Em conferência de imprensa, o Comandante Distrital de Operações de Socorro de Coimbra (CODIS) frisou que até ao momento (cerca das 20:00) não existiram feridos, situação que decorreu das medidas de prevenção e das evacuações preventivas realizadas ao longo do dia, com a retirada de cerca de 250 pessoas nos concelhos de Coimbra, Montemor-o-Velho e Soure.
"Está instalada uma cultura preventiva, que é isso que queríamos e as pessoas têm colaborado com todos os agentes de Proteção Civil", observou o CODIS, Carlos Luís Tavares.
A decisão, de acordo com o município, "deve-se à informação transmitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à Proteção Civil Municipal de que o caudal do Rio Mondego, que atualmente está com 2125 m3/s no Açude-Ponte, irá intensificar nas próximas horas, existindo gravidade extrema de cheias e inundações nesta área geográfica".
Numa passagem pelas várias localidades, onde residem cerca de 2.700 pessoas, a agência Lusa constatou que a população recebeu sem alarmismo a comunicação entregue porta a porta por equipas de bombeiros, PSP e Polícia Municipal.
"A melhor forma é acatar as indicações, já que se tratam de situações imprevisíveis", disse à agência Lusa José Reis, de Bencanta, professor na Faculdade de Economia na Universidade de Coimbra, após ser contactado por uma equipa de rua.
Em caso de necessidade, as pessoas podem dirigir-se para os seguintes locais de segurança: Pavilhão EB 2.3 de Taveiro, Rua Barqueira, Taveiro; Pavilhão Gimnodesportivo d'O Vigor da Mocidade; Pavilhão E.B. 2.3 Inês de Castro, junto ao Instituto do Sangue.
Foram canceladas todas as ligações e não há previsão para a reabertura desta importante linha ferroviária.
Em declarações aos jornalistas pelas 20h00, na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção civil, em Carnaxide, o adjunto de operações Miguel Cruz deu conta de que a situação mais complicada é, neste momento, o distrito de Coimbra.
Miguel Cruz referiu que os rios Mondego e Tejo (na zona de Constância) estão em alerta vermelho.
O balanço do mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou hoje o impacto da depressão Fabien, passa por dois mortos e um desaparecido e ainda condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica.
Este é o alerta mais grave de mau tempo.
Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga enfrentam grande agitação marítima.
Já Vila Real prepara-se para rajadas de vento de cerca de 140 quilómetros/hora.
Um dos pontos mais complicados é o dique no rio Mondego que cedeu e ameaça alagar várias povoações.
Durante o dia, duzentas e cinquenta pessoas foram retiradas de casa por precaução.
Apesar de se esperar menos precipitação nas próximas horas, a possibilidade de, em Espanha, as barragens se verem forçadas a grandes descargas mantém as autoridades portuguesas de prevenção.
Ao longo do dia de sábado, foram precisamente as descargas da barragem de Castelo de Bode que deixaram as povoações em sobressalto.
Em Tomar, os habitantes estão indignados com descargas poluentes oportunistas, de origem desconhecida, que afetaram o rio Nabão durante a passagem da tempestade Elsa.
Carlos Luis Tavares revelou que o caudal do açude diminuiu e estava ao fim da tarde com dois mil metros cúbicos por segundo, "o que já nos dão algum conforto", sem contudo fazer baixar o alerta.
Nas últimas horas, a grande preocupação diz respeito a margem esquerda do Mondego, devido à cedência de um dique do Mondego em Formoselha.
As cautelas continuam a ser muitas e as populações devem estar preparadas para evacuar, referem as autoridades.
A barragem da Aguieira continua a descarregar, tendo aumentado durante a tarde as descargas, em 200 metros por segundo.
Mas "as condições meteorológicas de hoje foram favoráveis para a diminuição do caudal no rio Ceira", o que permite pensar que as próximas horas ao longo do Mondego irão registar algum alívio do perigo, assinalou Carlos Luis Tavares.
Nas próximas horas a precipitação será favorável a uma melhoria do impacto do mau tempo, adiantou o IPMA.
