Reportagem

O segundo dia das cerimónias fúnebres de Mário Soares

por RTP

Realizou-se esta tarde uma sessão solene evocativa no Mosteiro dos Jerónimos. De seguida o armão da GNR percorreu as ruas de Lisboa, passando pelo Palácio de Belém, a Assembleia da República e a sede do PS. A urna de Mário Soares foi depositada no jazigo 3620 do Cemitério dos Prazeres.

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Terminamos aqui o acompanhamento ao minuto das cerimónias fúnebres de Mário Soares.

Com a entrega da bandeira e das insígnias à família e os tiros de artilharia chegaram ao fim as cerimónias públicas que tiveram início ainda na segunda-feira.

Foram dois dias de homenagem ao ex-Presidente, com dois cortejos, milhares de mensagens e homenagens vindas de todo o mundo.

O corpo de Mário Alberto Nobre Lopes Soares repousa agora no Cemitério dos Prazeres.


16h10 – Começa a cerimónia privada de despedida a Mário Soares
Várias centenas de populares estão presentes no cemitério para prestar a última homenagem a Mário Soares.

Terminou o primeiro funeral de Estado de uma personalidade desaparecida em democracia.

16h00 - Ouve-se uma gravação com a voz de Mário Soares
"A verdade não pertence em exclusivo a ninguém": voz de Soares ouvida no Cemitério dos Prazeres



Depois da entrada da urna, voltou a ouvir-se a voz de Mário Soares. Foi transmitido um excerto do tempo de antena da campanha presidencial de 1986.

Militares das Forças Armadas transportam a urna em direção ao jazigo 3620 do Cemitério dos Prazeres, onde está sepultada Maria Barroso.

Salva de 21 tiros de artilharia disparados pela Marinha numa corveta fundeada no Tejo.

Marcelo Rebelo de Sousa entrega à família de Mário Soares a bandeira que cobriu a urna de Mário Soares.

As insígnias foram entregues, pela GNR, aos netos mais novos de Mário Soares.


Presentes na cerimónia estão Marcelo Rebelo de Sousa, Ferro Rodrigues e Santos Silva, em representação de António Costa que está em visita oficial à Índia.

15h52 - Cortejo chega ao Cemitério dos Prazeres
O armão chegou à Praça Dom Bosco, a entrada para o Cemitério dos Prazeres.

Nas ruas próximas estão perfilados os três ramos das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea).


Batalhão de 200 militares das Forças Armadas recebeu o cortejo à chegada ao cemitério.

A urna foi retirada do armão por militares da GNR e de seguida transportada por militares dos três ramos das Forças Armadas e colocada numa eça junto à capela do cemitério.

São ouvidas três salvas de tiros, 60 disparos, executadas pelos três ramos das Forças Armadas.

Rosas amarelas e cravos vermelhos são as flores presentes na cerimónia.

15h26 – Armão chega ao Largo do Rato
Junto à sede do PS largas centenas de militantes prestaram a última homenagem ao fundador do partido.

“Soares é fixe” e “Soares, amigo o povo está contigo”, são as frases gritadas pelos populares que estão no Largo do Rato.


A urna com os restos mortais de Mário Soares segue agora para o Cemitério dos Prazeres, onde vai ficar no jazigo da família.

15h18 - Cortejo pára breves momentos junto ao Parlamento
Em São Bento centenas de pessoas prestaram a última homenagem a Mário Soares. Entre as quais o Presidente da Assembleia da República.

À passagem do armão ouviram-se palmas.

14h45 - Cortejo fúnebre percorre a Avenida da Índia
O armão com os restos mortais de Mário Soares segue para a Assembleia da República, antes de parar a Fundação Mário Soares e a sede do Partido Socialista, antes de seguir para o Cemitério dos Prazeres.

14h22 –Urna passa o Palácio de Belém
O armão militar parou junto ao Palácio de Belém, onde Mário Soares e a família viveram durante 10 anos, nos jardins os funcionários prestaram uma última homenagem.



Mário Soares assumiu o primeiro mandato como Presidente da República em 1986 e foi reeleito para um segundo mandato em 1991.

14h07 - Urna deixa os Claustros do Mosteiro dos Jerónimos
Armão militar transporta a urna do Mosteiro dos Jerónimos até ao Cemitério dos Prazeres.


