou em "traição", mas acabou por aceitar a transferência dos milicianos Wagner para a Bielorrússia. A maioria dos analistas considerou então que, depois desta afronta, a vida de Prigozhin estava por um fio.

O Kremlin negou qualquer envolvimento na queda do aparelho e estão prometidas investigações profundas ao sucedido. Vladimir Putin levou
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