A linha do Norte, que liga Lisboa ao Porto foi reaberta, mas está ainda condicionada a uma via e por isso, com limites à velocidade, entre Ameal Sul e Alfarelos.
A circulação de comboios na linha da Beira Alta, entre Muxagata e Fornos de Algodres, na Guarda, foi também retomada após interrupção devido a derrocada de pedras de grandes dimensões que caíram na via.
A única ferrovia encerrada ainda é a que liga Alfarelos à cidade da Figueira da Foz.
O mau tempo provocado pela depressão Elsa provocou também condicionamentos na circulação rodoviária.
O IP 3 que liga Coimbra a Viseu está cortado ao trânsito entre Espinheira e Oliveirinha, e deverá ser reaberto à circulação amanhã, segunda-feira.
Devido às cheias no Mondego, um troço da estrada nacional 111, junto a Montemor-o-Velho, continua encerrado.
Os portugueses não receberam nenhum sms de alerta da Proteção Civil...durante este período de mau tempo.
Uma falha que está a causar polémica, uma vez que o Estado fez um contrato de 900 mil euros, com três operadoras de comunicações, precisamente para lançar alertas em situações deste tipo.
As ondas podem chegar aos 12 metros de altura.
Por isso o reforço dos alertas para que ninguem se aproxime da beira-mar, por mais que as imagens sejam impressionantes.
"Por força da subida do caudal" do Mondego, a Câmara de Coimbra evacuou, no sábado, o canil municipal, "transportando mais de uma centena de animais" para os armazéns do antigo quartel militar do Centro de Instrução de Condução Auto (CICA 4), anunciou hoje a autarquia numa nota enviada à agência Lusa.
"Foi providenciada alimentação, luz, água e assistência médico-veterinária" para os animais recolhidos nos antigos armazéns militares, que se situam junto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, com entrada contígua à igreja de Nossa Senhora da Esperança.
Durante sábado e hoje, "mais de seis dezenas de animais foram entregues a famílias de acolhimento que se disponibilizaram para acolher os canídeos neste período crítico", salienta a Câmara, presidida por Manuel Machado.
"Às pessoas e a todos os voluntários", a autarquia "agradece por se terem disponibilizado de imediato de forma bondosa e abnegada, contribuindo para ajudar a debelar os problemas decorrentes das cheias do Mondego".
"A Quercus relembra que esta era um cenário que antecipámos. Lamentavelmente, os alertas de nada serviram e centenas de pessoas veem as suas casas em risco", refere aquela associação, numa nota enviada à agência Lusa.
No documento, a Quercus anexa um comunicado divulgado em 25 de julho de 2018, com o título "Construção de aterro do rio Mondego é um absurdo - Quercus alerta para o risco de cheias no baixo Mondego".
Nesse comunicado, a Quercus dizia que "o gigantesco aterro que está a ser efetuado no rio Mondego vai provocar graves problemas em termos de retorno das cheias e assoreamento do rio, com prejuízos para todo o vale do Mondego a jusante de Coimbra, nomeadamente para a produção agrícola e nas localidades ribeirinhas.
A associação acrescentava ainda que a delegação do Centro da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) não permitiu a consulta da documentação do processo e que por isso pediu, na altura, o "esclarecimento público e a responsabilização pelos prejuízos decorrentes deste projeto".
"O projeto previa dragar o rio Mondego, com três localizações possíveis para a deposição temporária dos inertes dragados em cerca de 50 hectares, junto da cidade de Coimbra. No entanto, também prévia que os inertes excedentários fossem depositados no leito do rio a jusante do açude-ponte, apesar de existirem estudos que referem que este troço do Mondego está também assoreado. Deste modo, a decisão da APA -- Agência Portuguesa do Ambiente - de permitir a deposição dos inertes no leito do rio no baixo Mondego foi incompreensível", dizia ainda o comunicado de 2018.
Os impactes sobre a fauna fluvial e nomeadamente sobre os peixes migradores, de que são exemplo o sável, a lampreia-marinha ou a enguia-europeia, não foram devidamente acautelados, também questionou na altura a Quercus.
A linha do Douro está interrompida desde as 18:40 de hoje, entre Ermidas e Aregos, devido ao choque de um comboio regional com uma pedra que se encontrava na via, informou a Infraestruturas de Portugal (IP).
Fonte da IP explicou à Lusa que o choque levou a que um dos conjuntos de rodas (bogie) de uma das composições do comboio se desencaixasse, provocando a sua imobilização.