Populares aplaudem à passagem da urna entre os Jerónimos e o Palácio de Belém.

13h55 – Presidente da República faz a última evocação
Marcelo Rebelo de Sousa recordou Mário Soares como um "singular humanista e construtor de portugalidade" e considerou que, como "um homem que fez história", merecia ser homenageado num lugar como o Mosteiro dos Jerónimos.

"Inspirador lugar este em que nos encontramos, gentes de várias raízes e destinos, unidas pelo essencial: evocar e homenagear um homem que fez história, sabendo que a fazia, mesmo quando tantos de nós nos recusávamos a reconhecê-lo", declarou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava no final de uma cerimónia evocativa de homenagem a Mário Soares, no Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, referiu que "aqui se fizeram mais de quinhentos anos de história" e que "cada pedra" fala das aventuras portuguesas, provações, sonhos e guerras.

"Mais do que os respeitosos Paços do poder, em Belém ou em São Bento, este lugar é aquele que Mário Soares merecia para o nosso inesquecível encontro", considerou.

O Presidente da República afirmou que "nestes Jerónimos se convocam a história que estudou, antes de a fazer, a cultura que criou com talento e com deleite, e o ecumenismo que foi o corolário inevitável da sua inteligência e da sua liberdade", bem como "o humanismo e a portugalidade" de Mário Soares.

13h42 - Ferro Rodrigues presta última homenagem
O presidente da Assembleia da República realça a “dor” de todos os portugueses, da esquerda à direita, com a morte de Mário Soares.

"Mais do que militante número 1 do PS, foi o militante número 1 da nossa democracia", afirmou Ferro Rodrigues.

O presidente da Assembleia da República descreveu o antigo primeiro-ministro e Presidente da República como alguém que "tinha a visão dos grandes estadistas e a intuição dos grandes políticos" e "pôs sempre Portugal em primeiro lugar".

Ferro Rodrigues recorda a vida de Mário Soares desde a luta pela Liberdade, antes do 25 de Abril, e depois da democracia que ajudou a nascer.

"Tinha uma sintonia impressionante com o povo português. Os portugueses conheciam-no e ele conhecia bem Portugal e os portugueses", afirmou.

Citando o dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht, o presidente do parlamento colocou Soares entre os imprescindíveis: "Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, e há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"

“Mário Soares lutou até ao fim. Obrigado Mário Soares”.

13h35 - Centenas assistem à cerimónia em silêncio no exterior dos Jerónimos
Algumas centenas de pessoas assistem, em silêncio, através de um ecrã gigante instalado no exterior do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, à sessão solene evocativa de homenagem ao antigo Presidente da República Mário Soares.

Colocadas atrás de grades, que impedem o acesso do público à entrada da Praça do Império, os populares batem palmas quando terminam as intervenções nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos, local onde está a decorrer a cerimónia, com cerca de meio milhar de convidados.

13h28 - Homenagem de António Costa com vídeo gravado na Índia
O primeiro-ministro recorda que Mário Soares foi um “cidadão do mundo”, e enumera todos os cargos políticos e sociais ocupados pelo ex-Presidente da República.

"Resistente à ditadura, deportado e exilado, preso político, fundador e secretário-geral do PS, ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro-ministro, vice-presidente da Internacional Socialista, deputado e líder da oposição, Presidente da República, presidente do Movimento Europeu, deputado ao Parlamento Europeu, presidente da Comissão Mundial dos Oceanos, presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, presidente da Fundação que tem o seu nome, autor de dezenas de livros".

"Mário Soares foi, em momentos decisivos, o rosto e a voz da nossa liberdade. Desse título, que era certamente aquele que mais lhe agradaria, raros homens se podem orgulhar", afirmou António Costa.

"Mário Soares construiu a história e, por isso, a história guardará o seu nome, a sua obra, o seu exemplo. É um exemplo de combate constante por aquilo em que acreditava. É um exemplo de coragem de dizer o que pensava e de fazer o que devia, ainda que fosse o único a dizê-lo e a fazê-lo, mesmo que ficando por uns tempos, mas apenas por uns tempos, sozinho. É um exemplo de génio político, que alcançava o que parecia impossível de alcançar", acrescentou.

No vídeo de 10 minutos, o primeiro-ministro, recorda a história de Mário Soares desde o tempo do exilio à liberdade, depois do 25 de Abril.

