
Ep. 74
Duração: 56min
RTP1

Ep. 74
Duração: 56min
RTP1
Que país somos e queremos ser?
É em direto de Guimarães que vamos hoje discutir Portugal. O pretexto para esta viagem do passado ao presente é a odisseia pelo país do Teatro Nacional Dona Maria Segunda. Mas a proposta é mais do que falar de cultura e História, é falar de saúde e economia, de cidades e de pessoas. É falar do país que fomos e somos.
Deste país plural, com muitas identidades, sotaques diversos, propomo-nos falar em direto do Paço dos Duques de Bragança, com um painel muito especial, reunido fora dos principais centros onde normalmente se faz televisão em Portugal, como Lisboa e Porto.
Contamos para isso com Maria João Baptista, é médica e tem a responsabilidade de ser atualmente a presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João do Porto; o arquitecto Eduardo Souto Moura. Prémio Pritzker, um dos mais destacados arquitetos mundiais; Germano Silva, jornalista, divulgador de História e de histórias.
Contamos também com Marta Marta Pais de Oliveira Martins, começou no Jornalismo e Comunicação, mas hoje é já uma escritora premiada e com um olhar muito particular sobre a realidade de uma geração. A geração dos nascidos em 1990, em 2000, que seguramente nos vai ajudar a ler também o país que somos. Para o fazer igualmente, contamos com Ana Lehmann, que teve já responsabilidades governativas, mas é essencialmente uma economista que trabalha muito nas áreas das políticas públicas, empreendedorismo e inovação. A Ana Lehmann é professora universitária e administradora de empresas. E por fim ainda João Reis ator, encenador e com uma ligação familiar forte a Guimarães, que recorrentemente é lembrada.
É possível baixar os preços dos alimentos? Os bancos estão em risco?
Como podemos vencer o cancro?
Colocamos hoje o cancro no centro do debate e por isso o fazemos em direto do Porto, no I3S, o maior instituto de investigação na área da saúde em Portugal e um dos maiores da Europa. Trabalham aqui 800 cientistas que procuram novas respostas para o cancro, mas também para doenças infeciosas, medicina regenerativa ou para o envelhecimento, puro e simples. Vamos se este é ou não é um momento fundamental para atacar o cancro e contamos para isso com um painel de convidados muito especial. Contamos neste debate com Manuel Sobrinho Simões, destacado patologista, fundador e diretor do IPATIMUP (que integra o projeto I3S); Joana Paredes, cientista e Presidente da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro; José Dinis, médico oncologista e atual Coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da Direção-Geral da saúde; Maria de Jesus Moura, a Diretora da Unidade de Psicologia do IPO Lisboa e Miguel Barbosa, o Diretor do Serviço de Oncologia no Centro Hospitalar de São João. À distância contamos com o contributo de dois doentes, a Luciana Mendes e o Simão Correia, com quem vou falar dentro de poucos minutos e ainda Elisabete Weiderpass, que se junta a nós a partir de Lyon, em França, e que é a atual Diretora-Geral da Agência Internacional de Pesquisa em Cancro.
A Internet pode matar a democracia?
Esta semana o programa acontece nos bastidores de um estúdio de televisão, assumidamente nos bastidores, de um estúdio onde normalmente acontece, como se percebe em fundo, um programa de entretenimento.É trazer à televisão, o média mais poderoso das últimas décadas, o debate sobre a comunicação nos novos tempos, em que a internet e as plataformas digitais se tornaram omnipresentes, alterando a nossa relação com o espaço público, onde agora parece muito mais fácil a discordância que o compromisso.
São meus convidados, em direto, o premiado ensaísta e filósofo espanhol, Catedrático de Filosofia Política e Social, Daniel Innerarity. Em estúdio: Rita Figueiras, Investigadora em Comunicação Política e Professora Universidade Católica Portuguesa, José Alberto Lemos, Jornalista e Provedor do leitor do jornal Público, Paulo Pena, jornalista do Investigate Europe que há anos que se interessa pelo estudo das fake news; Catarina Carvalho, também jornalista, atualmente no projeto Mensagem de Lisboa, e ainda Miguel Oliveira, Psicólogo, responsável na Ordem dos Psicólogos pelo estudo da relação entre a psicologia e a tecnologia.
Mais à frente teremos em direto também Gregório Duvivier, o conhecido ator e humorista brasileiro da Porta dos Fundos, com atividade fecunda no meio digital mas também experiência de reações de hostilidade face a rábulas que foi apresentando.
Estas são as medidas certas para haver mais habitação?
Um coro de críticas aumenta a cada dia que o programa "Mais Habitação" está em discussão pública. Ataque à propriedade privada, abalo na confiança do mercado, o papel dos municípios na segurança das novas construções. Cada medida anunciada justifica pelo menos uma dúvida, até porque ao fim de sete anos de governação socialista houve vários programas para garantir o direito à habitação e chegámos a este momento em que, na realidade, ainda faz falta uma resposta de choque. A pergunta de base vai ser: é ou não é este o programa certo para que todos tenham habitação digna.
