Reportagem

Legislativas2022. Debate entre António Costa e Rui Rio ao minuto

por RTP

Pedro Pina - RTP

António Costa e Rui Rio estiveram esta noite frente a frente no cineteatro Capitólio, em Lisboa. Foi o único debate entre os líderes do PS e do PSD antes das eleições de 30 de janeiro.

Mais atualizações

21h45 - Costa diz que Rio recorre a “malandrices” para diluir os resultados dos últimos seis anos

Ao encerrar o debate, o primeiro-ministro diz que “Rui Rio faz uma malandrice habitual que é procurar diluir os resultados dos últimos seis anos de governação falando da média do PIB dos últimos 20 anos, dizendo que há uma estagnação”. “A verdade é que viramos a página da estagnação. Desde que sou primeiro-ministro, o país cresceu em média 2,8% por ano, contra 0,4 dos anos anteriores”, observa.
“O senhor que é economista, não precisava de recorrer a estas malandrices para reconhecer o óbvio: felizmente o país está a crescer mais e melhor”, diz Costa a Rui Rio.

21h43 – TAP não devia “ter sido nacionalizada”, diz Rui Rio

Quanto à questão da TAP, Rio começou por dizer que a companhia aérea “não devia ter sido nacionalizada”.

“Uma empresa que dizem de bandeira mas que apenas serve o aeroporto de Lisboa”, continuou Rui Rio, acrescentando que o faz de forma “indecente”.
Por isso, para o PSD a privatização da TAP deve acontecer “o mais rápido possível”.

21h40 - António Costa: “Há interessados em obter 50% da TAP”

Questionado sobre se o Estado não vai injetar mais dinheiro na TAP para além dos 3,2 mil milhões aprovados por Bruxelas, António Costa diz que “essa foi a garantia dada pela Comissão Europeia”.

“Há outras companhias interessadas em comprar 50% da TAP”, afirma.
Costa diz ainda que “não há nenhuma razão para acreditar" no falhanço do plano de reestruturação da TAP.

21h35 – PSD contra “corporativismos na Justiça”

Em resposta à acusação de António Costa, que aponta que o PSD quer subordinar o Ministério Público ao poder político, Rui Rio esclareceu que “no Conselho Superior do Ministério Público da Magistratura não deve haver uma maioria de magistrados porque tem tendência ao corporativismos”.
Além disso, “precisamos de ter mais transparência” e, para isso, tem de haver “uma maioria da sociedade civil”.
Segundo Rui Rio, não deve “haver uma maioria de juízes para não serem juízes em causa própria”.

21h30 - Costa diz que PSD tem propostas “muitíssimo perigosas” relativamente à Justiça

Costa diz que “o programa do PSD é um programa muito perigoso relativamente à justiça”, acrescentado que “a melhor garantia de justiça igual para todos é garantir que a Justiça não é sujeita ao controle do poder político”.

“O PSD tem duas propostas que são muitíssimo perigosas”, diz Costa. “Uma é impor que o poder político tenha a maioria no Conselho Superior do Ministério Público (MP), ou seja, os políticos passarem a controlar o MP”, enumera Costa. “A segunda é a criação de um provedor do utente que não pode ser um magistrado e que deverá fazer chegar queixas aos superiores”, acrescenta.
"Temos de garantir magistrados independentes", afirma Costa, acrescentando que "o que precisamos mesmo de fazer é informatizar o sistema de justiça, transformar as regras processuais e garantir a independência da justiça e a autonomia do MP”.

21h27 – PSD acha que a Justiça não responde às necessidades do país

Para Rui Rio a “capacidade que a justiça tem para responder às necessidades do país é fraquíssima”.

“Conhecemos a morosidade da Justiça”, recordou o candidato do PSD.
O retrato da Justiça “é mau”.

21h25 - “Rui Rio quer mudar Constituição e pôr a classe média a pagar os cuidados de saúde”, acusa Costa

Costa abordou a revisão constitucional de Rui Rio e as suas “linhas gerais”, nomeadamente sobre a saúde.

