À saída da reunião desta terça-feira com o primeiro-ministro, em São Bento, o líder social-democrata falou de “uma nova fase” das relações entre o maior partido da oposição e os socialistas. Quanto a Elina Fraga, nome fortemente contestado durante o último Congresso do PSD, Rui Rio garantiu que a nova vice-presidente laranja estará disponível para prestar esclarecimentos após a primeira reunião da Comissão Política eleita no fim de semana.
Sobre a polémica que envolve Elina Fraga, Rui Rio reafirmou a confiança na nova vice-presidente do PSD.
“A doutora Elina Fraga ontem esteve disponível para responder mas depois teve um percalço profissional e não teve a disponibilidade total que queria ter. Ainda deu alguns esclarecimentos mas não deu todos os esclarecimentos. A doutora Elina Fraga vai estar hoje totalmente disponível para os senhores fazerem as perguntas todas. Eu vou-lhes pedir uma coisa: façam mesmo todas, não deixem nenhuma pergunta por fazer à doutora Elina Fraga”.
Rui Rio respondeu ainda que teve todas as respostas que pretendia e acrescentou: “os senhores jornalistas é que não tiveram. Eu espero que tenham mais respostas do que eu porque espero que lhe façam mais perguntas do que aquelas que eu fiz”, concluiu sobre esta matéria.
O líder do PSD chegou sozinho a São Bento, apenas acompanhado da assessora de imprensa. Rui Rio falou de "uma nova fase" nas relações com o PS e disse que ainda hoje irá indicar os interlocutores para o diálogo com o Governo nas áreas da descentralização e do futuro quadro comunitário.
“Ainda esta tarde, na reunião da comissão política nacional, vou indicar pessoas para serem interlocutoras em dois dossiês fundamentais, que é o da descentralização, que já está num estado avançado de conversações com a Associação Nacional de Municípios e o do quadro comunitário de apoio, conhecido por Portugal 2030, para chegarmos a uma posição o mais consensual possível perante a União Europeia”, anunciou Rui Rio aos jornalistas.
O presidente do PSD resumiu ainda como foi a conversa com António Costa: "Estivemos os dois a tratar mais do que possa consubstanciar políticas positivas. Não estivemos a carregar tanto no que nos divide mas sim no que de hoje para amanhã pode-se consubstanciar em políticas positivas, porque senão tínhamos estado lá dentro muito mais tempo".
Interesse Nacional deve unir partidos
“Pode-se dizer que estamos numa nova fase da relação entre os dois partidos. Os partidos devem fazer um esforço para procurar o que os possa unir em termos de interesse nacional", referiu.
A justiça e a segurança social foram outros dois temas abordados na reunião com o Primeiro-ministro. Temas que Rui Rio considerou "relevantes, mas não com tanta urgência" e deixou claro:
"Nunca estará em causa, no caso da segurança social, qualquer alteração à situação presente. É tomarmos as medidas, fazermos a reforma relativamente àquilo que vai ser a segurança social daqui a dez, 20, ou 30 anos".
Já em relação à reforma da justiça, Rui Rio disse. “Fizemos um levantamento da situação, mas esta reforma tem de ser feita com ponderação e com o envolvimento da sociedade como um todo (...) nunca se fez uma reforma da justiça a sério".
O presidente do PSD disse aos jornalistas que ficou com a ideia de que haverá “abertura para que se possa fazer estas reformas no médio prazo. Acho que os portugueses podem ter essa aspiração", concluiu"É mais fácil falar com o CDS do que com o BE"
Rui Rio quer convergir em vez de divergir. "Normalmente os partidos andam a carregar nas tintas do que divergem, eu quero introduzir uma cultura diferente. Se pudermos colaborar em prol do país, é isso que devemos fazer".
O presidente do PSD voltou a sublinhar que o diálogo deve ser com “todos os partidos”, e disse que iria pedir também um encontro com Assunção Cristas. "Não se exclui ninguém, mas é naturalmente mais fácil dialogar com o CDS do que com o Bloco de Esquerda”.