Tracy Chapman quebrou o silêncio depois de décadas afastada dos holofotes. Nos últimos dois anos, houve um renovado fervor pela sua música após o cover de Luke Combs de 'Fast Car' e o seu dueto nos Grammy Awards do ano passado. No entanto, recusou-se a aparecer no Country Music Awards, apesar de ter ganho o prémio de música do ano - tornando-se a primeira mulher negra e compositora a consegui-lo.
Lançado quando tinha 24 anos, o disco apresentou Chapman como letrista socialmente consciente e vocalista comovente. Com arranjos conduzidos pelo violão, abordou a injustiça de frente: 'Across the Lines' - um conto autobiográfico de segregação e conflito racial; 'Behind the Wall', sobre a violência doméstica.
Era sobre o mundo que conhecia. O dos trabalhadores em luta. Não era consciência de classe na época.
Considera-se uma observadora que gosta de contar histórias. Embora rotulada cantora de protesto, não aceita esse rótulo porque não representa o que faz ou pensa sobre si mesma.
Relançar o álbum causa-lhe sentimentos dúbios porque esperava que, atualmente, as canções não fossem relevantes. Acreditava que estaríamos melhor, com mais justiça, mais equidade e menos violência.
Entre a jovem que aos 16 anos escreveu 'Talkin' 'Bout a Revolution' e a mulher de hoje, aos 61 anos, os valores permanecem os mesmos. As preocupações mantêm-se...embora com uma perspectiva diferente.
Quatro décadas depois, as histórias do álbum 'Tracy Chapman' mantêm-se atuais, e já estão disponíveis em streaming.