"Neste momento a nossa prioridade é retirar todos os passageiros e iniciar os trabalhos de reparação. Não sabemos quanto tempo irá demorar", referiu a mesma fonte, ressalvando que deste incidente não resultaram feridos.
A Linha do Douro já tinha sofrido cortes nos últimos dias devido ao mau tempo resultante das depressões Elsa e Fabien.
"Infelizmente, as previsões confirmaram-se e o CAR está totalmente submerso. Uma altura de cerca de dois metros de água dentro dos hangares. Há elevados danos nas infraestruturas, como a torre de controle, torre de chegada, hangar, ginásio... Só quando a água baixar conseguiremos avaliar os prejuízos", disse à agência Lusa o vice-presidente da FPC, Ricardo Machado.
O dirigente tem estado desde sábado no CAR "a tentar proteger alguns bens", juntamente com alguns funcionários e técnicos da federação, que teve parte das equipas seniores e sub-23 em estágio precisamente até sábado.
"Montemor-o-Velho é a nossa base logística. Temos aqui material de apoio às provas, plataformas, barcos a motor, equipamentos e uma série de material que tentamos proteger. Infelizmente, a água subiu um pouco mais do que o esperado. Certamente o CAR vai ter prejuízos e danos muito graves no seu funcionamento", lamentou.
"Decorrente dos problemas relacionados com as inundações da ETA que abastece Arganil, e apesar das medidas que já estão a ser levadas a cabo pela entidade gestora Águas do Centro Litoral, a água em distribuição apresenta uma turvação elevada. Enquanto a situação persistir, e mantendo-se a distribuição complementar com água desinfetada em cisternas, deverão ser adotadas pelos munícipes outras medidas básicas de desinfeção, nomeadamente a desinfeção por fervura", explica a Câmara.
A população deve assim ferver a água durante cinco minutos e depois adicionar uma gota de limão à água fervida para melhorar o seu sabor.
A água deve ser colocada em recipiente próprio, corretamente tapado e de preferência em local fresco, explica ainda a Câmara.
"As equipas continuam a trabalhar no sentido de resolver as situações, mas há muitas dificuldades de mobilidade devido às inundações e à queda de árvores", explicou Fernanda Bonifácio.
A responsável pela comunicação da EDP afirmou que, apesar das dificuldades, "os trabalhos estão a correr bem e amanhã [segunda-feira] todas as situações deverão estar resolvidas na alta e na média tensão".
"O que nos começa a preocupar agora é a baixa tensão, que leva a eletricidade às casas das pessoas", disse, acrescentando que a EDP está a registar "todas as avarias" reportadas através do `call center` da empresa.
A diretora de comunicação disse não ser possível contabilizar o número de pessoas afetadas, pelo facto de o valor estar sempre a mudar.
Este troço ferroviário da linha da Beira Alta, no distrito da Guarda, estava interrompido desde as 10:53, de acordo com fonte oficial da IP.
O corte na circulação ao quilómetro 155, entre Muxagata e Fornos de Algodres, deveu-se a uma pedra de grandes dimensões que se encontrava na via.
Pelas 17:40, em declarações à agência Lusa, fonte da IP referiu que o ramal de Alfarelos, que liga aquela localidade à cidade de Figueira da Foz, é o único que permanece encerrado.
O presidente da Câmara, Emílio Torrão, disse hoje que "a água que está acumulada no vale central (zona agrícola entre o canal principal do Rio Mondego e o leito periférico direito) está a fazer pressão sobre o dique e existe perigo de rompimento", explicou.
Esta zona não é acessível por meios terrestres e terá uma profundidade de 10 metros.
A água que está a entrar no buraco do dique que colapsou no sábado, junto a Formoselha, está a canalizar 400 a 500 m3 por segundo para o vale central, que agora pressiona este leito periférico direito.
"Alertamos a população da zona suscetível a cheias da vila de Montemor-o-Velho para o risco muito elevado de cheia. Aconselhamos que acautele os seus bens e os seus animais, se proteja e recolha uma muda de roupa, medicação e documentos de identificação para a eventual necessidade de, em caso de emergência, evacuação das zonas sensíveis", refere a informação da Câmara.
Momentos antes desta informação, a Câmara de Montemor-o-Velho lançou um alerta para as populações das zonas baixas da vila e ainda de Casal Novo do Rio e Ereira, na sequência do caudal elevado do Rio Mondego.
