Candidato à Casa do Douro Rui Paredes aponta falta de empenho da comissão eleitoral

por Lusa

O candidato à direção da Casa do Douro Rui Paredes criticou hoje a falta de divulgação das eleições marcadas para sábado, considerando que "não houve o mínimo empenho" da comissão eleitoral neste ato.

À agência Lusa, Rui Paredes elencou vários problemas ocorridos durante o processo eleitoral, o primeiro depois da restauração da Casa do Douro, pelo parlamento, como associação pública de inscrição obrigatória.

As eleições para a direção e conselho regional estão marcadas para sábado. Para a direção foram submetidas duas listas, a A - Devolver a Casa do Douro aos Pequenos e Médios Viticultores - que é liderada por Manuela Alves e a B -- Douro Unido - que é encabeçada por Rui Paredes.

Rui Paredes realçou o esforço feito pela candidaturas na divulgação do ato eleitoral, mas a poucos dias do sufrágio ainda há muitos viticultores que dizem desconhecer que há eleições e onde devem ir votar.

O candidato disse que foi criado um `site` dirigido ao ato eleitoral, mas "sem dar conhecimento ao viticultores", considerando que esta página cumpriu formalismos administrativos, mas não se dispôs elucidar e convocar os viticultores para as eleições.

Não houve também, acrescentou, "qualquer tipo de divulgação", através de rádios ou jornais, considerando que "não houve o mínimo empenho da comissão eleitoral" neste processo.

A comissão eleitoral é presidida pelo presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Gilberto Igrejas, que, contactado hoje pela Lusa apenas disse que estão a ser cumpridos "os normativos legais aplicados à realização das eleições".

Também a lista pública de locais de voto e o encurtamento do horário da votação em cima da hora são, segundo Rui Paredes, "exemplos da mediocridade" da comissão eleitoral. O horário da votação passou a ser das 14:00 às 18:00.

Entre outras críticas apontadas estão a falta de clarificação na documentação a apresentar nas candidaturas, alterações sucessivas de prazos, a falta de recursos por parte do IVDP afetos ao apoio ao processo eleitoral, a aceitação pela comissão eleitoral de candidaturas do mesmo viticultor a órgãos distintos (direção e conselho regional), não permitida pelo regulamento.

Verificou-se ainda, acrescentou, a aceitação das declarações de propositura à direção de documentos em que os proponentes deram apoio a Sérgio Soares, que encabeçou inicialmente a lista A, mas desistiu e foi substituído por Manuela Alves.

"Esta situação é muito grave porque se as assinaturas não fossem aceites a candidatura seria excluída por falta do número mínimo [200]", referiu o candidato pela lista B.

Acrescentou que há ainda casos em que uma lista ao conselho regional é encabeçada por um funcionário do IVDP, uma situação que classificou como "eticamente questionável", no concelho de Santa Marta de Penaguião, em que a lista B candidata ao conselho regional foi excluída na semana passada, já depois da afixação das listas definitivas.

Por fim, Rui Paredes disse que a comissão eleitoral se desresponsabilizou da organização das assembleias de voto, transferiu essa responsabilidade para as câmaras e juntas de freguesia, as quais tiveram de tratar de angariar elementos para a composição das mesas, com extremas dificuldades porque não existirá qualquer remuneração desses elementos, ao contrário de qualquer ato eleitoral existente a nível nacional.

Tópicos
PUB