A circulação rodoviária na Serra de Sintra, distrito de Lisboa, está cortada desde as 20:00 de sexta-feira e, inicialmente, previa-se que pudesse reabrir às 23:59 de hoje.
Contudo, segundo um comunicado divulgado hoje, a Câmara de Sintra decidiu alargar a interdição ao trânsito na serra até às 08:00 de domingo.
“A interdição de circulação nas vias municipais resulta da forte precipitação e forte intensidade do vento, associado a um elevado número de queda de árvores, que se verificaram nos últimos dias na Serra de Sintra”, justificou.
A Câmara de Sintra explicou que a situação de interdição do trânsito na serra é avaliada de 12 em 12 horas, podendo ser “agravada ou desagravada, tendo em conta as condições que se possam vir a registar”.
A principal estrada da Serra de Sintra, entre o cruzamento da Azoia/cruzamento da Portela e Portela Capuchos, já se encontrava encerrada desde quinta-feira.
O Estado-Maior General das Forças Armadas adianta, no comunicado, que uma equipa de 14 fuzileiros da Marinha foi acionada hoje, após a subida do nível da água no rio Mondego.
Na operação, “os militares serão apoiados por dois botes, `drones´ (veículos autónomos aéreos) e quatro viaturas” e terão “a missão de reconhecimento, mapeamento e avaliação das zonas afetadas junto a Coimbra”, refere.
“Também em resposta a um pedido da ANEPC, uma equipa de nove militares e duas viaturas do Regimento de Engenharia do Exército foi empenhada entre o dia de ontem [sexta-feira] e as 13h00 de hoje, para reconhecimento e apoio na estabilização de duas dragas ancoradas no rio Tejo, a montante da ponte de Constância”, acrescenta.
Com o apoio dos bombeiros e de elementos da autarquia de Constância, os militares “realizaram o reforço da amarração e a remoção dos detritos acumulados”, detalha o comunicado.
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar entre as 21:00 de hoje e as 12:00 de domingo em aviso vermelho, devido à agitação marítima, a que se soma Vila Real, por causa de fortes rajadas de vento, que podem atingir 140 quilómetros/hora.
Segundo o CDOS, neste distrito, mantêm-se cortados, desde quinta-feira, troços de três estradas municipais, como medida de precaução, devido ao aumento dos caudais de ribeiras.
No distrito de Évora, de acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, também se registaram hoje, sobretudo durante a madrugada e a parte da manhã, pequenas inundações, quedas de árvores, desabamento de estruturas ou deslizamentos de terras.
No distrito de Beja, igualmente sem danos, verificaram-se algumas quedas de árvores, tal como em alguns dos concelhos do litoral alentejano, onde a Proteção Civil contabilizou ainda pequenas inundações.
O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Portalegre explicou que o alerta para a ocorrência, causada pelo mau tempo, foi dada aos bombeiros por volta das 14:20.
"Uma das paredes da habitação desmoronou", desalojando o casal, "na casa dos 80 anos", mas sem lhes provocar qualquer ferimento, disse o CDOS.
Os dois idosos "ficam em casa de familiares até o Município de Marvão resolver a situação", acrescentou.
Para o local, foram mobilizados sete operacionais, apoiados por três viaturas, dos bombeiros, GNR, câmara municipal e EDP.
"Informa-se que a Proteção Civil Municipal está a solicitar à população das povoações de Bencanta; Espadaneira; Pé de Cão; Casais do Campo; Carregais; Taveiro; Ribeira de Frades; Vila Pouca do Campo; e Ameal (indicativamente entre a Linha Ferroviária do Norte e o Rio Mondego) a acondicionar algum material, acautelar os seus bens e a preparar a evacuação", refere uma nota de imprensa enviada à agência Lusa.
A decisão, de acordo com o município, "deve-se à informação transmitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à Proteção Civil Municipal de que o caudal do Rio Mondego, que atualmente está com 2125 m3/s no Açude-Ponte, irá intensificar nas próximas horas, existindo gravidade extrema de cheias e inundações nesta área geográfica".
"No local, estão equipas de bombeiros sapadores e voluntários, polícia municipal, Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública e Cruz Vermelha Portuguesa, entre outros funcionários municipais, para fazer face às ocorrências que se possam registar, para acompanhar e aconselhar a população e garantir a sua segurança".