São convidados da RTP, em estúdio, o arquiteto Vitor Reis, ex-presidente do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, a jornalista Helena Garrido, especialista em assuntos económicos, Miguel Prata Roque, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Rita Silva, investigadora e ativista da associação Habita. Por videochamada acompanham-nos ainda o jurista João Miranda, e o representante do sector do Alojamento local Eduardo Miranda. Vamos também estar em direto com os correspondentes em Inglaterra e em França para sabermos como estes países estão a lidar internamente com o mesmo problema.
Que justiça para as vítimas de abusos sexuais da Igreja?
A surpresa pode ser maior ou menor, mas o choque é enorme, perante o pesadelo ontem revelado pela Comissão Independente que estudou os abusos sexuais na Igreja católica portuguesa.
São quase cinco mil vítimas que aceitaram mergulhar no passado mais tenebroso, sendo que metade delas nunca o tinham feito.
Para a Igreja é hoje tempo de pedir desculpa, como ontem voltou a fazer o bispo José Ornelas, mas também para dizer o que vai fazer a seguir.
É que oito em cada dez abusadores denunciados eram padres e sabe-se agora também que mais de uma centena continua no ativo. O que lhes vai acontecer? E até que ponto os relatos ontem identificados são apenas a ponta do icebergue, na Igreja e na sociedade.
Respondem neste programa seis convidados: a teóloga Teresa Toldy, que está nos estúdios do Porto, Paula Margarido, Advogada e membro da Equipa que coordena as Comissões Diocesanas de Proteção de Menores, e em estúdio, Dulce Rocha, a magistrada que preside atualmente ao Instituto de Apoio à Criança, o padre jesuíta José Frazão Correia, o psicólogo forense e professor universitário Rui Abrunhosa Gonçalves e ainda o jornalista do Observador João Francisco Gomes, que tem acompanhado nos últimos anos a atualidade da Igreja e concretamente estes processos de abuso sexual.
Contestação Social no País
O país vive tempos de instabilidade social como há muito não se via e vários grupos profissionais, com destaque para os professores, agora também para os enfermeiros, reclamam uma subida dos salários e melhoria urgente das condições de vida, perante uma inflação historicamente alta e uma subida consecutiva das taxas de juro.
Como os recursos públicos são limitados, apesar dos impostos elevados que os portugueses pagam, faz sentido perguntar se há compromissos possíveis e desde logo dinheiro disponível ou se a paz social está cada vez mais distante. Este é um programa especial, em que todo o tempo é reservado à opinião dos convidados.
Recebemos esta semana os contributos de Francisco Assis, Presidente do Conselho Económico e Social (o espaço da concertação social), José António Vieira da Silva, antigo ministro socialista, do Trabalho e Solidariedade Social e noutro momento também da Economia, os professores de economia Susana Peralta, em estúdio, e Fernando Alexandre, a partir do Porto. Ainda Arménio Carlos, antigo secretário-geral da CGTP e Carlos Oliveira, o presidente executivo da Fundação José Neves, mas que traz a este debate essencialmente a sua visão a partir de um trajeto como empresário, e durante algum tempo também governante, sempre com enfoque na inovação e novas oportunidades de negócio.
Como resolver os problemas da habitação em Portugal?
É um tema controverso, mesmo que parta de um consenso alargado? em Portugal, a habitação está demasiado cara para os rendimentos da maioria das pessoas e a situação chega a ser quase dramática para quem está fora do mercado imobiliário, entenda-se quem não é proprietário de uma casa, concretamente para os jovens e as populações de menores rendimentos.
Mas se o diagnóstico é consensual, perante um aumento do preço das casas para venda de 80 por cento nos últimos dez anos e de quase 30 por cento nas rendas, o debate deve centrar-se no que fazer para sair desta encruzilhada, numa altura em que o ruído público sobre o tema cresce todos os dias, mas em que há também disponíveis 2 mil e 700 milhões do PRR destinados ao setor.
É ou não é possível uma habitação acessível para todos? É a isso que respondem os convidados desta noite: o Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, que está nos estúdios da RTP no Porto, a economista e professora no ISEG Vera Gouveia Barros, o arquiteto Nuno Travasso, investigador Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo e Ricardo Guimarães, Diretor da revista ?Confidencial Imobiliário?. E mais à frente, contamos também com Luísa Pinto, Jornalista do jornal "Público", Diana Duarte, Criadora e apresentadora do programa "A Minha Geração" e Diogo Faro, Humorista e apresentador de televisão.
Como resolver os problemas da Educação?
