Foto: Paulo Novais - Lusa
O primeiro-ministro descartou esta terça-feira que a decisão de exonerar a atual administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, incluindo a provedora Ana Jorge, decorra de um processo de "saneamento político". "É preciso desdramatizar", quis sublinhar Luís Montenegro, à margem de uma visita à Ovibeja.
"O que é preciso garantir é o seguinte: a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está numa situação dificílima do ponto de vista financeiro e do ponto de vista da garantia de salvaguarda das suas funções sociais", prosseguiu.
"É preciso que haja, por parte da tutela, total sintonia com a respetiva administração para se cumprirem as orientações de política que emanam do novo Governo", acentuou o primeiro-ministro. “Nós não temos nada de pessoal contra as pessoas
que lá exerceram funções. É uma questão de garantir a total sintonia
entre uma administração e uma tutela”, assegurou Luís Montenegro perante
os jornalistas.
Luís Montenegro garante que o seu Governo está empenhado em dar à Santa Casa da Misericórdia “um ciclo de recuperação dos problemas graves”do ponto de vista financeiro e do ponto de vista das tarefas sociais.
“Isso implica uma relação entre a tutela e a direção da Santa Casa que não está neste momento assegurada, e é preciso encarar isso com normalidade, sendo certo que o Governo assume a responsabilidade da substituição da Mesa”, vincou.
“Isso implica uma relação entre a tutela e a direção da Santa Casa que não está neste momento assegurada, e é preciso encarar isso com normalidade, sendo certo que o Governo assume a responsabilidade da substituição da Mesa”, vincou.
“É preciso desdramatizar. Aqueles que querem dramatizar (…) parece que queriam garantir a manutenção das pessoas com quem têm mais afinidade. Nós não temos essa intenção. Nós vamos tentar escolher uma equipa que dê garantias de total sintonia nos propósitos e orientações políticas do Governo e da respetiva tutela”, insistiu.
PS vai pedir audição parlamentar urgente
As declarações surgem um dia depois de o Executivo ter anunciado a exoneração "com efeitos imediatos" da administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, justificando a decisão por a equipa "se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição".
A SCML era dirigida pela ex-ministra da Saúde socialista Ana Jorge, que exercia funções de provedora há cerca de um ano, sendo a restante Mesa constituída por uma vice-provedora e quatro vogais.
"Infelizmente, esta decisão tornou-se inevitável por a Mesa, agora cessante, se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete", justificou na segunda-feira o Governo de Luís Montenegro.
"Infelizmente, esta decisão tornou-se inevitável por a Mesa, agora cessante, se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete", justificou na segunda-feira o Governo de Luís Montenegro.
No mesmo dia, o PS anunciou que vai requerer a audição parlamentar urgente de Ana Jorge e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para explicar a decisão do Governo.
Na visão dos socialistas, a exoneração tem como único objetivo colocar no cargo pessoas "mais politicamente alinhadas" com o PSD.
Na visão dos socialistas, a exoneração tem como único objetivo colocar no cargo pessoas "mais politicamente alinhadas" com o PSD.
"O Governo está a criar um conjunto de casos que tem como único fundamento substituir pessoas que sejam mais politicamente alinhadas, mais domesticáveis pelo Governo PSD", afirmou perante os jornalistas o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, Tiago Barbosa Ribeiro.