A Câmara recomenda que a população esteja em "estado de permanente alerta, colabore e a respeite todas as indicações e a sinalização das autoridades".
Em caso de necessidade, as pessoas podem dirigir-se para os seguintes locais de segurança: Pavilhão EB 2.3 de Taveiro, Rua Barqueira, Taveiro; Pavilhão Gimnodesportivo d'O Vigor da Mocidade; Pavilhão E.B. 2.3 Inês de Castro, junto ao Instituto do Sangue.
Fonte da autarquia disse à agência Lusa, por volta das 16:35, que o dique do rio Mondego, junto a Formoselha, "rebentou".
"Alerta máximo de risco de cheia. Aconselhamos a população das zonas baixas de Carapinheira, Montemor-o-Velho, Meãs do Campo, Tentúgal e Ereira a acondicionar o material com a máxima urgência e acautelar os bens. É urgente e imperioso. Pode ser necessária a evacuação", refere uma nota do município publicada no Facebook às 16:30.
Em caso de necessidade, refere a autarquia, a população deve dirigir-se para os locais de segurança: Montemor-o-Velho (pavilhão municipal), Meãs do campo (salão paroquial) e Ereira (Associação da Ereira).
De acordo com a fonte, "aparentemente, as vítimas não são graves e estão a ser assistidas no local por elementos do INEM".
O acidente ocorreu cerca das 15:20, mantendo-se no local um total de 21 homens auxiliados por 11 viaturas, dos Bombeiros Voluntários de São Pedro da Cova, INEM e GNR.
Ao longo de todo o dia, segundo o CDOS, o mau tempo, sobretudo o vento forte que se está a fazer sentir na região, provocou "muitas dezenas de quedas de árvores e de outras estruturas, assim como inundações".
Estas sete ilhas estão sob aviso laranja (o segundo mais grave) até às 18:00 (hora local, mais uma em Lisboa).
A partir dessa hora e até à meia-noite todas as ilhas do arquipélago estarão sob aviso amarelo (o terceiro mais grave), também devido à agitação marítima, com previsão de ondas de seis a sete metros, de quadrante oeste no grupo ocidental e de quadrante noroeste nas restantes ilhas.
A circulação de comboios na Linha do Douro entre Vila Meã e Livração e entre Pinhão e Régua foi restabelecida, após remoção das árvores que tinham caído devido ao mau tempo, informou hoje a Infraestruturas de Portugal (IP).
à Lusa, fonte oficial da CP - Comboios de Portugal confirmou que os comboios já estão a circular desde as 14:50, após terem sido removidas as duas árvores.
A diretora de comunicação da EDP Distribuição, Fernanda Bonifácio, disse à Lusa, sem precisar o número de pessoas ainda afetadas, que se trata de "avarias pontuais" que os técnicos esperam resolver durante a tarde de hoje.
De acordo com a empresa, "subsistem algumas avarias na rede de distribuição elétrica de média e alta tensão", estando "ligados 75 geradores e uma central móvel para assegurar o fornecimento de energia enquanto decorrem reparações mais complexas".
A EDP Distribuição prevê, ao longo do dia de hoje, um "aumento significativo do número de incidentes" na região Norte devido ao agravamento do estado do tempo, com chuva e vento fortes associados à passagem de uma nova depressão, a Fabien.
"Atendendo às situações meteorológica e hidrológica complexa e ao elevado número de ocorrências relacionadas, bem como atenta aos princípios de prevenção e precaução no distrito de Coimbra" (...), a "Comissão Distrital de Proteção Civil de Coimbra, na qualidade de órgão de coordenação em matéria de proteção civil distrital, proceder à ativação do Plano Distrital de Emergência e Proteção Civil de Coimbra", refere uma informação daquela estrutura.
No distrito, estão ativados, pelo menos, os planos municipais de emergência e proteção civil de Coimbra, Lousã, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Figueira da Foz e Soure.
As localidades de Sarzedo e Zona Industrial da Relvinha e Gândara, em Arganil, no distrito de Coimbra, devem sofrer falhas no abastecimento de água potável, na sequência do mau tempo, foi hoje anunciado.
