Convivo muito mal com a forma como o erro é penalizado. Não falo, claro está, do erro da preguiça, do desinteresse, da falta de trabalho. Mas a penalização do erro do esforço, da tentativa. A começar nas escolas.
Não gosto do vermelho nos trabalhos. Prefiro o verde a marcar o que está certo. A partir daí é fácil perceber o que ainda não sabemos. Não entendo a lógica de testes que servem apenas, muitas vezes, para dar uma nota. No dia seguinte os alunos já estão a estudar outra matéria. Um teste é um fantástico instrumento de trabalho para identificar o erro, para identificar o que não sabemos, e crescer a partir daí. Se assim não é não serve para nada.
Há uma máxima que aplico e digo sempre aos meus filhos. Nunca irei penalizar o erro. Porque é assim que aprendem. Peço até, várias vezes, para que errem. Na prática, para que tentem, não desistam, não tenham medo de errar.
A partir daí tentamos identificar o que ainda não sabemos, ou o que não foi entendido, e trabalhamos sobre o erro. Chamo a atenção, isso sim, e eles sabem, para a preguiça, o desinteresse, a falta de trabalho. São coisas bem diferentes.
Acredito numa escola que valoriza a avaliação contínua. Uma escola que valoriza o trabalho ao longo do ano, em sala, em casa, nas fichas, em todo o esforço de aprendizagem. E que saiba trabalhar com os erros dos alunos.
A penalização do erro é algo que está enraizado na nossa sociedade. Aponta-se com facilidade, muitas vezes até com um pequeno sorriso: "Ele falhou".
E depois não fazemos aquilo que exigimos aos nossos filhos e às escolas. Identificar o erro para o perceber, corrigir e melhorar.
E depois não fazemos aquilo que exigimos aos nossos filhos e às escolas. Identificar o erro para o perceber, corrigir e melhorar.