É preciso recuar muito no tempo, perto de 15 anos, para encontrar um protesto de professores da dimensão do que está nas ruas por estes dias. Os docentes contestam os baixos salários, a estagnação de carreiras e o facto de muitos passarem a vida sem vínculo a uma escola e a mudar de local de trabalho a cada momento.
Reivindicações de sempre, mas que um novo sindicato, o STOP, veio tornar mais sonoras,... a par de uma série de greves decretadas por outras forças sindicais, designadamente a Fenprof, que ameaçam prolongar-se se o governo não for além do que já se comprometeu nos últimos dias.
Teremos os principais representantes sindicais mais à frente neste programa. O ministro da Educação João Costa foi, naturalmente, também convidado, mas entendeu não participar no debate por este ser ainda num momento de negociação.
Comigo em estúdio estão, desde já, Domingos Fernandes, o Presidente do Conselho Nacional de Educação, Ana Balcão Reis, Diretora Científica do Centro de Economia da Educação da Nova SBE; Ricardo Silva, professor de História e presidente da Associação Professores e Educadores em Defesa do Ensino e Mariana Carvalho, Presidente da CONFAP, a Confederação das Associações de Pais.
Como escrutinar candidatos ao governo?
O país vive tempos de turbulência política, com vários membros do governo, mas não apenas, no olho do furacão. Debate-se a ética na vida pública e em particular as condições de acesso a lugares públicos, desde logo a ministros e secretários de Estado. São ainda as ondas de choque à sucessão de casos que levaram à saída de 12 membros do governo em muito pouco tempo.
O executivo de António Costa respondeu com a elaboração de um mecanismo de escrutínio, que na prática é um questionário com 36 perguntas, muito debatido nos últimos dias. O Presidente da República fez questão de dizer que ?é óbvio que este mecanismo também se aplica? aos atuais membros do governo?.
Para este debate recebemos Alexandra Leitão, a deputada do PS que é a atual Presidente da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados na Assembleia da República, a investigadora Susana Coroado, que foi Presidente da Transparência e Integridade, uma associação cívica que combate a corrupção e promove os valores da democracia. Ainda, Amílcar Correia, jornalista, Diretor Adjunto jornal Público, a eurodeputada do PSD Lídia Pereira, que se junta a nós a partir de Estrasburgo, e Carlos Jalali, Professor de Ciência Política Universidade de Aveiro, que está nos estúdios da RTP no Porto.
O que muda com a lei da eutanásia?
Portugal nunca esteve tão perto de ter uma lei que autoriza a eutanásia, em rigor, uma lei que deixa de punir a morte medicamente assistida, praticada ou ajudada por profissionais de saúde. Para que venha a ocorrer tem de passar por um longo processo, com uma série de salvaguardas e pareceres obrigatórios, mas com uma questão fundamental que é a de ocorrer por decisão da própria pessoa.
Depois pode aplicar-se tanto em caso de uma doença que ameaça a vida, em fase avançada e progressiva, como no de uma lesão grave, definitiva e amplamente incapacitante. A lei foi aprovada na última sexta-feira e está agora, mais uma vez, nas mãos do Presidente da República, que pode promulgá-la, vetá-la politicamente, tal como já aconteceu, ou enviá-la para consideração do Tribunal Constitucional, o que também já se verificou anteriormente.
Para debater as implicações e o que realmente muda com esta nova lei da eutanásia, recebemos esta semana Miguel Gonçalves, Fisioterapeuta e Professor Universitário, Edna Gonçalves, Diretora Serviço Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar São João, Inês Palma Ramalho, Vice-presidente do PSD, Maria Antónia Almeida Santos, Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS e ainda de João Cainé, Enfermeiro e Professor Universitário.
Como conciliar trabalho e família?
O dia teria de ter mais horas para que as mulheres portuguesas conseguissem reduzir a correria a que se obrigam para conciliar profissão, filhos e família. Ao longo do século XX houve passos determinantes para a emancipação e a independência do sexo feminino, mas a fatura não é ainda justa. Elas estudam mais, mas ganham menos e acumulam mais trabalho com a família.
Há mudanças positivas, mas a este ritmo são precisas cinco gerações para que em Portugal, dentro de todas as famílias, se torne natural uma divisão equilibrada de tarefas. É ou não é possível acelerar o caminho até aos 50/50?
Para debater esta realidade e procurar respostas, contamos hoje com o contributo de Maria do Céu Cunha Rego, jurista e ex-secretária de estado para a Igualdade, Vanessa Cunha, socióloga e investigadora do Instituto Ciências Sociais de Lisboa e coordenadora do Observatório das Famílias e das Políticas de Família, Gabriel Leite Mota, professor de economia no Instituto Superior de Serviço Social do Porto, e ainda Tânia Graça, psicóloga e sexóloga. Mais à frente contamos ainda com a participação de Mafalda Rebelo, realizadora que nos vem falar do seu mais recente trabalho, um documentário ?50 50? focado precisamente nos desafios da conciliação.