A nota de imprensa da Águas do Centro Litoral explica que, "devido ao aumento do nível do Rio Alva na zona da Alagoa, a captação de água ficou inundada, tendo danificado os equipamentos existentes".
"Assim sendo, não existe, neste momento, condições de segurança para aceder à estação de tratamento de água (ETA) e proceder à reparação desses equipamentos. Nesse sentido, a Águas do Centro Litoral informa que poderá haver interrupção do abastecimento de água nas localidades de Sarzedo, Zona Industrial da Relvinha e Gândara, até que estejam reunidas condições de segurança para aceder à captação.
As equipas da Águas do Centro Litoral encontram-se no local a acompanhar a ocorrência e estão empenhadas na resolução célere da situação para que o serviço de abastecimento de água seja assegurado assim que possível, refere ainda a nota de imprensa.
Mais de 250 pessoas foram hoje retiradas de casa devido à subida das águas do rio Mondego em três povoações do concelho de Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra, segundo fontes da autarquia e Proteção Civil municipal.
De acordo com as mesmas fontes, devido à subida das águas, até às 14h00 foram retiradas de casa cerca de 200 pessoas das localidades de Formoselha e Santo Varão e outras 55 da povoação de Pereira, localizadas na margem esquerda do Mondego, junto ao rio.
A Proteção Civil pediu hoje aos cidadãos que evitem estar perto da orla costeira nos próximos dias devido à forte agitação marítima, sobretudo no norte de Portugal continental.
"Apelamos para não se exporem à orla marítima nos próximos dias porque vamos ter agitação marítima muito forte", disse o comandante Pedro Nunes aos jornalistas, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide (Oeiras), no balanço da situação no país realizado pouco depois das 13h00.
O responsável acrescentou que merece especial preocupação a agitação marítima na costa norte.
A Proteção Civil deixou também avisos sobre a intensificação do vento prevista para as próximas horas, enquanto a precipitação deverá diminuir a partir desta tarde, passando de chuva forte e persistente a aguaceiros.
O vento deverá sentir-se forte sobretudo a norte, tendo alertado o comandante da proteção civil para as rajadas de vento no Gerês.
"Chamamos a atenção para as pessoas no Gerês, onde o pico das rajadas de vento pode atingir 140 quilómetros por hora na próxima madrugada e no dia de amanhã", afirmou.
A Autoridade Marítima Nacional (AMN) disse hoje de manhã que, devido ao mau tempo, dezasseis barras estavam encerradas à navegação, sobretudo no norte do país e no Algarve, e outras sete estavam condicionadas.
Cerca de três dezenas de casas foram inundadas na madrugada de hoje pelo Rio Ceira, afluente do Mondego, nas localidades de Cabouco e Conraria, às portas de Coimbra, numa das maiores cheias de que a população tem memória.
O presidente da Junta de Freguesia de Ceira, Fernando Santos, disse à agência Lusa que, na localidade de Cabouco, "15 a 20 casas estão inundadas" e que a situação "não vai melhorar até ao final do dia".
"Estou no cargo há seis anos, mas seguramente que nem a cheia de 2001 chegou a estes níveis", disse o autarca, salientando que esta é uma "cheia à antiga".
Segundo Fernando Santos, a forte precipitação da depressão Elsa fez subir o caudal do rio mais de dois metros, sendo que "da noite de quinta-feira estava com 1,5 metros e na madrugada de hoje registou mais 70 ou 80 centímetros".
O autarca realça que o Ceira sofre de dois problemas: "é um rio selvagem, sem monitorização, e as descargas da barragem da Aguieira para o Mondego, que faz com que a água do Ceira recue, como aconteceu".
O trânsito reabriu hoje nas avenidas João Franco e do Douro em Peso da Régua e os comerciantes começaram a regressar às lojas, depois da ameaça de subida do caudal do rio Douro, disse o presidente da autarquia.
José Manuel Gonçalves disse à agência Lusa que, durante a noite e aproveitando a redução do nível do caudal do rio Douro, os serviços de Proteção Civil Municipal procederam à limpeza da avenida do Douro com vista à sua reabertura ao trânsito.
