Política
"O Governo de alguma maneira acabou". Montenegro diz-se pronto a ser "alternativa"
O líder do PSD defendeu este domingo que o Governo de António Costa “de alguma maneira acabou”. Apoiando-se nas últimas declarações do presidente do PS, Carlos César, que em entrevista ao Público sugeriu a António Costa a avaliação de um eventual “refrescamento” do Executivo, Luís Montenegro afirmou mesmo que, “se o primeiro-ministro se esconde, é porque está sem força”.
“Hoje é dia 30 de abril de 2023. Foi há 13 meses que este Governo tomou posse e é caso para dizer que foram 13 meses falhados, 13 meses perdidos e este Governo de alguma maneira acabou. E quem o diz não sou eu. Quem o diz é o presidente do Partido Socialista, independentemente da semântica, que é uma coisa que hoje é muito cara aos dirigentes do Governo e do Partido Socialista”, disse Luís Montenegro aos jornalistas, à margem de uma deslocação à Ovibeja.
“A verdade é que, quando o presidente do PS afirma que este Governo tem que ser regenerado, que este Governo tem que ser refrescado, ele está a assumir que aquilo que este Governo fez nestes três meses foi um falhanço e que estes governantes não servem. Nesse aspeto, eu estou de acordo com ele”, acrescentou.Em entrevista ao jornal Público, conhecida este domingo, Carlos César estimou que estão a faltar ao Governo rigor, disciplina e até uma eventual remodelação. O presidente do PS não vê motivos, por agora, para a saída de João Galamba do Ministério das Infraestruturas, mas sugere a António Costa a avaliação de um possível “refrescamento”.
O dirigente laranja mostrou-se, em seguida, convicto de que “os portugueses, se forem chamados a escolher um governo novo, escolherão outro partido para liderar o Governo e esse partido é indiscutivelmente o Partido Social Democrata”.
“Mas essa é uma decisão que neste momento só está na mão de duas pessoas, ou do primeiro-ministro ou do presidente da República, e temos que respeitar a posição de um e de outro. O que eu posso dizer é que este Governo em concreto falhou e acabou do ponto de vista do seu espaço de manobra para motivar e mobilizar a sociedade portuguesa”, vincou.
Questionado sobre o posicionamento assumido por Marcelo Rebelo de Sousa, que este fim de semana deixou claro que falará, em primeira instância, com o primeiro-ministro, uma vez inteirado do caso que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o adjunto exonerado Francisco Pinheiro, Montenegro disse respeitar o procedimento: “Creio que o Governo não pode ficar embrulhado em toda esta bagunça que tem envolvido a sua atividade ao longo dos últimos 13 meses”. “Ou o Governo muda ou o país tem que mudar de governo”, insistiu o líder do PSD, para afiançar que o maior partido da oposição está preparado “para poder assumir a condução de uma política governativa que transforme a vida das pessoas para melhor”.
"Falta de autoridade e capacidade de liderança"
Relativamente à situação de João Galamba no Governo, Luís Montenegro considerou “provado que há vários ministros que estão diminuídos politicamente”, referindo, a título de exemplo, a ministra da Agricultura,
“Isto também emana da falta de autoridade e capacidade de liderança do primeiro-ministro. Não é cada ministro, individualmente, que hoje interessa aos portugueses. O que interessa era que o Governo tivesse força, tivesse capacidade mobilizadora, motivação nos portugueses e não tem”, reiterou.João Galamba negou no sábado, em conferência de imprensa, ter procurado omitir dados à comissão de inquérito parlamentar sobre a TAP e sustentou ter "todas as condições" para permanecer em funções.
Montenegro frisou, ainda assim, que “não é possível, num Estado de Direito”, que o SIS seja chamado “a fazer trabalhos por ordem do Governo, de um membro do Governo ou até de um membro de um gabinete do Governo”.
“Isso não é o que está contemplado na nossa lei e na nossa Constituição. Os Serviços de Informação não estão à disposição do Governo para os trabalhos que o Governo entenda solicitar-lhes. Os Serviços de Informação têm uma lei própria que rege o seu funcionamento. Os Serviços de Informação da República têm uma secretária-geral que tem que zelar pelo cumprimento da lei e que tem de dar conhecimento daquilo que faz ao primeiro-ministro, que por sua vez a lei também determina que tem de dar conhecimento ao presidente da República”, prosseguiu.
“Eu pergunto: o senhor presidente da República já foi informado sobre o que andaram a fazer os Serviços de Informação?”, questionou.
