A memória da ditadura

Nesta sexta-feira vai ser revelado o plano que fará do Forte de Peniche um novo museu nacional, com memória numa época próxima da nossa história, que ainda divide uma larga fatia dos portugueses e está no pleno desconhecimento da maioria da nova geração.

O Museu Nacional da Resistência e da Liberdade nasce no espaço que foi uma das mais terríveis prisões políticas do antigo regime, por onde passaram mais de 2400 pessoas, apenas por discordarem e resistirem.

Na preparação do Jornal 2 especial que emitimos daquele espaço neste 27 de abril, 44 anos depois do fim daquela cadeia, fui surpreendido com mil e um detalhes que, mesmo sendo uma das épocas da nossa história que mais me fascina, desconhecia por completo. É fundamental guardar essa memória, levar ali as novas gerações para que se aprenda mais sobre o custo para tantos desta nossa liberdade. Nunca poderemos voltar aos tempos de um poder que segue apenas um caminho e que amordaça e elimina todos os que discordam.

No Jornal 2 queremos abrir mais linhas para um debate sobre este novo museu. Serão nossos convidados Domingos Abrantes, ex-prisioneiro de Peniche e membro da Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica do futuro Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, Fernando Rosas, também ex-preso de Peniche, historiador e membro desta comissão, a historiadora Irene Pimentel e o Ministro da Cultura Luís Castro Mendes.

Quarenta e quatro anos depois do 25 de abril, será a hora de abrir o livro sobre uma boa parte da nossa história, sem complexos, sem divisões políticas. Este será um museu fundamental para esse caminho de encontro com o momento em que conquistámos esta liberdade e o direito a viver em paz, num país melhor.

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