Costa cita: “Acesso a cuidados de saúde do SNS não pode em caso algum ser recusado por insuficiência de meios económicos” e questiona: “Mas porquê que em vez de dizer que é tendencialmente gratuito, vem dizer que não é recuado por razões económicas?” “Só há uma explicação, é que pretendem que a classe média, que hoje beneficia de ser tendencialmente gratuito, tenha de passar a pagar os cuidados de saúde”, responde.

21h22 – “Defendo uma Segurança Social e um SNS públicos mas tenho de conseguir o serviço a melhor preço”, diz Rui Rio

Rui Riu assume que o objetivo até ao fim da legislatura é “conseguir um médico de família”, mas que antes terão “um médico assistente” para dar respostas imediatas.

Apesar das críticas, o candidato social-democrata assume que é defensor de uma “segurança social e um serviço de saúde públicos”. Mas não esconde a ideia de poder “contratualizar com os privados” quando o SNS “não consegue”.

“Mas têm de ganhar os dois. (…) Mais serviços a melhor preço”, continuou, acrescentando que os utentes ganhem também.

21h20 - Costa assume fracasso na promessa de médicos de família, mas “não atira toalha ao chão”

Sobre a promessa não cumprida dos médicos de família, António Costa diz que “não atira a toalha ao chão” e que “a solução não é pegar nos recursos que o Estado tem para andar a financiar ao lado do SNS”.

Relativamente ao médico de família, Costa diz que “temos de continuar a reforçar”.
“No ano passado tivemos mais 2 606 cirurgias nos hospitais do SNS do que em 2019, mais consultas hospitalares e mais de 3 milhões de consultas nos cuidados de saúde primários do que em 2019”, observou Costa.

21h17 – PSD quer contratualização “com os privados para garantir que todos têm médico”

Sobre o Serviço Nacional de Saúde, o candidato do PSD quer dar “uma resposta no imediato” e uma “resposta estrutural”.

“Uma das falhas que há é falta de médicos de famílias (…) e nós para resolver o problema das listas de espera e dos médicos de família queremos: dinamizar o CIGIC para as cirurgias e para as consultas de especialidade”.
Quanto aos médicos de família, esclarece, deve haver contratualização “com os privados para garantir que todos têm médico”.

21h15 - “Massa salarial na Administração Pública este ano vai subir 3%”

Relativamente aos salários na função pública, Costa explica que “a massa salarial na Administração Pública este ano vai subir 3%, porque a atualização salarial segue a regra que fixámos”.

Não esclarece, no entanto, se haverá mais aumentos além desse.

21h13 – Rui Rio: “Temos de fazer a reforma da administração pública e conseguir uma maior produtividade”

Para Rui Rio “há funcionários públicos a mais” e “temos que otimizar os recursos”.

“Há mais funcionários públicos do que havia e os serviços públicos estão muito pior”, acusou. “Temos de racionalizar os serviços, temos de fazer uma reforma do Estado na lógica da reforma administrativa”.

Ou seja, tem de se “fazer a reforma da administração pública e conseguir uma maior produtividade”.

21h12 - “País precisa de aumentar os seus salários”

António Costa defende que o “país precisa de aumentar os seus salários”. “Não só o salário mínimo, mas também o médio. E quem não quer aumentar o salário mínimo, não consegue aumentar o salário médio e os outros”, afirma.

A ideia é chegar à média da UE e para isso “o conjunto dos salários têm de progredir 20% para conseguirmos lá chegar”.
“Para isso, temos de continuar a aumentar o salário mínimo, o Estado tem de ajudar com medidas fiscais e reforçar as transferências de natureza não monetária”, explica.

Costa contesta a ideia que a direita está sempre a repetir de que o aumento do salário mínimo leva as empresas à falência. “Demonstramos que com o aumento de 40% do salário mínimo, as empresas aumentaram investimento e exportações”, afirma.

21h10 – PSD considera que têm de aumentar todos os salários

Sobre os apoios às empresas, Rui Rio acusa António Costa de querer “obter resultados diferentes” mas com “a mesma política que sempre seguiu”.

“Se queremos obter outros resultados, se queremos que os jovens não emigrem” temos de inverter “a política económica” e “subir os salários todos”, e não apenas o salário mínimo.

21h10 - Costa acusa Rui Rio de não ser “rigoroso” e de não “incutir confiança”

António Costa diz que o discurso de Rio “não incute confiança às pessoas”.