Esta manhã, foi também reaberta aquela que é uma das principais artérias da cidade do distrito de Vila Real, a João Franco, e, segundo o autarca, os comerciantes estão a regressar aos estabelecimentos.
José Manuel Gonçalves disse que o rio Douro subiu, durante o dia de sexta-feira, cerca de 11 metros acima do nível normal, tendo ameaçado galgar a avenida João Franco.
Por isso mesmo, os comerciantes foram avisados para a retirada dos bens das suas lojas, como restaurantes, cafés, cabeleireiros ou garrafeiras, o que fizeram com a ajuda dos bombeiros e dos funcionários do município.
Em Constância, as descargas da barragem de Castelo de Bode podem provocar inundações ainda este sábado. Os afluentes do rio Tejo, Alviela e Sorraia, estão na iminência de galgar as margens. Na região estão já várias estradas cortadas, embora não se tenham verificado danos materiais nem riscos para a segurança para as populações.
Um parque, que funciona como praia fluvial, e o parque de estacionamento estão praticamente submersos em consequência da subida do rio Zêzere. Depois da descarga da barragem de Castelo de Bode o nível do rio Zêzere, que desagua no Tejo, começou a subir. Os bombeiros afirmam que já se regista uma subida de 50 a 60 centímetros do nível da água.
Para além disso, a água do rio Tejo está parada e está "a recuar", levando a que a água dos afluentes comece a subir e a inundar as regiões ribeirinhas.
As autoridades começam a transferir algumas pessoas para prevenir danos materiais e pessoais.
Os serviços municipais de Chaves já se encontram a efectuar os trabalhos de limpeza e a desobstruir ruas que ficaram submersas e intransitáveis, depois do Tâmega ter inundado algumas zonas da cidade. Em Chaves, o rio Tâmega chegou a subir três metros e 30 centímetros, acima dos níveis normais, e inundou várias casas e estabelecimentos comerciais. Duas pessoas tiveram mesmo de ser realojadas.
O pico da subida leito do rio ocorreu ao final da tarde de ontem, com uma descida gradual desde então.
No Porto e Vila Nova de Gaia, já não se viam inundações assim há 13 anos. Com as ribeiras dos dois lados do Douro a ficarem inundadas. Nenhum dos bares e restaurantes que ficam junto ao rio, e são muitos, abriu as portas na noite de ontem. Hoje, já é tempo de contabilizar prejuízos.
A situação mais crítica vive-se em Montemor-o-Velho, as barragens e os diques do rio Mondego atingiram a capacidade máxima.
O presidente da Câmara anda nas localidades de Pereira, Formoselha e Santo Varão, a apelar à população para abandonar as suas casas por precaução. “Nós estamos numa situação muito crítica. Esta é a nossa principal preocupação, porque estamos muito perto do Mondego que já ultrapassou a capacidade máxima de segurança”, afirmou Emílio Torrão.
O autarca teme que “com a maré alta” possa haver “problemas muito críticos”.
“Nós já passamos as margens de segurança”, acrescentou.
A barragem da Agueira está nos 94 por cento de capacidade e pode ser necessário fazer descargas.
Até às 13H00 deste sábado as autoridades registam cerca de 9500 ocorrências, 144 desalojados, dois mortos e um desaparecido, desde dia 18 de dezembro, esclarece o comandante Pedro Nunes. A nível das infraestruturas, a Proteção Civil encerrou o IP3 nos dois sentidos, e as autoridades estão a avaliar a situação desta ligação entre os distritos de Coimbra e Viseu. As linhas ferroviárias da Beira Alta e do Norte continuam encerradas à circulação. Em Lisboa, a Ponte 25 de Abril o trânsito está interdito a motociclos e veículos pesados com lona, e a na Ponte Vasco da Gama os limites de velocidade estão limitados.
Embora o Douro e o Tejo estejam em pressão hídrica, a situação mais complexa e crítica no país é a do rio Mondego. A situação está a ser monitorizada e o Plano de Emergência ativado, assegura o comandante.
No rio Tâmega, em Chaves, e a região de Águeda as situações já estão a estabilizar e a evoluir de forma favorável.
