Reportagem

Comemorações do 48.º aniversário do 25 de Abril

por RTP

O 48.º aniversário do 25 de Abril foi assinalado na manhã desta segunda-feira na Assembleia da República com uma sessão solene. À tarde, Parlamento e Palácio de São Bento reabriram ao público e milhares desfilaram nas ruas. Dois anos de pandemia de Covid-19 depois, não houve máscaras nem restrições.

Mais atualizações

21h20 - Portas do Parlamento e de São Bento reabriram-se aos portugueses

21h10 - "Dia Mundial da Liberdade" em que se canta a "Glândula Vila Morena". As crianças e o significado do 25 de Abril

21h00 - Dezenas de escritoras e poetas homenageiam 48 anos de democracia
20h50 - Cravos, bandeiras da Ucrânia e nada de máscaras. O desfile do 25 de Abril

20h40 - 25 Abril. Partidos divididos entre o que foi feito eo que falta fazer

20h10 - António Costa assegura que investimento em Defesa está garantido

20h00 - 25 Abril. Marcelo quer mais investimento na Defesa

19h20 - Desfile do 25 Abril junta milhares na Avenida da Liberdade
18h30 - Legado de Saramago guardado na Caixa das Letras em Madrid

O Presidente da República presidiu à cerimónia e celebrou o facto de ter sido escolhido o aniversário da revolução para celebrar o Nobel da Literatura português.

17h15 - Assembleia da República aberta a visitantes

17H00 - Desfile da IL integra embaixadora da Ucrânia

O Iniciativa Liberal desfilou na marcha do 25 de abril à parte do desfile dito tradicional.

João Cotrim de Figueiredo desceu a Avenida da Liberdade ao lado da embaixadora da Ucrânia.

16h15 - Catarina Martins celebra 25A focada no que "ainda falta fazer"

Também no desfile do 25 de abril, Avenida da Liberdade, a líder do Bloco de Esquerda disse que é importante comemorar o 25 de Abril focados no que é preciso melhorar no país.

Catarina Martins dá o exemplo da falta de professores e do Serviço Nacional de Saúde.

16h10 - Jerónimo de Sousa condena Rússia no 25 de Abril

Neste desfile do 25 de abril, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, Jerónimo de Sousa condenou a "intervenção militar" da Rússia na Ucrânia.

O secretário-geral do PCP não usa o termo invasão e diz, aos jornalistas, não entender porque fazem tantas vezes a mesma pergunta.

16h05 - Cinco ex-conselheiros da Revolução lançam guia de consulta para políticos, historiadores e jornalistas

Cinco militares que integraram órgãos dirigentes do Estado saídos do 25 de Abril de 1974, como o Conselho da Revolução, vão lançar um livro com testemunhos históricos que pretende ser um guia de consulta para políticos, historiadores e jornalistas, entre outros.

"A Revolução dos Cravos e a Criação da II República -- Actividades da Comissão Coordenadora do MFA", é o nome do livro que será lançado nos próximos dias, da autoria do tenente-general Franco Charais, general Garcia dos Santos, capitão de mar e guerra Almeida Contreiras, coronel Pereira Pinto e coronel Pinto Soares.

O documento faz uma "síntese dos acontecimentos" que condicionaram as decisões do Conselho de Estado, Conselho dos 20 e Conselho da Revolução, alguns dos órgãos de soberania que dirigiram o país após 25 de Abril de 1974.

Na introdução, os cinco militares pretendem dar um "testemunho `vivo`" para que "a comissão nomeada pela Assembleia para a preparação das comemorações dos 50 anos da Revolução iniciada em 25 de Abril de 1974 possa dispor de mais um elemento de estudo".

Franco Charais, Garcia dos Santos, Almeida Contreiras, Pereira Pinto e Pinto Soares pretendem também que "partidos, seus comentadores políticos e, principalmente, as suas juventudes partidárias melhor conheçam os jovens militares e civis que se embrenharam na luta comum por um país novo".

15h50 - Primeiro-ministro recebe portugueses nos jardins do Palácio de São Bento

António Costa falou aos jornalistas nos jardins congratulando-se com o regresso da iniciativa de ali receber cidadãos num dia de sol pós pandemia.

O primeiro-ministro esclareceu ainda que o Orçamento do Estado 2022 já responde aos apelos do Presidente da República por mais investimento nas Forças Armadas, seguindo o acordado há vários anos coma NATO.

Sobre o facto de ter usado máscara durante as cerimónias no Parlamento, o primeiro-ministro afirmou que o fim da obrigatoriedade deixa espaço à liberdade de cada.

