Sim o Brasil ganhou e bem, apesar dos autogolos. E não, não estou a falar só de Marcelo

Nada sei de mães ou pais de santo, iemanjás ou afins. Por princípio, acredito que a complexa gestão de agenda das tão solicitadas divindades, não lhes deixe tempo e espaço para coisas de bola. Mas caramba... Tantos se juntaram para gritar que o próprio Mundial é um gigantesco autogolo, que soa e sabe - no mínimo - a cinza que o primeiro golo do Mundial do Brasil seja do Brasil... Na própria baliza! Não faltará quem vá guardar na memória que, depois da mão de deus já ter fechado as sortes de um mundial, só faltava que fosse um pé do diabo a inaugurar outro... Para pacificar meio Brasil escaldado, Dilma não terá deixado de pensar que não há como o tempo e as vitórias com bola, para voltar a unir o que no país "abençoado por Deus e bonito por natureza" a economia desuniu. Mas Scolari, com tão boas opções de campo, especialista reconhecido em catarses bolísticas, pode muito bem ter que reconvocar do pé para a mão a Sra. do Caravaggio, para revigorar uma moral lesionada no rotuliano da incerteza, para fazer mais que fé de que, mais que o escrete, o Brasil é mesmo capaz. Muita tinta correu... E correrá, antes que o (Ney)mar de bandeiras se possa agitar a um só tom e voz. Em boa verdade, mesmo cumprindo o papel esperado de derrotada, a Croácia recusou o papel de vítima sacrificial em nome de uma paz social que não lhe cabe nem pertence, no xadrez (que até veste) em que verde e amarelo parecem ter amuado, se recusam colar logo à primeira sem mais.Até S.Paulo -outro santo! - agradeceria não ter visto o seu nome associado a sangue e lágrimas, sofridas e gás-apimentadas, numa tarde que, para ser de festa, precisava de muito mais que um jogo - por grande que seja - de futebol. Teria que ser épico e não foi. Agora sou eu que digo: nessa causa, a da paz e união isso sim, Deus os ajude.

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