Nas zonas rurais de Angola e Moçambique, o acesso à educação é extremamente difícil. As crianças enfrentam múltiplos obstáculos para ingressar e para progredir nos estudos, o que se reflete em elevadas taxas de abandono escolar.
Esta realidade é particularmente dura para as meninas. A sobrecarga de tarefas domésticas, o apoio ao trabalho agrícola, as dificuldades financeiras, as longas distâncias a percorrer até à escola, bem como a gravidez precoce e o casamento prematuro afetam sobretudo as raparigas. Estes fatores conduzem, muitas vezes, à desistência precoce da escolaridade, comprometendo o seu futuro e perpetuando ciclos de pobreza.
O documentário ?Da minha casa não se vê a Escola?, filmado na região do Namibe, no sul de Angola, e na província de Nampula, no norte de Moçambique - territórios situados a milhares de quilómetros das respetivas capitais - retrata de forma sensível e realista estas dificuldades no acesso à educação.
O filme, produzido pela ONGD Helpo, dá voz às raparigas que, na primeira pessoa, relatam os obstáculos diários que enfrentam para continuar a estudar.
Mas este é também um retrato de resiliência e de coragem. Apesar das adversidades, estas alunas persistem nos estudos e alimentam sonhos de futuro: virem a ser professoras, enfermeiras, polícias ou engenheiras. Aspirações que refletem não só desejos individuais, mas também a vontade de contribuir para o desenvolvimento das suas comunidades.
A escola não se vê de casa: está distante, condicionada pelas exigências da agricultura de subsistência, pela pobreza e pelos inúmeros obstáculos que é necessário ultrapassar diariamente. Ainda assim, a determinação destas meninas e a força dos seus sonhos podem transformar este caminho difícil num percurso de sucesso.
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FICHA TÉCNICA
Ano: 2025