Segundo António Costa, em todas essas circunstâncias, Soares foi inspirado pela mesma "grande visão humanista".

"Com ela, configurou o Portugal democrático e foi o autor das suas opções fundamentais, tornando-se o principal fundador da nossa democracia e um dos portugueses mais prestigiados no mundo. Com esta visão, construiu o Estado de direito social e fez reformas que tornaram Portugal um outro e melhor país".

“Obrigado Mário Soares, viva a República, viva Portugal”, remata António Costa.

13h20 - Isabel Soares presta a última homenagem ao pai
Isabel Soares, a filha de Mário Soares e Maria Barroso, recorda a história de vida e de amor dos pais.

Com a voz embargada, Isabel Soares, filha, lembrou os "tempos difíceis esses das prisões, da deportação para são Tomé e do exílio em Paris" mas, frisou, "nem durante esse tempo" se ouviu a Mário Soares um "queixume, uma palavra de desalento ou desânimo".


"Nos dias cinzentos e de chumbo da ditadura, quando o íamos visitar ao parlatório a Aljube ou a Caxias, cheios de raiva contida e de lágrimas, porque a mãe ou o avô nos diziam que não podíamos chorar na presença dos `pides´ era ainda e sempre o pai que nos dava alento, nos consolava e dava ânimo", recordou.

“Até sempre querido pai”, despede-se Isabel Soares

13h17 – Ouve-se a voz de Maria Barroso

Nos claustros dos Jerónimos ouve-se a voz de Maria Barroso, a mulher de Mário Soares, a declamar "Os dois poemas de amor da hora triste",de Hora Triste, de Álvaro Feijó.


13h05 - João Soares intervém na sessão solene

O filho de Mário Soares recorda a luta de Mário Soares antes e depois do 25 de Abril.

João Soares recorda uma visita ao pai na sede da PIDE, antes de Mário Soares ser enviado para São Tomé.

“Respeito, adoração e ternura pelo meu pai”, afirma João Soares que recorda também o papel da mãe, Maria Barroso, na vida da família.


“O meu pai viveu mais tempo em ditadura do que em liberdade”, frisa.

"Nós, tínhamos aprendido há muito, não se chorava à frente dos PIDES", disse João Soares, que recordou o dia em que em 1968 ficou a saber, com a sua irmã, avô e mãe, que iam deportar o pai para São Tomé e Príncipe, um dos momentos mais difíceis que Mário Soares enfrentou "digno" e "corajoso como sempre".

João Soares, de cravo vermelho na lapela, deixa uma palavra de agradecimento a todos os que preparam e participaram na homenagem ao pai.

“Adeus, meu querido pai”, remata

13h00 - Coro do Teatro Nacional de São Carlos canta o hino nacional

Voz de Mário Soares ecoa nos Claustros dos Jerónimos através de uma gravação, em áudio, do discurso de adesão de Portugal à CEE.


12h58 - Urna com o corpo de Mário Soares já está nos claustros

A urna com os restos mortais de Mário Soares entra nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos transportada por militares dos três ramos das Forças Armadas.

Mais de cinco centenas de convidados assistiram em silêncio à entrada da urna de Mário Soares nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos.

12h45 - Trago as "condolências do povo brasileiro" diz Michel Temer

O Presidente do Brasil quis estar presente nas exéquias de Mário Soares e veio acompanhado do ex-Presidente José Sarney.

"Trago as condolências do Presidente Fernando Henrique" e do "povo brasileiro", revelou Michel Temer.

"Este nosso gesto vai reforçar a ligação entre Brasil e Portugal, enaltecida ao longo do tempo pela figura exponencial, mais do que poortuguesa, internacional, do grande português Mário Soares".

12h40 - Sessão solene evocativa de homenagem será às 13h00

A sessão nos claustros do edifício manuelino será feita com diversas interpretações musicais por parte do coro e da orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, além de "A Portuguesa" no princípio e no final, antes do início do cortejo fúnebre rumo ao cemitério dos Prazeres.

A seguir ao hino nacional, ecoará através da instalação audiovisual a voz de Soares, seguindo-se uma intervenção do filho, João. Ouvir-se-á depois a voz de Maria Barroso, antes da intervenção da filha, Isabel.

