Reportagem

Incêndio de Pampilhosa da Serra continua a lavrar

por RTP

Quase três dias depois, o incêndio em Pampilhosa da Serra continua a mobilizar meios, sendo nesta altura o fogo florestal que mais preocupa as autoridades. O incêndio já chegou ao concelho de Arganil e tinha três frentes ativas ao início da noite de segunda-feira. Em Nelas, um incêndio que deflagrou esta segunda-feira mobiliza cada vez mais meios. A nova vaga de incêndios, já depois do fim do verão e da fase Charlie, provocou duas vítimas mortais em Sabugal e em Oleiros. Dois bombeiros ficaram feridos em Pampilhosa da Serra esta segunda-feira, na sequência de um despiste. Outro bombeiro sofreu queimaduras de segundo grau durante o combate ao incêndio em Nelas.

Mais atualizações

22h00 - Concluímos aqui o acompanhamento ao minuto da situação dos incêndios em Portugal. Este é o ponto da situação ao início da noite:

  • O incêndio de Pampilhosa da Serra continua a ser o que mais meios mobiliza. Ativo desde sexta-feira à noite, o fogo tem agora apenas três frentes e poderá ser controlado nas próximas horas, com a ajuda da descida das temperaturas.
  • No entanto, a orografia do território em causa está a dificutar o combate às chamas e poderá ser necessário esperar pela ajuda dos meios aéreos para dar o incêndio como controlado. Às 21h38 estavam 668 operacionais no terreno, apoiados por 203 meios terrestres.
  • A Proteção Civil destaca também o incêndio em Nelas, Viseu, que mobilizava 208 bombeiros e 57 meios terrestres ao início da noite.
  • Em Castro Daire, dois incêndios mobilizavam mais de 160 operacionais e mais de 40 meios terrestres. Outro incêndio em Rio Maior, Santarém, estava a ser combatido por 64 operacionais e 21 meios terrestres.
  • Dois bombeiros ficaram feridos em Pampilhosa da Serra, na sequência de um despiste. Outro bombeiro ficou ferido em Nelas, tendo sofrido queimaduras em segundo grau.

21h47 -  Cinco incêndios ativos no país

Segundo o comandante Carlos Pereira, oficial de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil, os incêndios em Pampilhosa da Serra e em Nelas são os que mais preocupam as autoridades nesta altura.

Em declarações à agência Lusa, o comandante confirmou que não existe informação de populações ou localidades em risco, apesar de as chamam ainda lavrarem com intensidade.

"Em Pampilhosa da Serra as frentes têm cerca de 12 quilómetros e é um trabalho difícil, com dificuldade de acessos, porque o incêndio também se encontra em encosta. Qualquer uma das cinco ocorrências continuam a lavrar e são as maiores preocupações", afirmou o responsável.

O responsável referiu que os dois bombeiros voluntários de Cantanhede feridos no despiste ocorrido em Arganil não correm risco de vida. Há um outro bombeiro ferido em Nelas, Viseu.

Carlos Pereira confirmou à agência Lusa que o bombeiro sofreu queimaduras de segundo grau nos membros inferiores.

21h40 - Descida das temperaturas deverá ajudar no combate às chamas

Os difíceis acessos têm dificultado o trabalho dos bombeiros. Vale Ceiroco, Camba e Porto da Valsa são as três frentes que continuam ativas no incêndio de Pampilhosa da Serra. A noite será de combate às chamas.


21h30 - Bombeiros feridos estão fora de perigo

Os dois bombeiros feridos que foram transportados para Coimbra de helicóptero estão neste momento fora de perigo de vida.

José Oliveira, comandante dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, conta que o despiste aconteceu devido ao terreno irregular. Quando perceberam que iam cair, os dois bombeiros saltaram da viatura.

20h05 - Uma das quatro frentes em Pampilhosa da Serra já foi dominada


São agora três as frentes do incêndio que lavra desde sexta-feira entre Arganil e Pampilhosa da Serra. No combate às chamas estão nesta altura 646 bombeiros e 197 meios terrestres, que se concentram na frente entre Castanheira da Serra e Tojo.

19h15 - Frente entre Castanheira da Serra e Tojo

A situação está mais calma no incêndio de Pampilhosa da Serra. Há zonas do incêndio que já se encontram em fase de rescaldo.

Neste momento, a frente mais ativa é mesmo junto à Castanheira da Serra. Neste momento ainda não há populações em risco.

Paulo Braz, jornalista da RTP que está a acompanhar o combate ao incêndio no terreno, conta que a orografia da região e os difíceis acessos têm sido as principais adversidades para os bombeiros. A diminuição do vento e da temperatura deverá facilitar o combate às chamas durante as próximas horas.


18h10 - Ponto da situação

Há neste momento duas "ocorrências importantes" indicadas na página da Proteção Civil. Para além do fogo que lavra nos concelhos de Pampilhosa da Serra e Arganil - onde estão 626 operacionais ajudados por 188 meios terrestres e cinco meios aéreos - um outro incêndio deflagrou esta manhã em Vilarinho Seco, no concelho de Boticas.

