Calor: Aviso vermelho prolongado até à tarde de domingo

por RTP
Paulo Cunha - Lusa

O aviso vermelho, o mais grave, foi prolongado em 11 distritos de Portugal continental até ao início da tarde de domingo por causa da persistência de valores elevados da temperatura máxima, segundo o Instituto do Mar e da Atmosfera.

Com temperaturas acima dos 40 graus previstas para hoje, os distritos de Lisboa, Setúbal, Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Santarém, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Braga vão estar em aviso vermelho até às 14h59 de domingo.

Os restantes distritos de Portugal continental estão sob aviso laranja, o segundo mais grave.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), esta persistência de valores elevados das temperaturas máximas, que na quinta-feira bateram recordes históricos, deve-se a um anticiclone que transporta ar quente do norte de África e faz com que as noites sejam tropicais.

Na quinta-feira, oito locais do continente bateram recordes de temperatura máxima no centro e sul do país. O IPMA registou estes valores históricos nas estações de Castelo Branco (42,2 graus celsius), Odemira (41,9), Nelas (41,3), Anadia (43,8), Coruche (44,9), Setúbal (42,6), Alvalade (43,8) e Zambujeira do Mar (41,1).



Para hoje, o IPMA prevê tempo excecionalmente quente, com céu geralmente limpo, aumentando temporariamente de nebulosidade nas regiões do interior durante a tarde, com condições favoráveis à ocorrência de trovoada.

A previsão aponta para temperaturas máximas acima dos 30º e a ultrapassar os 40º em muitos locais. Os termómetros vão subir até aos 44º em Santarém, 43º em Setúbal, Évora, Beja e Castelo Branco, 42º em Lisboa e Portalegre, 41º em Braga e 40º em Vila Real e Sines. Já as mínimas não vão baixar dos 18º (Leiria).



Nos Açores, o IPMA prevê períodos de céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros, mais prováveis na madrugada e manhã, e temperaturas máximas a subirem até aos 27º em Santa Cruz das Flores, e 26º em Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Horta.

Para a Madeira está previsto céu com períodos de muita nebulosidade, tornando-se geralmente pouco nublado a partir da tarde, com os termómetros a subirem até os 26º no Funchal e 27º em Porto Santo.
Níveis de ozono elevados
A onda de calor que está a afetar Portugal continental está a degradar a qualidade do ar. Há poeiras provenientes de África e os níveis de ozono estão mais altos do que o normal.


Na freguesia de Santo André, em Santiago do Cacém, os níveis de concentração chegaram a níveis que podem causar danos na saúde humana, mas não houve alertas.
Malária pode regressar à Europa
O médico Ricardo Mexia admitiu, quinta-feira no programa 360 da RTP3, que o território europeu voltou a ser "atrativo" para doenças como a malária.

Já o especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos alertou para o facto do ser humano não estar geneticamente preparado para transições de temperaturas tão rápidas.
36 concelhos em risco máximo de incêndio
Trinta e seis concelhos do Algarve, Alentejo e do interior Norte e Centro do país estão hoje em risco máximo de incêndio, numa altura em que uma onda de calor atinge o território nacional.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), além destes concelhos em risco máximo, estão em risco muito elevado de incêndio, o segundo mais grave, cerca de 90 outros municípios dos distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Porto, Aveiro, Braga, Coimbra, Viseu, Leiria, Castelo Branco, Guarda, Portalegre, Beja e Faro.

Em risco elevado de incêndio estão ainda mais de 100 concelhos, nos distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro.O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre o "reduzido" e o "máximo".

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13h00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O estado de alerta especial do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro, que define a "prontidão e mobilização das estruturas, forças e unidades de proteção e socorro em conformidade com os riscos associados", já vigorava nos distritos do interior do país.

A Proteção Civil justifica os procedimentos com o agravamento do risco de incêndios florestais devido à previsão do aumento da temperatura e da redução da humidade no ar.


A Marinha e o Exército reforçaram, com mais 19 patrulhas e 76 militares, o apoio à Proteção Civil pelo menos até domingo devido à onda de calor, podendo as ações serem prolongadas caso a meteorologia o justifique.

Este ano, o dispositivo de combate a fogos florestais engloba 56 meios aéreos (incluindo um na Madeira), cerca de 11 mil operacionais e mais de três mil meios terrestres (nomeadamente viaturas).

C/Lusa
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