Uma parte significativa do concelho da Lousã continua sem abastecimento público de água, devido a estragos causados pela depressão Elsa, estando o fornecimento a ser feito por autotanques dos bombeiros.
O município da Lousã está, desde sexta-feira, com "problemas no abastecimento de água a uma parte significativa" do seu território. "Neste momento estão diversas equipas" do município e de "prestadores de serviços" a trabalhar no sentido de "procurar repor a normalidade com a maior brevidade possível", afirma a Câmara desta vila do distrito de Coimbra numa nota enviada hoje à agência Lusa.
Está "em curso uma "musculada" ação de transporte de água com recurso a veículos dos bombeiros de grande capacidade (de várias corporações de bombeiros do distrito)", mas "atendendo aos estragos verificados, esta ação não tem sido suficiente para resolver todas as necessidades", reconhece a autarquia.
Uma conduta de abastecimento das Águas do Centro Litoral ficou destruída na madrugada de sexta-feira no troço da zona de Cacilhas, na Ribeira de São João, no concelho da Lousã.
"Essa conduta abastece a zona mais central da vila, numa zona de grande concentração de consumidores", disse à Lusa, na sexta-feira, o presidente do município da Lousã, Luís Antunes, referindo que está a ser transportada água para os reservatórios situados no aeródromo municipal.
Trata-se de uma "solução improvisada, para mitigar os impactos", sublinhou Luís Antunes, adiantando que já foram iniciados os trabalhos de reparação da conduta destruída, mas que ainda não há previsão de quando possa estar operacional.
O município trabalha em "soluções alternativas" para normalizar o abastecimento, acrescentou.
O caudal do rio Mondego no açude-ponte de Coimbra ultrapassou os limites de segurança de 2.000 metros cúbicos por segundo (m3/s) às 09:30 de hoje, anunciou a autarquia local, que classifica a situação de "muito crítica".
Em comunicado, a Câmara Municipal de Coimbra, que cita informação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) enviada à Proteção Civil Municipal, diz que o caudal do rio tem "tendência de subida durante as próximas horas, sendo a situação muito crítica".
A possibilidade da situação crítica de cheia decorre, entre outros fatores, da albufeira da barragem da Aguieira, a montante de Coimbra, no rio Mondego, estar com 94% da sua capacidade, da barragem das Fronhas, no rio Alva, afluente do Mondego estar "no nível máximo de cheia" e ainda da "intensidade elevada e ausência de monitorização do Rio Ceira", outro afluente da margem esquerda do Mondego.
O rio Tâmega em Chaves já baixou cerca de um metro face à quota máxima de 3,30 metros acima do normal e as principais vias da cidade já foram reabertas ao trânsito, adiantou à Lusa fonte da Proteção Civil.
A localidade do distrito de Vila Real foi afetada por cheias desde quinta-feira à tarde, quando o rio galgou as margens, atingindo na sexta-feira à tarde a quota máxima de 3,30 metros acima do normal e obrigou ao realojamento de duas pessoas.
"O rio já baixou cerca de um metro e irá continuar a baixar e retomar o leito normal dentro de quatro ou cinco horas, embora algumas zonas verdes se mantenham inundadas", explicou o comandante da Proteção Civil municipal, Sílvio Sevivas.
No centro histórico, onde as cheias afetaram estabelecimentos comerciais, a situação já está normalizada.
Apesar de estar a retomar a bom nível, o rio Tâmega em Chaves "ainda não se encontra completamente dentro das margens" às 11:30 de hoje.
Desde quinta-feira que as vias na zona ribeirinha foram cortadas ao trânsito por motivos de segurança, e mesmo zonas mais afastadas do rio, mas na Veiga de Chaves, acabaram condicionadas à circulação automóvel, algo que já não se verifica.
A circulação dos comboios suburbanos de Coimbra foi hoje suspensa devido à subida do nível da água, de acordo com a informação divulgada por fonte oficial da Infraestruturas de Portugal (IP).
Segundo a fonte da empresa gestora da rede ferroviária, "as linhas da estação de Alfarelos encontram-se inundadas", tendo sido suspensa a circulação de comboios suburbanos de Coimbra em todo o trajeto, entre Coimbra e Figueira da Foz.
