António Costa felicita Mariana Mortágua e espera "diálogo construtivo"

por RTP
José Coelho - Lusa

O primeiro-ministro felicitou a nova coordenadora do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, e disse esperar um "diálogo construtivo e uma ação comum para o progresso de Portugal". Já o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, lembrou que o "verdadeiro adversário" é a direita.

"Já felicitei Mariana Mortágua, a nova coordenadora do Bloco de Esquerda. Desejo-lhe felicidades nas suas novas funções, esperando um diálogo construtivo e uma ação comum para o progresso de Portugal e a melhoria da vida dos portugueses", lê-se numa mensagem publicada por António Costa na sua conta oficial da rede social Twitter.


Na reação ao discurso de vitória de Mariana Mortágua, o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, saudou a eleição da nova liderança do Bloco de Esquerda, mas assinalou que o PS não se confunde "nem quanto aos adversários, nem quanto aos inimigos".

Em resposta às palavras críticas de Mortágua contra a maioria socialista que governa o país, João Torres assinalou, numa declaração os jornalistas este domingo, que "o inimigo é o populismo, os inimigos são os populismos e o adversário é a direita".

João Torres diz estar "profundamente convencido" de que a generalidade dos portugueses pretenderia que o Bloco de Esquerda "não voltasse a confundir-se" na identificação "daqueles que são os nossos verdadeiros inimigos e daqueles que são os nossos verdadeiros adversários".

O secretário-geral adjunto garantiu que "não será pelo Partido Socialista que será reerguido o muro que ajudamos a derrubar em 2015" , numa referência à Geringonça.

Recusou ainda que a atual maioria seja um "pântano", como adjetivou a nova líder bloquista, lembrando que o resultado das eleições legislativas do ano passado resultou "da expressão da vontade popular e da confiança que os portugueses depositaram no PS".

João Torres considera que o Bloco tem "de se encontrar consigo próprio" e ""centrar-se noutros aspetos mais importantes da vida política", em oposição a "tentar reescrever a história daquilo que aconteceu em 2021 e que depois conduziu à convocação de eleições legislativas".
"Momento cavaquista"?
O dirigente e deputado socialista recusou ainda outra crítica deixada pela agora ex-coordenadora do BE, Catarina Martins, de que os problemas estruturais do país foram agravados porque os socialistas acharam que, com a maioria absoluta, tinha chegado o seu "momento cavaquista".

"Não, o Governo não atravessa nenhum momento cavaquista e se há algo que tem caracterizado a maioria do Partido Socialista é o facto de termos sido, estarmos a ser e seguramente continuarmos a ser uma maioria profundamente dialogante" e cumpridora do seu programa eleitoral", realçou.
PCP e Livre também reagiram
Também numa declaração aos jornalistas, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP Ricardo Costa afirmou ter registado as conclusões da Convenção do Bloco de Esquerda "nomeadamente a partir da intervenção final", mas preferiu falar das ideias do seu partido em campos como a valorização dos "salários e das reformas" ou a "defesa do Serviço Nacional de Saúde".

Ainda assim, reconheceu os "vários momentos de convergência, nomeadamente na Assembleia da República", com os bloquistas e disse esperar que "o Bloco possa convergir com o PCP" na defesa das suas lutas.

O dirigente do Livre, Paulo Muacho, agradeceu e reconheceu o papel da coordenadora cessante do BE, Catarina Martins, "na criação da geringonça" e desejou "felicidades e bom trabalho" à nova direção do partido com quem espera poder continuar a trabalhar.

"Esperamos poder continuar a trabalhar com o Bloco de Esquerda no parlamento, nas autarquias e fazer frente àquilo que também reconhecemos, o diagnóstico que aqui foi feito de um avanço da extrema-direita. Isso implica uma responsabilidade das forças de esquerda e das forças democráticas de estarem unidas contra este avanço", defendeu.

c/ Lusa

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