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António Costa: “Fui apanhado de surpresa por César”

por RTP
José Coelho - Lusa

“Fui apanhado de surpresa pelas afirmações de Carlos César”, disse António Costa ao jornal Expresso. O semanário relata que, além da surpresa que o secretário-geral do partido expressou no que toca à decisão de Sócrates sair do PS, também as palavras do Presidente do Partido o surpreenderam. Carlos César disse durante a semana que os socialistas se sentiam “penalizados, entristecidos revoltados e até enraivecidos”, referindo-se às investigações que recaem sobre Sócrates e o ex-ministro da Economia Manuel Pinho.

O presidente do Partido Socialista afirmou na TSF que o partido se sente "envergonhado" com o caso Manuel Pinho. Questionado sobre a situação de José Sócrates, caso as suspeitas sejam confirmadas, Carlos César disse que a vergonha "até é maior porque era primeiro-ministro".

Terão sido estas declarações que levaram José Sócrates a anunciar a saída do PS, deixando críticas duras à direção do partido, acusando-a de “injustiça” e uma espécie de “condenação sem julgamento”.

Apesar do choque provocado pela saída do antigo primeiro-ministro, arguido no caso da Operação Marquês, e de opiniões divergentes entre os socialistas, António Costa disse ao Expresso que o congresso do partido que se vai realizar dentro de duas semanas na Batalha não será abalada nem contaminada. “O congresso será centrado nos desafios estratégicos do país e na espuma dos dias”, disse o secretário-geral do PS ao Expresso.
 
Depois de ser conhecida a decisão de José Sócrates, António Costa confessou aos jornalistas ter ficado “surpreendido” pela “decisão pessoal” do ex-primeiro-ministro, realçando que não houve qualquer mudança de posição da direção do PS sobre o que o partido tem vindo a afirmar sobre a separação entre o que é da justiça e o que é da política.

Pouco antes, Carlos César tinha vindo afirmar, numa declaração sem direito a perguntas, que o partido se “orgulhava” do legado de Sócrates, dizendo que tinha deixado uma marca muito positiva como primeiro-ministro.

As reações sucederam-se entre os socialistas, muitas divergentes. Manuel Alegre não tem dúvida que “se abriu uma caixa de Pandora” e que o tema não vai fugir do congresso. Ana Gomes considera que as palavras da direção do partido abriram caminho à discussão e à introspeção do PS.
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