“Rui Rio diz agora que o objetivo é reduzir os impostos em 11,5%. Ora, com o mesmo ar veemente, ainda há dois anos, o dr. Rui Rio dizia num debate como este: “Vamos reduzir os impostos em 25%. Vamos aumentar a despesa pública só 50%”. Este ano já 65,5%”, relembra Costa.

“Em dois anos perdeu metade da vontade de reduzir impostos e já aumentou a vontade em 30% de aumentar a dívida pública”, acusa o primeiro-ministro.

21h05 – Rio diz que “não se aumenta salário mínimo por decreto”

Questionado sobre se o PSD formar governo não haverá aumentos de salário mínimo, Rui Rio respondeu que se for primeiro-ministro “haverá aumentos do salário mínimo”, mas que “terão em conta a inflação e os ganhos de produtividade”.

“Depois eu entendo que acima disso deve haver mais um bocadinho, que deve ser decidido em Concertação Social”, afirmou. “O que eu não farei é crescimento do salário mínimo nacional por decreto, acima daquilo que a economia pode”, porque o resultado será igual ao do Partido Socialista.

A mediana dos salários em Portugal, disse Rio, é a segunda pior da Europa.


“Metade dos portugueses ganha menos de 900 euros e metade dos portugueses ganha mais de 900 euros”, criticou.

“É este o país que queremos?”, questionou, acrescentando que uma política destas leva a “descer os salários médios”.

Quanto à possibilidade de o Salário Mínimo Nacional aumentar até aos 900 em 2026, Rui Rio considera que face as previsões do quadro macroeconómico, não é possível.

“Eu quero ajudar quem mais precisa de uma forma sustentada. O Salário Mínimo deve subir muito? Deve. (…)Mas eu quero que suba de uma forma sustentada, que a economia aguente e que o país ande para a frente”.

21h00 - Costa: “O PSD, no IRC, faz a proposta errada”

António Costa diz que Rui Rio “faz a proposta errada” na questão do IRC. “Rui Rio, que é economista, sabe que não pode jogar com conceitos porque quando falamos sobre carga fiscal não falamos só sobre impostos, falamos de impostos mais contribuições para a segurança social”, disse Costa, acrescentando que “durante o meu governo, o peso dos impostos no PIB desceu um ponto percentual”.
Costa explica que as receitas da segurança social “estão a aumentar porque o desemprego aumentou”. "A carga fiscal tem subido porque há mais emprego e melhores vencimentos", rematou.

20h58 – “Quadro macroeconómico” do PSD prevê “algum crescimento, mas não muito”

Considerando a situação económica a nível mundial e o crescimento do país, Rui Rio começou por explicar que o “quadro macroeconómico” do PSD assenta nas “projeções do Conselho das Finanças Públicas”.

E, segundo o Conselho das Finanças Públicas, “se nada mudar fica assim”. Mas o PSD muda, adicionando “algum crescimento, mas não muito”.
“Passamos de um aumento de receia de 14 mil e tal milhões de euros para 17 mil milhões”, continuou.

O candidato do PSD recordou que em 2026 Portugal terá disponível mais 17.300 milhões de euros “por crescimento económico”, se “houver a normalidade”.

Num cenário menos bom, Rio aponta que o país, em 2026 terá menos 11,5 por cento a menos.

20h57 - Costa: “O PSD fala muito de choque fiscal, mas quando chega ao governo faz um brutal aumento de impostos”

Costa promete "uma redução muito forte do IRS para todas as famílias que têm filhos".
De acordo com este Orçamento, Costa garante “que as pessoas vão poder continuar a poupar”.

20h55 - Rui Rio: "Temos de apostar na produção e só depois na redistribuição da riqueza"

Rui Rio quer baixar primeiro o IRC e depois o IRS. “É preciso mudar o modelo. Apostar na produção, ou seja, nas empresas, e só depois na redistribuição da riqueza”, explicou Rio.
“Quero o futuro dos portugueses, não quero só o amanhã", rematou.

20h45 - António Costa: "Nunca inviabilizaremos um governo se não tivermos um governo alternativo"

“Se Rui Rio ganhar as eleições, eu respeito os portuguesas, arrumo os meus papéis e entregarei a chave ao dr. Rui Rio”, disse Costa.

