Neste episódio, apresentamos a Doutoranda Olga Afonso e o seu percurso. Contamos com o testemunho do Investigador do IBMC, Jorge Ferreira.
Licenciou-se em Bioquímica na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e é estudante do Programa Doutoral em Biomedicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (tese: "Mecanismos de Controlo Envolvidos na Regulação da Transição Anáfase-Telófase")
O seu nome foi incluído no grupo de dez finalistas da edição 2014 do ASCB Kaluza Prize, galardão atribuído pela ASCB e pela Beckman Coulter Life Sciences (empresa líder mundial na produção de instrumentos laboratoriais) para distinguir os melhores estudantes de Doutoramento de todo o mundo no campo da biologia celular e das ciências biológicas básicas.
Neste episódio, a Dra. Olga Afonso, com recurso ao laboratório do IBMC, explica-nos a sua investigação, que consiste no estudo de mecanismos de controlo envolvidos na regulação da transição anáfase-telófase, e demonstra-nos o processo de trabalho que levou a descobertas inovadoras nesta área.
A mitose é o processo biológico através do qual uma célula-mãe dá origem a duas células-filhas. Para que a mitose seja bem-sucedida, as células-filhas originadas no final do processo, devem ter um conteúdo genético idêntico entre si e à célula-mãe, permitindo a propagação da informação genética ao longo de sucessivas divisões.
O objetivo de estudo da tese de doutoramento é compreender como a segregação dos cromossomas em anáfase, fase da mitose em que ocorre a separação física dos cromossomas, é corretamente coordenada com a sua descondensação e com a reformação do invólucro nuclear, um indicador do fim de mitose. Na verdade, até ao momento, conseguiram identificar um novo mecanismo de controlo, conservado entre os eucariotas, que atrasa a descondensação dos cromossomas e a reformação do invólucro nuclear em resposta a uma separação incompleta dos cromossomas. Desta forma, a célula assegura que só termina a mitose depois de ter afastado e segregado corretamente todos os cromossomas.
Este mecanismo torna-se importante, pois na sua falta, ou no caso de não ser totalmente operacional, pode gerar pequenos erros na transmissão do DNA da células-mães para as células-filhas. Estes erros podem levar a alterações genéticas, que no caso de serem favoráveis, poderão conferir às novas células novas propriedades tais como, divisão ou um metabolismo descontrolado, características de muitos cancros.