No Baixo Mondego, as culturas alagadas, sobretudo arroz e milho, estão perdidas.
A situação de cheias na zona do Baixo Mondego ainda preocupa as autoridades, apesar do débito do caudal do rio ter descido face aos valores acima do nível de segurança registados no sábado, disse fonte dos bombeiros.
"A situação do comportamento do rio Mondego ainda nos preocupa e ainda nos preocupará nos próximos dias, eu diria também nas próximas semanas", disse hoje aos jornalistas Carlos Luís Tavares, Comandante Operacional Distrital de Coimbra (CODIS).
O comandante operacional afirmou que as previsões meteorológicas são "favoráveis" para os próximos dias, "sem registo de precipitação" - o que permite, junto com a gestão na barragem da Aguieira, baixar os caudais no Açude-Ponte de Coimbra "para valores entre os 1.700 a 1.800 metros cúbicos por segundo (m3/s)", quando no sábado chegaram aos 2.200 m3/s, acima do valor de segurança de 2.000 m3/s.
"Ainda assim, estes caudais são preocupantes. Porque a pressão no dia de ontem (sábado) andou na ordem dos 2.200 m3/s e pode ter criado alguma fragilidade (nos diques) que temos de, diariamente, minuto a minuto, acompanhar, quer na margem direita quer na margem esquerda", enfatizou o CODIS.
O mar invadiu esta manhã a praça principal de São Pedro de Muel, no concelho da Marinha Grande. O mar galgou o areal e entrou na vila. O comércio local protegeu a entrada dos estabelecimentos.
Os habitantes afirmam que nunca tinham visto esta situação.
Depois da chuva, a grande preocupação é agora a agitação marítima. Os distritos do Porto e Viana do Castelo estão com aviso vermelho. A circulação na Foz do Porto já está encerrada por precaução.
Cruz Martins, comandante da Capitania do Porto do Douro e Leixões, apelou à população para evitar circular na orla marítima. Na zona de Matosinhos o mar já galgou o molhe. Em Espinho algumas estruturas que estão no areal foram destruídas pelas ondas.
O abaixamento do nível da água permitiu restabelecer a circulação de comboios entre Ameal Sul e Alfarelos.
A circulação irá processar-se em ambos os sentidos através de uma via e com limitação de velocidade.
O Comandante Distrital de Coimbra, Luís Tavares, fez um balanço da situação e afirmou que o "comportamento" do Mondego continua a preocupar as autoridades, apesar de as condições meteorológicas estarem a melhorar. "Os caudais são preocupantes", embora tenham diminuído este domingo, e é necessário continuar a vigiar as duas margens do rio, sublinha, nos próximos dias.
Houve colapso da margem direita, durante a tarde de sábado, e foi necessário retirar cerca de 80 pessoas das suas habitações, em Soure e Montemor-o-Velho.
A zona de Montemor e de Ereira é a que "merece atenção redobrada" nos próximos dias. Espera-se que a água continue a subir, mas de forma "mais controlada".
"Todo o dispositivo se mantém" em Montemor, em Soure e em Coimbra, assegurou o comandante.
Quanto aos conselhos de Lousã e de Tábua, o abastecimento de água às populações já está a ser reposto pelos bombeiros distritais.
Alguns habitantes de Formoselha começam a limpar as habitações que ontem foram invadidas pela águas do Mondego. Nas últimas horas as águas baixaram cerca de um metro.
Um comboio ficou retido hoje na linha da Beira Alta, que liga Lisboa a Vilar Formoso ao quilómetro 155, entre Muxagata e Fornos de Algodres, devido a uma pedra de grandes dimensões que se encontra na Via.
De acordo com fonte oficial da Infraestruturas de Portugal (IP), o alerta foi dado pelas 10:53 e o comboio "vai recuar para a estação de Celorico da Beira".
A circulação de comboios entre a Régua e Marco de Canaveses, na Linha do Douro, foi restabelecida, segundo a informação hoje divulgada pela Infraestruturas de Portugal (IP).
De acordo com a IP, a circulação - que estava suspensa devido à queda de uma barreira e uma pedra de grandes dimensões ao quilómetro 89,1 entre Ermida e Rede - foi restabelecida pelas 10h30 após "a remoção da pedra e limpeza dos detritos".
A Linha do Norte, que liga Lisboa ao Porto, continua com a circulação interrompida desde o final da tarde de sexta-feira.
