Morreu adolescente internada com sarampo em Lisboa

por RTP
A adolescente encontrava-se internada desde o fim de semana nos cuidados intensivos do Hospital Dona Estefânia Wikimedia Commons

Morreu a jovem de 17 anos infetada com sarampo que estava internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, confirmou esta quarta-feira a unidade de saúde.

A adolescente encontrava-se internada, desde o fim de semana, na Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Centro Hospitalar de Lisboa Central – Hospital Dona Estefânia, na sequência de uma pneumonia bilateral, uma complicação respiratória do sarampo.

De acordo com o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), a jovem morreu "na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral - sarampo".
"A criança não estava protegida do ponto de vista imunitário", confirmou entretanto o ministro da Saúde, quando questionado, em conferência de imprensa, sobre se a doente havia sido vacinada.
"A família acompanhou toda a evolução da situação clínica e o CHLC, com tristeza, lamenta a ocorrência e presta, publicamente, os seus sentidos pêsames", adianta a nota do Centro Hospitalar enviada à agência Lusa.

Em Portugal, desde janeiro de 2017, foram registados 21 casos confirmados de sarampo pelo Instituto Ricardo Jorge, havendo outros 18 casos ainda em investigação.

Desde o início do ano, um surto de sarampo tem afetado vários países europeus.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.O sarampo transmite-se por via aérea e pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe de pessoas infetadas.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18, e uma dose quando se trata de adultos.
Incubação entre sete a 21 dias
O sarampo manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto. As complicações da doença podem incluir otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalite.

Os adultos têm, normalmente, doença mais grave do que as crianças e os doentes imunocomprometidos podem não apresentar manchas na pele.

Com um período de incubação que pode variar entre sete a 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer o exantema (erupções cutâneas).

c/ Lusa

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