As inundações do troço entre Alfarelos e Ameal Sul, devido à subida do nível das águas da Bacia do Mondego, é também a causa da suspensão da circulação ferroviária na Linha do Norte, que liga Lisboa ao Porto.
O capitão dos portos do Douro e Leixões disse hoje à Lusa que a situação em relação às cheias nas ribeiras do Porto e Gaia é de "melhoria significativa", devendo a água começar a baixar ao início da tarde.
"A situação está a melhorar, neste momento temos apenas a começar a aparecer água na zona de Miragaia, que é sempre a primeira onde começa aparecer quando o rio sobe de nível. No entanto, isto está a coincidir com o período da maré cheia e ao início da tarde esta água deve baixar", disse Cruz Martins.
Face a todos os dados que estão disponíveis, nomeadamente, da quantidade de água que existe nas várias albufeiras para montante da foz do Porto e de Gaia e às descargas que necessariamente têm de ser feitas pelas barragens, "a nossa previsão é de que a situação melhore francamente relativamente ao dia de ontem (sexta-feira)", sublinhou.
Ou seja, "em princípio, da parte da tarde a água vai baixar e não extravasará o leito do rio Douro depois, próximo do final do dia, por volta da meia-noite, irá coincidir novamente o período de maré cheia e aí a água pode eventualmente voltar aumentar um pouco", afirmou Cruz Martins.
O responsável da Capitania dos portos do Douro e Leixões frisou que "de uma forma geral e face aos dados disponíveis neste momento, a tendência é de melhoria significativa relativamente ao que se passou ontem (sexta-feira) em termos de alagamentos".
"As albufeiras já começam a ter mais alguma capacidade de encaixe de água e isso já permite que não seja necessário fazer descargas de quantidades tão grandes como tem sido necessário fazer até agora", acrescentou.
Relativamente à costa, o responsável referiu que "está a chegar uma nova depressão, que vai trazer vento forte, com rajadas na ordem dos 40 nós (cerca de 80 quilómetros por hora) e, sobretudo, ondulação forte, na ordem dos sete metros".
"À população em geral recomendamos que se afaste das zonas dos molhes para não ser surpreendida pela ondulação fruto da depressão bastante cavada que se tem aproximado da costa Norte e que traz bastante força. Galga sítios que pessoas com menos experiência não conseguem antecipar", acrescentou.
As localidades de Pereira, Formoselha e Santo Varão estão em perigo de inundação das zonas mais baixas e foram evacuadas. O presidente da Câmara de Montemor-o-Velho justifica a decisão com o facto de estar "ultrapassado o nível de segurança da obra do baixo Mondego".
Emílio Torrão explicou que a obra foi concebida para um caudal de dois metros cúbicos por segundo e "esse é o limite máximo de segurança".
"Ultrapassado o limite máximo de segurança, impõe-se que se tomem medidas cautelares".
O presidente recorda que no caso de rebentamento de algum dique as autoridades têm "dois, três, quatro, cinco minutos no máximo" para retirar a população.
A meteorologista Patricia Gomes diz que a chuva e o vento forte vão continuar, mas vão diminuir de intensidade ao longo do dia. A previsão do IPMA, indica que os seis distritos estão sob aviso vermelho até domingo.
Na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, são vários os passageiros que aguardam informação sobre a circulação dos comboios na Linha do Norte. O facto de a CP não estar a apresentar alternativas está a deixar os passageiros indignados.
Os comerciantes do Cais de Gaia começam a limpar os seus estabelecimentos e a fazer as contas aos prejuízos. Ontem às águas do rio Doiro subiram até 50 centímetros em todos os restaurantes da primeira linha.
Em declarações à RTP, um dos proprietários afirmou que os prejuízos podem chegar "aos milhares de euros" e aponta o dedo à ausência da Protecção Civil.
Há 13 anos que a zona ribeirinha de Gaia não era invadida pelas águas do Douro.
Em Montemor-o-Velho foi ativado o Plano de Emergência Municipal. Está cortada a estrada nacional 241, que liga o concelho de Montemor e Soure.