Este incêndio no distrito de Vila Real mobiliza nesta altura 70 operacionais e 19 meios terrestres. O fogo começou logo pela manhã, cerca das 8h40.

Estas duas ocorrências não são as únicas que preocupam os bombeiros. Em Lapa do Lobo, no concelho de Nelas, deflagrou hoje ao início da tarde e já mobiliza mais de 140 operacionais.

Um outro incêndio, em Amenta, no distrito de Santarém, encontra-se em fase de resolução. Este incêndio começou no domingo, pouco depois das 17h00, e continua a ser combatido por mais de 190 homens e 60 meios terrestres.

17h37  - CDS-PP critica o Governo

Numa pergunta dirigida ao Ministério da Administração Interna, o CDS-PP questionou o executivo porque não optou por prolongar a fase Charlie dos incêndios, uma vez que os meios no terreno "são reduzidos" durante a fase Delta.

"O Governo entendeu não prolongar a fase Charlie sendo que na fase Delta os meios no terreno são reduzidos. Os incêndios continuam a lavrar no centro e norte de Portugal, sendo que recentemente se registaram alguns de grande dimensão nos distritos de Coimbra, Santarém, Viseu e Braga", sustentaram os deputados centristas.
 
Sublinham também que o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural decidiu prolongar até dia 15 de outubro o "período crítico de incêndios" no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndio.

No entanto, referem que esta "assunção de maiores riscos" por parte da tutela não foi "acompanhada pelo prolongamento da fase Charlie, que é a que garante a maior disponibilização de meios".

"Vai o Governo prolongar o período crítico para além de 15 de outubro se se mantiverem as previsões meteorológicas atuais? Pode o governo garantir que menor disponibilidade de meios resultantes do fim da fase Charlie não teve consequências nos resultados do combate aos incêndios dos últimos dias, que ainda lavram?", questiona o CDS-PP.

Ao início da tarde, o secretário de Estado da Administração Interna garantia que o combate aos incêndios não está comprometido pelos meios e que o sistema "está preparado e a responder", mesmo com o fim da fase Charlie.

17h12
- Dois bombeiros feridos assistidos no Hospital Universitário de Coimbra

O primeiro bombeiro, em estado considerado grave, já chegou à unidade hospitalar. O segundo bombeiro está nesta altura a sair do local de helicóptero.

Os dois bombeiros feridos durante o combate ao incêndio em Arganil têm 41 e 38 anos. Sabe-se até agora que ficaram politraumatizados na sequência do despiste de um auto-tanque, que caiu por uma ribanceira com cerca de 30 metros. Os dois bombeiros apresentaram queixas na coluna. Os dois bombeiros não correm perigo de vida.

17h02 - Combate aos fogos não foi prejudicado com redução de meios

Em resposta às críticas de redução de meios para o combate aos incêndios, nomeadamente do presidente da Liga dos Bombeiros, o Governo garante que o combate aos incêndios nos últimos dias não ficou prejudicado com a redução de meios.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado adiantou que a 1 de outubro, com o início da fase Delta, foi feito um "corte de 40 por cento" dos meios de combate em relação à fase Charlie. Esta é geralmente a fase mais crítica de incêndios florestais e terminou a 30 de setembro.

Jorge Gomes assegura que o corte foi  "devidamente calculado" e que o sistema de combate a incêndios "está preparado e a responder".

16h25
- Ricardo Alves, presidente da Câmara de Arganil, diz que há duas frentes ativas no concelho que "preocupam mais".

Em declarações à agência Lusa, o autarca refere que "houve um reforço de meios aéreos" ao início da tarde e que as condições "são ligeiramente melhores" em comparação domingo.

O presidente da Câmara de Arganil sublinhou que serão necessárias "algumas cautelas e precauções", visto que a situação poderá piorar com o vento e a temperatura.

Na sequência desta incêndio, que já afetou Arganil e Pampilhosa da Serra, foram ativados dois planos municipais nos dois concelhos.

16h13
- O fogo em Pampilhosa da Serra teve início às 23h20 de sexta-feira num povoamento florestal próximo de Castanheiro, localidade da freguesia de Fajão e Vidual, em Pampilhosa da Serra, acabando por se alastrar ao concelho de Arganil.

A esta hora, o incêndio conta com quatro frentes ativas, segundo informou o comandante Carlos Pereira, oficial de operações do CDOS, em declarações à RTP.

Na sequência deste incêndio, dois bombeiros da corporação de Cantanhede ficaram feridos esta segunda-feira devido a um acidente com uma viatura, quando combatiam o incêndio em Teixeira, Arganil. O despiste aconteceu ao início da tarde com um auto-tanque.

Um dos bombeiros feridos encontra-se em estado grave e precisou de ser transferido num helicóptero do INEM.