Voltamos aos dias dos escravos

Estive agora na República Centro-Africana e percebi ainda melhor a tragédia em que está mergulhada uma boa parte de África.

Os recursos naturais estão a ser literalmente saqueados por bandos armados com ligações a grupos que fazem negócios gigantescos. 


As populações são enxotadas de casa e levadas para campos miseráveis onde ficam à míngua de organizações humanitárias, que fazem o que podem, mas é sempre tão pouco. 

Aquele país é apenas um dos maus exemplos. Tem uma terra fértil, dará duas colheitas por ano, água, floresta com madeira de grande valor, ouro, diamantes e petróleo, mas o povo vive nas mais inimaginável miséria. 

Os senhores da guerra, dos negócios, ainda os levam a sonhar com um futuro melhor na Europa, roubando o pouco que têm e embarcando estas pessoas em caravanas dolorosas até à Líbia. 

Percebemos agora que muitos chegam ali para serem os novos escravos, no trabalho, nas guerras e até no sexo. África sempre foi o continente das oportunidades, mas acabou por ser também o palco das disputas pela riqueza. 

A ONU quer ganhar um novo papel neste país, e os Comandos Portugueses são uma das forças que quer manter a paz e relançar a esperança naquelas paragens, mas é preciso muito mais. A Europa, este Mundo, tem que se mobilizar para devolver a esperança ao grande continente que ainda está praticamente por explorar, envolvendo os africanos e travando este vergonhoso e monstruoso negócio que alimenta uma poderosíssima economia paralela e que só cresce enquanto os dias forem de guerra, de desespero, de desesperança.

Não chega apenas ajudar é preciso agir e construir um novo caminho.

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