A situação complicou-se devido à forte precipitação e à subida das águas no Baixo Mondego, que é uma zona propícia a cheias. Os diques que protegem a região já não têm capacidade para armazenar tanta água.
Um casal de idosos já foi retirado de casa.
As autoridades estão a aconselhar a população do Baixo Mondego a sair de casa.
Dezasseis barras estavam hoje de manhã encerradas à navegação, sobretudo no Norte do país e no Algarve, e outras sete estavam condicionadas, de acordo com a Autoridade Marítima Nacional (AMN).
As restantes 24 barras estavam abertas à navegação.
No seu sítio na internet, a AMN indicava que, no Norte, apenas a barra de Leixões estava aberta à navegação, mantendo-se encerradas as barras de Caminha, Esposende, Figueira da Foz, Vila Praia de Ancora, Póvoa do Varzim e Vila do Conde.
Ainda na região Norte, a barra de Aveiro está fechada a embarcações com comprimento fora a fora inferior a 35 metros, a do Douro condicionada a embarcações com comprimento inferior a 35 metros e a de Viana do Castelo condicionada a embarcações com comprimento inferior a 30 metros.
No Centro, mantinham-se encerradas à navegação as barras de Portinho da Ericeira e Peniche.
No Algarve estavam encerradas as barras de Albufeira, Alvor, Vila Real de Santo António, Quarteira, Tavira e Vilamoura, enquanto a barra de Faro/Olhão estava encerrada a embarcações de comprimento inferior a 10 metros.
Na Madeira todas as barras estavam abertas à navegação.
A circulação dos comboios de longo curso da Linha do Norte, que liga Lisboa ao Porto, está hoje suspensa devido ao mau tempo, disse à agência Lusa fonte oficial da CP - Comboios de Portugal.
De acordo com a fonte, neste momento não existem condições para se realizar as viagens de longo curso na Linha do Norte, pelo que a circulação de comboios (do serviço Intercidades e Alfa Pendular) foi suspensa "até haver condições" para retomar a circulação.
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Infraestruturas de Portugal (IP) explicou que em causa está o troço entre Alfarelos e Ameal Sul, onde a linha ferroviária se "mantém submersa" desde o final de tarde de sexta-feira, devido à subida do nível das águas da Bacia do Mondego. Os passageiros tentam arranjar alternativas para chegar ao destino e queixam-se de falta de informação.
Também no Minho e no Douro Litoral se aguardam aguaceiros intensos até o meio da tarde.
O vento vai igualmente intensificar-se, sobretudo a norte e Centro, com rajadas que podem atingir os 90 quilómetros/hora e os 140 nas terras altas.
Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar entre as 21h00 de sábado e as 12h00 de domingo em aviso vermelho, devido à agitação marítima, e Vila Real enfrenta rajadas de vento até 140 quilómetros/hora.
No anterior balanço do IPMA, nenhum distrito estava em aviso vermelho devido ao vento.
A depressão vai provocar ainda agitação marítima, sobretudo a norte do cabo Mondego, com as ondas a poderem ultrapassar os dez metros.
Em comunicado, divulgado nesta madrugada, o Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA), alerta que, nos distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga, durante as 21h00 de sábado e as 12h00 de domingo, as ondas poderão atingir os 15 metros.
Segundo o novo comunicado, estão sob aviso laranja os distritos de Bragança, Guarda, Faro, Viseu, Setúbal, Lisboa, Leiria, Beja e Castelo Branco.
Para os distritos de Évora, Portalegre e Santarém foi colocado um aviso amarelo (o terceiro mais grave).
O caudal do rio Douro baixou esta noite cerca de 2,5 metros na zona de Peso da Régua sem chegar a galgar a principal avenida da cidade, a João Franco, disse o comandante dos bombeiros.
Durante a tarde de sexta-feira, comerciantes com a ajuda de bombeiros e funcionários da câmara municipal retiraram máquinas, arcas congeladoras, mobílias e roupas de todas as lojas do João Franco, aquela que é a principal artéria da cidade do distrito de Vila Real.
O caudal do Douro chegou a subir cerca de oito metros acima do leito normal e as previsões apontavam para que pudesse galgar a via, tendo permanecido, no entanto, a cerca de um metro abaixo da artéria.