António Pedro Santos - Lusa

Após a intervenção de Isabel Soares, diretora do Colégio Moderno, terá lugar um momento musical com uma peça do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart.

Em seguida, através de um vídeo de cerca de 10 minutos, gravado durante a atual viagem de Estado à Índia, o primeiro-ministro, António Costa, vai homenagear o fundador do PS.

12h20 - "Foi um dos principais defensores do desenvolvimento da democracia"

O presidente do Parlamento Europeu prestou homenagem em Lisboa a Mário Soares, que considerou uma das figuras emblemáticas da democracia europeia.

"Para os socialistas democratas europeus este é um dia triste, em que nos despedimos de um dos líderes mais importantes do nosso movimento na segunda metade do século XX", declarou Martin Schulz.

"Foi um dos principais defensores do desenvolvimento da democracia e da inclusão da democracia portuguesa no sistema democrático europeu (...) A cooperação e interajuda entre países livres e democráticos é a resposta necessária no século XX e XXI para o desenvolvimento mundial e esta ideia inspirou profundamente Mário Soares", sublinhou Schulz.

12h00 - Serguei Lavrov foi o primeiro a abrir livro de condolências em Moscovo


“Em nome do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia e em meu nome próprio, exprimo as mais sinceras condolências ao governo e ao povo de Portugal, por motivo do falecimento de Mário Soares. Foi uma figura destacável, associada ao início do Estado Português de hoje", escreveu o ministro dos negócios estrangeiros da Rússia.

"Sempre colocava em lugar primordial os interesses do seu povo. Granjeou profundo respeito no mundo, graças à sua posição a favor do reforço da segurança no cenário mundial. No nosso país, ficará guardada na memória para sempre a atenção que Mário Soares prestou à causa do desenvolvimento das relações de amizade entre as nossas duas nações", acrescentou Serguei Lavrov.

11h50 -
"Grande vulto político do século XX que trouxe a democracia e a liberdade"

O ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe esteve no Mosteiro dos Jerónimos para um último adeus a Mário Soares de quem sublinhou a "sua grande ideia de liberdade".

"Temos gratidão como família e gratidão como portugueses", acrescentou o ex-ministro das Finanças, recordando "atos de consideração" sobretudo de Maria Barroso.

11h40 - Rosa Mota enaltece importância de Mário Soares para o desporto nacional


Rosa Mota destacou a figura de Mário Soares como uma personalidade "muito divertida, que gostava muito de viver e conviver", disse, afirmando que era este comportamento que transmitia junto dos desportistas.

"Não podendo esquecer a pessoa que foi e eu, como atleta, não posso esquecer a importância que teve para o desporto nacional numa altura em que não era reconhecido como agora", frisou.

11h30 - Marcelo Rebelo de Sousa recebe convidados internacionais

O Presidente do Brasil Michel Temer foi umas das figuras internacionais que já marcou presença no Palácio de Belém.

Temer recordou as "relações sólidas" entre Brasil e Portugal, reforçadas no período em que Mário Soares foi deputado e governante.

João Relvas - Lusa

Acompanhado do antigo Presidente José Sarney, o Presidente do Brasil em exercício lembrou precisamente a forma como Soares se tornou amigo pessoal de vários Presidentes brasileiros.

"Este nosso gesto vai reforçar a ligação entre Brasil e Portugal, enaltecida ao longo do tempo pela figura exponencial, mais do que poortuguesa, internacional, do grande português Mário Soares".

11h20 - Quem foi Mário Soares? Universitários respondem

Nem todos os universitários portugueses sabem quem foi Mário Soares. Há respostas para todos os gostos mas a mais confrangedora poderá ser: “de cabeça não sei”, ou “associo mais à velhice” ou ainda “um senhor velho”.

Do outro lado das respostas surgem frases soltas como: "liberdade", "25 de abril", "candidato a Presidente", "democracia" ou "Partido Socialista".

11h10 - Seis aviões F-16 vão sobrevoar o Mosteiro dos Jerónimos

A passagem aérea irá ocorrer quando a urna abandonar o Mosteiro dos Jerónimos.

As homenagens decorrem ainda na Sala dos Azulejos, onde se irá realizará uma cerimónia evocativa.

10h55 - "Desapareceu o maior político do século XX"

António Campos, o fundador do Partido Socialista e amigo de Mário Soares, recordou esta terça-feira "uma figura que viveu sempre agarrada a valores".