“Se não tiver a maioria absoluta, não viro as costas aos portugueses nem a Portugal”, acrescentou. “Teremos de conversar com os partidos”. 

Perante um resultado de maioria relativa, António Costa afirmou que irá conversar com os partidos na Assembleia da República, ou num "modelo clássico" como o primeiro Governo de Guterres, "diploma a diploma", que referiu "foi difícil, levava mais tempo, mas foi possível".

Após afastar a manutenção da "Geringonça" nas atuais circunstâncias, o secretário-geral do PS observou que, por exemplo, o PS e o PAN poderão somar mais de metade dos deputados.

"Não há tabus sobre o que acontecerá o dia 30 de janeiro", disse.

20h43 - Rui Rio: "A maioria absoluta também eu quero"

Rui Rio diz que Costa “chega em desvantagem porque costa não é claro relativamente àquilo que faz nos cenários possíveis”.

“Costa diz que quer maioria absoluta, mas maioria absoluta também eu quero”, afirma, acrescentando que “a probabilidade de um de nós ter maioria absoluta é muito próxima de zero”.

“Ou o PSD ganha, ou o PS ganha. Se o PSD ganhar, eu já disse o que faço, se o PSD perder, eu já disse o que faço”, afirmou Rio. “Se Costa ganhar com uma maioria relativa, o que é que o dr. António Costa faz?”, questionou.

20h38 - António Costa diz que "Rui Rio preocupa-se demasiado com os números e tornou-o insensível às pessoas"

20h35 - António Costa diz que país "precisava de tudo menos desta crise política"

20h34 - Rui Rio aponta "vários falhanços" do governo socialista

Rui Rio diz que "governo falhou na economia e nos serviços públicos, em particular o SNS".


20h25 - António Costa apela à "estabilidade" antes do debate com Rui Rio

O primeiro-ministro cessante espera um debate "elevado e esclarecedor" com o líder da oposição, esta noite na RTP.

Sobre a governabilidade e as dúvidas de Rui Rio sobre o que irá fazer o líder socialista em caso de necessitar de parceiros para governar, António Costa apelou de novo à "estabilidade" e à maioria, recusando tabus.
O momento decisivo cabe "aos portugueses" no domingo dia 30 de janeiro.

António Costa agradeceu à comunicação social o trabalho que esta tem feito no auxílio aos portugueses.

20h20 - Rui Rio espera "esclarecer" os portugueses no debate com António Costa

Em declarações antes do debate entre o primeiro-ministro cessante e o principal líder da oposição, Rui Rio afirmou que enfrentar António Costa com "sentido de responsabilidade".

O líder dos social-democratas também espera que o secretário-geral dos socialistas revele o que irá fazer "em definitivo" no caso de ganhar as eleições sem maioria absoluta.
Mas não vem "para o tudo ou nada" mas sim para esclarecer os portugueses quanto a algumas inverdades "que o senhor António Costa tem estado a dizer".

20h15 - Rui Rio e António Costa já chegaram ao cineteatro Capitólio

O debate entre os líderes do PS e do PSD vai ser transmitido pelas três televisões generalistas. Tem uma duração prevista de 75 minutos e será moderado por João Adelino Faria (RTP), Clara de Sousa (SIC) e Sara Pinto (TVI). Será Rui Rio a responder à primeira pergunta.

Há dois anos, no decurso da pré-campanha para as legislativas de 6 de outubro de 2019, António Costa e Rui Rio foram protagonistas de um debate semelhante, emitido por RTP, SIC e TVI e visto por 2,66 milhões de pessas. Ambos estiveram também num debate radiofónico transmitido por Antena 1, Rádio Renascença e TSF.
Sondagem da Católica aponta para socialistas à frente com 39% dos votos
A nova sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público, divulgada esta quinta-feira, aponta para uma estimativa de resultado eleitoral de 39% dos socialistas e de 30% para o PSD. Em relação à sondagem realizada na semana passada, há um aumento do PS e uma diminuição dos sociais-democratas nas estimativas de cada partido.


A vantagem alarga-se, mas não significaria maioria absoluta para os socialistas. Nas estimativas aqui delineadas, o Chega passa à frente da CDU e surge empatado com o Bloco de Esquerda no terceiro lugar.