“A verdade é que, quando o presidente do PS afirma que este Governo tem que ser regenerado, que este Governo tem que ser refrescado, ele está a assumir que aquilo que este Governo fez nestes três meses foi um falhanço e que estes governantes não servem. Nesse aspeto, eu estou de acordo com ele”, acrescentou.Em entrevista ao jornal Público, conhecida este domingo, Carlos César estimou que estão a faltar ao Governo rigor, disciplina e até uma eventual remodelação. O presidente do PS não vê motivos, por agora, para a saída de João Galamba do Ministério das Infraestruturas, mas sugere a António Costa a avaliação de um possível “refrescamento”.
O dirigente laranja mostrou-se, em seguida, convicto de que “os portugueses, se forem chamados a escolher um governo novo, escolherão outro partido para liderar o Governo e esse partido é indiscutivelmente o Partido Social Democrata”.
“Mas essa é uma decisão que neste momento só está na mão de duas pessoas, ou do primeiro-ministro ou do presidente da República, e temos que respeitar a posição de um e de outro. O que eu posso dizer é que este Governo em concreto falhou e acabou do ponto de vista do seu espaço de manobra para motivar e mobilizar a sociedade portuguesa”, vincou.
Questionado sobre o posicionamento assumido por Marcelo Rebelo de Sousa, que este fim de semana deixou claro que falará, em primeira instância, com o primeiro-ministro, uma vez inteirado do caso que envolve o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o adjunto exonerado Francisco Pinheiro, Montenegro disse respeitar o procedimento: “Creio que o Governo não pode ficar embrulhado em toda esta bagunça que tem envolvido a sua atividade ao longo dos últimos 13 meses”. “Ou o Governo muda ou o país tem que mudar de governo”, insistiu o líder do PSD, para afiançar que o maior partido da oposição está preparado “para poder assumir a condução de uma política governativa que transforme a vida das pessoas para melhor”.
"Falta de autoridade e capacidade de liderança"
Relativamente à situação de João Galamba no Governo, Luís Montenegro considerou “provado que há vários ministros que estão diminuídos politicamente”, referindo, a título de exemplo, a ministra da Agricultura,
“Isto também emana da falta de autoridade e capacidade de liderança do primeiro-ministro. Não é cada ministro, individualmente, que hoje interessa aos portugueses. O que interessa era que o Governo tivesse força, tivesse capacidade mobilizadora, motivação nos portugueses e não tem”, reiterou.João Galamba negou no sábado, em conferência de imprensa, ter procurado omitir dados à comissão de inquérito parlamentar sobre a TAP e sustentou ter "todas as condições" para permanecer em funções.
Montenegro frisou, ainda assim, que “não é possível, num Estado de Direito”, que o SIS seja chamado “a fazer trabalhos por ordem do Governo, de um membro do Governo ou até de um membro de um gabinete do Governo”.
“Isso não é o que está contemplado na nossa lei e na nossa Constituição. Os Serviços de Informação não estão à disposição do Governo para os trabalhos que o Governo entenda solicitar-lhes. Os Serviços de Informação têm uma lei própria que rege o seu funcionamento. Os Serviços de Informação da República têm uma secretária-geral que tem que zelar pelo cumprimento da lei e que tem de dar conhecimento daquilo que faz ao primeiro-ministro, que por sua vez a lei também determina que tem de dar conhecimento ao presidente da República”, prosseguiu.
“Eu pergunto: o senhor presidente da República já foi informado sobre o que andaram a fazer os Serviços de Informação?”, questionou.
“Onde anda o primeiro-ministro?”, perguntou depois Montenegro, criticando António Costa por não ter ainda respondido às dúvidas do PSD sobre a TAP, tendo decorrido quase um mês.
O presidente do PSD insistiu na ideia de que o partido é desde já "uma alternativa" à governação socialista: "O PSD está hoje pronto a apresentar um programa mobilizador e uma liderança efetiva de um governo que esteja à altura do momento histórico que estamos a passar".
Para Luís Montenegro, o país está a atingir um ponto de "exaustão completa".
Já este domingo, questionado em Coimbra pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a recusar-se a comentar, neste momento, a situação do Governo, afirmando que "as regras do jogo não o permitem". Quanto às palavras de Luís Montenegro, o presidente da República optou também pelo silêncio.
Para Luís Montenegro, o país está a atingir um ponto de "exaustão completa".
Já este domingo, questionado em Coimbra pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a recusar-se a comentar, neste momento, a situação do Governo, afirmando que "as regras do jogo não o permitem". Quanto às palavras de Luís Montenegro, o presidente da República optou também pelo silêncio.