"É o último dos políticos de uma geração que se bateram pela paz, pela liberdade, pela tolerância" e cuja memória neste momento "está em perigo", acrescentou.

10h45 - Felipe González recorda "a coragem" de Mário Soares

O antigo primeiro-ministro de Espanha e ex-secretário-geral do PSOE Felipe González assinou esta terça-feira o livro de condolências de Mário Soares.

Mário Soares "vai ser para sempre uma referência", referiu González. "Pelo seu pensamento e riqueza intelectual mas creio que, sobretudo, pela sua coragem", acrescentou.

10h35 - "Homem de sorriso aberto, muito aberto, pintado de várias cores".

Amigo pessoal do histórico socialista, Vítor Ramalho afirma que "a generalidade dos portugueses tem a noção claríssima de quem era Mário Soares".

"Ele era um homem de sorriso aberto, muito aberto, pintado de várias cores, tal como o seu amigo Pomar o pintou (...) Encarou sempre a vida num perspectiva lúdica", recordou o socialista.

10h25 - Joana Amaral Dias e "a honra" de ter sido mandatária de Soares

A antiga deputada destacou o percurso de "luta pela democracia e pela liberdade" de Mário Soares. Joana Amaral Dias referiu que se sentiu "honrada" por trabalhar com o antigo Presidente quando este decidiu recandidatar-se ao cargo já com 81 anos, "arriscando-se e dando o corpo às balas".

"O que quis fazer até ao fim foi lutar", sintetizou.

10h15 - Líder da UNITA em Lisboa para o funeral

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, estará presente nas cerimónias fúnebres do antigo Presidente português para "prestar a sua homenagem a esta figura da história contemporânea".

Samakuva considerou que Angola "perdeu um amigo", classificando o antigo Presidente português como uma "personalidade de estatuto internacional" que lutou pela democracia em Portugal e pela reconciliação angolana.

10h00 - O segundo dia

Na segunda-feira, o primeiro de três dias de luto nacional decretados pelo Governo, as homenagens a Mário Soares concentraram-se, depois de um cortejo pelas ruas de Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém. E é também aqui que têm início as cerimónias de hoje.

O corpo do antigo Presidente da República permanece até às 11h00 em câmara ardente na Sala dos Azulejos, uma vez mais aberta ao público.



Pelas 13h00 a urna abandonará aquele local e será transportada para os claustros do mosteiro, onde vai realizar-se uma sessão solene evocativa.

No decurso da sessão serão escutados registos da voz de Mário Soares e da mulher, Maria Barroso, e discursos dos filhos, João e Isabel Soares. Após a intervenção da filha do antigo Chefe de Estado, haverá um momento musical com uma peça de Mozart.

Discursos de Ferro Rodrigues e Marcelo Rebelo de Sousa

A cerimónia prossegue com a transmissão de um vídeo em que o primeiro-ministro António Costa - em visita de Estado à Índia - presta homenagem ao fundador do PS.

Segue-se a interpretação de uma obra do compositor britânico Edward Elgar. Discursa em seguida o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.



A derradeira intervenção está a cargo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antecedida de um outro momento musical da autoria do francês Gabriel Fauré. O hino nacional encerra a cerimónia.

A urna do antigo Presidente da República deixará os Jerónimos pelas 14h00, sendo transportada no armão da Guarda Nacional Republicana, escoltado por batedores da PSP, guarda a cavalo da GNR e demais viaturas de familiares e altas entidades.

O cortejo passará pelo Palácio de Belém, pela Assembleia da República, pela Fundação Mário Soares e pela sede do PS no Largo do Rato, antes da chegada ao cemitério dos Prazeres. Ali a urna será levada para a capela.

Haverá, no cemitério, um último instante evocativo, entrecortado por registos da voz de Mário Soares. Militares das Forças Armadas irão dobrar a bandeira que cobre o caixão e entregá-la ao Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa vai depois entregá-la - assim como as insígnias oficiais de Soares - à família.

A partir de um navio da Armada, no Tejo, será disparada uma salva de 21 tiros. A urna, transportada por militares, seguirá em direção ao jazigo da família Soares, com uma pequena paragem junto do republicano Jaime Cortesão. De então em diante a cerimónia é reservada à família.