Já ele prefere "cautelas e caldos de galinha" e continua por isso a usar máscara em espaços fechados com muitas pessoas. "Espero não causar desconforto a ninguém!" brincou.

15h35 - Programa cultural na residência oficial do primeiro-ministro

Os jardins recebem esta tarde um programa cultural de comemoração do 25 de Abril.


15h25 - Porto palco de desfile 


15h10 – Avenida da Liberdade recebe desfile do 25 de Abril

15h00 - Parlamento de portas abertas durante a tarde

Os cidadãos são convidados para conhecerem os recantos do parlamento. É a primeira vez que Santos Silva abre as portas do edifício enquanto Presidente da Assembleia da República.

13h20 – Partidos concordam com apelo do Presidente para maior investimento nas Forças Armadas

As forças mais à esquerda criticam a ausência de outros temas neste 25 de Abril.

11h31 - Presidente da República inicia o seu discurso. "Hoje quero falar de Forças Armadas". Pede consenso nacional.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por elogiar Jorge Sampaio, mas também os capitães de Abril.

O Presidente falou da Guerra na Ucrânia, dizendo que pode ser "a mais global de todas", a "mais brutal" em refugiados e nas consequências. Mas Marcelo disse não querer falar de Guerra, mas sim de Forças Armadas em democracia e "servir a Pátria" e também servir a Paz e segurança.

Marcelo Rebelo de Sousa pede um consenso nacional "continuado e efetivo sobre as Forças Armadas como pilar fundamental da vida coletiva. Um consenso que terá de ter o apoio popular e "mais do que palavras" e "pequenos grandes gestos" para estimular as Forças Armadas.

11h10 – Presidente da Assembleia da República inicia a sua intervenção. "A guerra desencadeada pela Rússia constitui a mais grave ameaça" à Europa e paz mundial

Santos Silva começou por destacar a guerra desencadeada pela Rússia contra a Ucrânia e desejou que as diligências esta semana de António Guterres, secretário-geral da ONU, possam surtir efeito.

O discurso foi interrompido porque um funcionário da Assembleia da República sentiu-se mal e acabar por cair. O homem foi prontamente assistido.

Para o socorrer entraram dois elementos do INEM, o médico e a enfermeira do parlamento, bem como o secretário de Estado Lacerda Sales e o deputado do PSD Ricardo Batista Leite, ambos médicos.

Depois de alguns momentos de muita apreensão na sala, o funcionário foi retirado em braços e a cerimónia prosseguiu.

Na continuação do seu discurso, Santos Silva defendeu as comunidades e o que representam para a democracia. O presidente da Assembleia da República defendeu a necessidade de estancar a sangria de jovens e enalteceu as comunidades no estrangeiro.

O presidente da Assembleia da República sustentou que a abertura de Portugal ao mundo é um bem precioso em tempos de ódio e está enraizada numa História de multissecular emigração que estruturou uma sociedade coesa.

Esta ideia de Portugal "fazedor e atravessador de pontes" - em que destacou as comunidades portuguesas no mundo, os retornados após a descolonização e os imigrantes deste país - foi desenvolvida por Augusto Santos Silva.

10h57 – Paulo Delgado Alves fala em nome do PS. "Continuar a construir um país mais justo" e a memória de Sampaio

O representante do PS diz que a “qualidade das instituições democráticas nunca foi tão importante”.

O vice-presidente da bancada socialista Pedro Delgado Alves evocou a ação do antigo Presidente da República Jorge Sampaio na resistência à ditadura e como construtor da democracia pluralista e pediu atenção aos cidadãos instrumentalizados pelo populismo.

"Comemorar o 25 de Abril é, em primeiro lugar, honrar a memória dos que resistiram, sofreram e tombaram para que a liberdade fosse possível. No ano em que os dias em democracia superam o número de dias em ditadura, deu-se a coincidência dessa data ocorrer a 24 de março, dia da revolta estudantil que mobilizou a juventude contra quem a privava do seu futuro", declarou Pedro Delgado Alves no discurso que proferiu na sessão solene comemorativa do 48º aniversário do 25 de Abril de 1974 na Assembleia da República.

E a esta primeira referência a Jorge Sampaio seguiu-se uma prolongada salva de palmas por parte dos deputados, com os socialistas a aplaudirem de pé.

10h51 – Rui Rio intervém pelo PSD. "Solução para travar o extremismo é enfrentar a realidade sem cobardia"
Rui Rio fez pela terceira vez o discurso nas comemorações do 25 de abril pelo PSD.

Pede aos portugueses um rasgo para fazer diferente.