A circulação ferroviária foi afetada pelas condições climatéricas adversas que se têm feito sentir nos últimos dias, principalmente na região norte e centro do país.
Em Montemor-o-Velho, o caudal do rio Mondego continua a subir. As águas estão a alagar os terrenos agrícolas do baixo Mondego.
A esperança da população é que os diques sustenham as águas.
As condições meteorológicas no Continente melhoram a partir de hoje e só a agitação marítima no Norte e no Centro se manterá elevada até ao meio da manhã de segunda-feira, segundo as previsões do IPMA. Para hoje, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê uma diminuição muito significativa da intensidade do vento e precipitação em geral fraca apenas nas regiões Norte e Centro, podendo ser de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela.
Até meio da tarde de hoje, o vento soprará ainda moderado a forte, até 50 quilómetros hora, e nas terras altas, em especial do Norte e Centro, com rajadas até 100 quilómetros hora.
A partir de segunda-feira, e até ao fim de semana, o IPMA prevê céu em geral pouco nublado, apresentando-se temporariamente muito nublado nas regiões Norte e Centro no final do dia de Natal e na quinta-feira, com possibilidade de precipitação fraca.
A agitação marítima manter-se-á elevada no arquipélago até ao final do dia de hoje, tendo sido emitido um alerta amarelo para as zonas costeiras.
A Linha do Norte e a Linha do Douro mantêm hoje a circulação ferroviária suspensa, de acordo a Infraestruturas de Portugal (IP).
Segundo a empresa gestora da ferrovia, na linha do Douro, a circulação está suspensa entre Marco de Canaveses e Régua, "devido à queda de uma barreira e uma pedra de grandes dimensões" ao quilómetro 89,1, entre Ermida e Rede.
Também a Linha do Norte, que liga Lisboa ao Porto, continua com a circulação interrompida desde o final da tarde de sexta-feira.
"Na linha do Norte e Ramal Alfarelos, mantém-se a circulação suspensa entre Ameal Sul/Alfarelos/Verride devido à subida do nível da água que provoca inundação da via e o corte de tensão entre Alfarelos e Figueira da Foz/Louriçal devido à queda de um poste do sistema de alimentação de energia elétrica (catenária)", refere o ponto da situação divulgado hoje pela IP.
Na Linha do Vouga, a circulação entre Sernada do Vouga e Macinhata foi restabelecida às 00h00, acrescenta a IP, em comunicado.
A margem direita do rio Mondego é a que inspira mais cuidado. Esta manhã os habitantes das localidades de Pinheiro do Campo e Ereira estão com olhos postos no rio. O caudal do Mondego continua a aumentar.
Com o rebentamento do dique de Formoselha o caudal do Mondego tem alagado os terrenos agrícolas. O regresso da chuva, depois de uma noite tranquila, preocupa os habitantes de Ereira, que ainda recordam as cheias de 2001.
Em declarações à jornalista Paula Costa, uma moradora de Ereira mostra preocupação com a possibilidade de mais um dique rebentar.
A população começa a precaver-se e já está a retirar alguns bens das habitações.
“Apesar da relativa acalmia, estamos longe de estar no fim desta operação. Vamos ter vários dias de trabalho pela frente. É um trabalho de estabilização, de recuperação que tem que ser feito”, afirmou Patrícia Gaspar em Coimbra. A secretária de Estado da Proteção Civil deixou ainda “uma palavra de apreço à população”.
Para já, ainda não há a previsão de quando a população, que teve de abandonar as suas casas, poderá regressar.
“A situação em Montemor-o-Velho é a que exige mais cuidado. Não é a única, mas é a que exige mais cuidado”, realçou.
O nível das águas está a baixar ligeiramente em Coimbra, mas as descargas da madrugada podem piorar a situação.
Também o rio Tejo está hoje em alerta vermelho, na região de Constância, ao contrário do rio Douro que está já numa fase de estabilização.
Devido ao mau tempo, mantêm-se cortadas as linhas ferroviárias do Norte, entre Alfarelos e Coimbra e a linha do Vouga, na Mealhada.
Até ao meio-dia, estão em aviso vermelho os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga devido à agitação marítima.
O IPMA prevê ondas com sete a oito metros de altura, podendo atingir 14 a 15 metros de altura máxima.
Já os distritos de Santarém, Leiria, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro estão com aviso laranja, o segundo mais elevado, devido à agitação marítima.
O mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou hoje o impacto da depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.