Libertados portugueses que estavam detidos na Venezuela

por RTP
Marco Bello - Reuters

Os doze portugueses e lusodescendentes gerentes de supermercado detidos na Venezuela, desde a passada quinta-feira, foram libertados e ficam agora obrigados a apresentar-se periodicamente às autoridades. A Secretaria de Estado das Comunidades ainda não tem confirmação oficial da libertação.

Os portugueses que estavam detidos, desde sexta-feira numa prisão em Caracas, foram libertados às 21h de terça-feira na Venezuela (02h00 em Portugal), juntamente com um outro português que estava preso, há quase um mês, também acusado de boicote e violação dos preços.

Em declarações à Antena1, Fernando Campos Topa, um dos conselheiros das comunidades portuguesas na Venezuela, confirmou que os portugueses e lusodescendentes foram libertados durante a noite de terça-feira.


Os sete portugueses e cinco luso-venezuelanos , todos gerentes de supOs gestores foram acusados de especulação depois de não terem baixado os preços dos produtos mediante ordem expressa do Governo venezuelano que, há um mês, impôs uma nova política económica e obrigou os comerciantes a tirar três zeros dos preços dos produtos. ermercado, são acusados de “sabotagem económica”.

O regime de Nicolás Maduro acusa os portugueses e lusodescendentes de impedir o abastecimento de produtos básicos e de violarem as leis que regulam os preços.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, revelou, na passada quinta-feira, que 34 gerentes de "grandes supermercados"- das redes de supermercados Central Madeirense e Excelsior Gama (que pertencem a portugueses) - tinham sido detidos por "violar a lei".


"Tivemos um grupo de supermercados que esconderam os produtos às pessoas e começaram a cobrar o preço que lhes dava na gana", disse, durante um Conselho de Ministros que foi transmitido pela televisão estatal venezuelana.
Governo pede acesso aos portugueses detidos
Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que o Governo português tinha formalizado o pedido de acessos aos portugueses detidos em Caracas.

Santos Silva afirmou que tem "informações de que estará a haver desenvolvimentos" relativamente à situação dos portugueses e lusodescendentes gerentes de supermercados detidos na Venezuela e que aguarda uma confirmação.

"Estou a confirmar esses desenvolvimentos e, logo que tenha a confirmação, essa informação será divulgada publicamente", declarou Augusto Santos Silva aos jornalistas, em Nova Iorque.

Sem revelar quais as informações de que dispõe, o ministro disse que "ainda estão desencontradas", que ainda não pôde "confirmá-las com toda a certeza", e acrescentou: "Aguardemos para ver se esses desenvolvimentos se confirmam".


O ministro dos Negócios Estrangeiros falava no final de uma reunião informal da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), à margem da 73.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU.

Questionado sobre a situação dos portugueses e lusodescendentes que foram presos na Venezuela, Santos Silva referiu que no encontro de segunda-feira com o homólogo venezuelano, em Nova Iorque, ficou acertado "que haveria o acesso imediato das autoridades portuguesas aos cidadãos portugueses que estão detidos".

"Em consequência, a embaixada portuguesa já apresentou as respetivas notas verbais, pedindo esse acesso imediato, e outra pedindo que o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas na sua próxima deslocação à Venezuela possa também visitar as pessoas que estão detidas", adiantou.
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