O presidente do PSD defendeu que a solução para travar o crescimento dos extremismos não é "absurdos cordões sanitários", mas "ter o rasgo de fazer diferente" e reformar "sem cobardia nem hipocrisia".

"A solução está em nós próprios. A solução está em enfrentar a realidade sem cobardia nem hipocrisia. Está em reformar, ou diria melhor, em romper com o que há muito está enquistado e ao serviço de interesses setoriais ou de grupo", defendeu Rui Rio.

O presidente do PSD defendeu que o discurso no 25 de Abril deve ser um momento de autocrítica e não apenas de "afirmações laudatórias.

"Se é justo responsabilizar a política porque ela não tem tido a coragem de fazer as reformas estruturais que o desenvolvimento do país reclama, a verdade é que a maioria do eleitorado também valoriza muito mais a promessa fácil da benesse imediata do que a realização das reformas que preparam o seu futuro", apontou.

10h39 - André Ventura, Chega, faz a sua intervenção. “Falhámos portugueses na luta por todos vós”

"Senhor Presidente, não condecore aqueles que mataram e expropriaram em Portugal", afirmou.
"Hoje devíamos olhar para os portugueses e dizer desculpem porque falhámos. Falhámos na justiça que construímos, falhámos no império que se dissolveu e que deixou outros países à sua mercê e famílias à sua sorte, nos jovens que querem emigrar como nunca no país que lhes tinha prometido ser o país da prosperidade, falhámos aos pensionistas e reformados que têm o pior poder de compra da União Europeia", afirmou.

E defendeu que "tanto falhou Abril".

André Ventura dirigiu-se ao Presidente da República, a quem pediu que "não condecore aqueles que torturaram, mataram e expropriaram em Portugal", defendendo que "quem cometeu atos terroristas, quem patrocinou e promoveu nacionalizações e expropriações não pode ser um herói, tem de ser considerado aquilo que é, um bandido".

10h32 –Bernardo Blanco, Iniciativa Liberal. “Falta a Portugal o inconformismo de Abril”
"Falta a Portugal o inconformismo de Abril para romper a estagnação. Abril confiou-nos esta difícil missão: a de continuar a querer saber -- da política, de Portugal, da Europa e do Mundo. A de continuar a querer saber do futuro", disse o deputado da IL Bernardo Blanco.

O deputado liberal falava na sessão solene comemorativa do 48º aniversário do 25 de Abril de 1974, na Assembleia da República.

"Como Abril nos demonstrou e a Guerra na Ucrânia nos confirma, a democracia é difícil de conquistar, mas fácil de perder", vincou.

"O 25 de Abril, um legado maior que todos nós cujo único dono é o povo português, é o dia despertador. É o espírito que nos acorda do longo sono de ontem em busvca de um melhor amanhã. Portugueses, vamos voltar a querer saber, Vamos com o inconformismo de Abril romper a estagnação", declarou.

10h25 – Fala Paula Santos, líder parlamentar do PCP. "A tentativa de imposição do pensamento único" é perigoso ataque ao regime democrático

O PCP insurgiu-se hoje contra a "imposição do pensamento único" e a "hostilização de quem livremente emite uma opinião divergente", rejeitando o que considera serem "tentativas de intimidação" do partido com a finalidade de silenciar a sua intervenção.

“A tentativa de imposição do pensamento único, o levantamento de novas censuras, de quem emite opinião divergente (…) são perigosos elementos de ataque ao regime democrático” e visam “silenciar” comunistas e democratas.

“Há quem procure branquear o fascismo. Não deixaremos”

“As condições de vida agravam-se”, diz, falando da submissão à UE e interesses económicos, dizendo haver um “descarado aproveitamento da guerra e das sanções para a acumulação de lucros”, que exige uma intervenção para travar os interesses económicos. Algo que, diz, está ser travado pelo PS e pelos partidos à sua direita. “O povo que pague a fatura da guerra e das sanções”, acrescenta.

10h16 - José Soeiro fala em nome do BE. “A quem faz o país funcionar, a democracia não deve apenas gratidão, deve reconhecimento e justiça"

José Soeiro lembra as mulheres que trabalham, as profissões precárias, aqueles que durante a pandemia foram considerados essenciais, a maioria que recebe salário mínimo. “A quem faz o país funcionar, a democracia não deve apenas gratidão, deve reconhecimento e justiça”, afirma.

"Queremos ter mais democracia", acrescenta. O BE defendeu que a revolução do 25 de Abril "não é um património a ser velado com zelo, mas um legado para iluminar as contradições do presente", considerando que em 2022 falta ainda "quase tudo" a Portugal.

"A Revolução não é um património a ser velado com zelo, mas um legado para iluminar as contradições do presente", defendeu.

Quase cinco décadas depois da Revolução dos Cravos, o resumo de José Soeiro surge numa linha: "estamos em 2022 e nós não estamos satisfeitos".

10h11 - Representante do PAN começa a discursar. "Abril ainda não tem rosto de mulher"

Inês de Sousa Real lembra as mulheres que são vítimas de violência doméstica ou pobreza e lembra o número de deputadas existentes na Assembleia da República, 84.

"É preciso lutar pelo fim do sexismo e transformar a emancipação feminina em realidade. Só assim a manhã de Abril poderá acordar em plena igualdade e liberdade", defendeu Inês Sousa Real.

Discursando na Assembleia da República, na sessão solene comemorativa dos 48 anos do 25 de Abril de 1974, a porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza considerou que "Abril ainda não tem rosto de mulher", salientando que a "desigualdade de género que persiste", apesar "de todos os avanços e conquistas que foram trazidos pela revolução e que romperam como uma ditadura".

10h08 - Livre - “A luta pela liberdade e pela igualdade são a mesma luta”

Rui Tavares considera que a democracia é também uma luta para que toda a gente possa ter direito a uma vida maior. O representante do Livre diz que “nada é tão importante como aprofundar a nossa democracia”.
O deputado único do Livre, Rui Tavares, enalteceu o acesso ao ensino público para todos como uma das maiores conquistas do 25 de Abril de 1974, um dia que "valeu por séculos".

"Não é por acaso que logo que lhes foi possível, a primeira coisa que milhões de pais e mães do nosso país fizeram foi pôr os filhos e as filhas a estudar até onde eles e elas quisessem. Ainda hoje façam a experiência, agora que eles já são avós e avôs e até bisavós, perguntem-lhes o que lhes dá mais orgulho e ouvirão: a neta que acabou o mestrado e quer fazer o doutoramento, o neto que esta a fazer Erasmus", disse.

10h04 - Começam os discursos na Assembleia da República

Rui Tavares, do Livre, é o primeiro a discursar.

9h45 - Marcelo Rebelo de Sousa chega ao Parlamento

O Presidente da República vai fazer aqui o seu sétimo discurso no 25 de Abril. Antes de entrar, ouve-se o Hino Nacional.


9h32 - António Costa chega à Assembleia da República

9h30 - Personalidades começam a chegar à Assembleia da República
Comemorações sem restrições

O 48.º aniversário do 25 de Abril é assinalado na manhã desta segunda-feira na Assembleia da República com uma sessão solene. Depois de dois anos de pandemia, as comemorações de hoje decorrem já sem restrições devido à covid-19, não havendo limitação de lugares nem uso obrigatório de máscara. De tarde, o parlamento abrirá as portas ao público.

A sessão solene tem início às 10h00, inclui discursos de deputados dos oito partidos com assento parlamentar, por ordem crescente de representatividade, Livre, PAN, BE, PCP, Iniciativa Liberal, Chega, PSD e PS, do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai fazer hoje o seu sétimo discurso no 25 de Abril, data histórica em que tem deixado alertas sobre o populismo e a qualidade da democracia.

Há um ano, o chefe de Estado centrou a sua intervenção no passado colonial português, pedindo que se olhe hoje para a História "sem temores nem complexos", procurando unir e combater intolerâncias, com a noção de que há diferentes vivências e perspetivas em relação a esse período.
Tarde de desfiles e casa aberta
A partir das 15h00, o edifício do parlamento estará aberto ao público, assim como a residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, desde as 14h30, com circulação entre os dois espaços. Os visitantes poderão entrar até às 18h00.

Na mesma altura, estará a decorrer o tradicional desfile pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, promovido por mais de 40 organizações da sociedade civil, partidárias e sindicais, entre as quais a Associação 25 de Abril, PCP, PS, BE, PEV, CGTP e UGT e respetivas estruturas de juventude e também os partidos Livre e Movimento Alternativo Socialista (MAS).

A comissão promotora desde desfile, marcado para as 15h00, pediu aos órgãos de comunicação social para transmitirem pelas 18h00 a canção-símbolo do 25 de Abril "Grândola, Vila Morena" seguida do hino nacional e a todos os que possam para cantarem às janelas e varandas estas duas músicas, como nos dois anos anteriores de pandemia.

A Iniciativa Liberal voltou a convocar um desfile próprio para as 14h00, a partir da Praça do Duque de Saldanha, em direção à Avenida da Liberdade.

Nos jardins do Palacete de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, o 25 de Abril vai ser celebrado com um programa cultural, que inclui dança, música e uma exposição de cartazes da revolução e termina com um concerto de Dino d'Santiago.